Chapter 2

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A I D A N G A L L A G H E R

NÃO PASSAVA PELA minha cabeça cumprir o acordo com S/n. Ainda restava um mês para as últimas provas e eu tinha basicamente trinta dias para conseguir nem que fosse um beijo dela. Depois disso era questão de tempo até que S/n me odiasse ou gostasse demais a ponto de desistir do acordo e me deixar na mão com os "estudos".

A primeira parte do roteiro não deu certo porque eu não estudei bem o clichê que S/n era. Mas desde o nosso combinado cheguei à conclusão de que ela é uma nerd bem nervosinha por sinal.

Ou talvez seja a casca que ela use para camuflar suas inseguranças.

Ainda não me acostumei com o fato de que eu sou o maior clichê. Eu achei que viveria o meu por ter me apaixonado por uma nerd. Quando na verdade S/n poderia viver o seu também.

Eu não me importo em usar a palavra "paixão" porque pesquisei o significado e cabe bem no que estou sentindo. Dentre as características existe um grande interesse em sexo, sem conversa, onde não existe dormir de conchinha quando ele acaba e ambos são amantes. Não amigos.

Basicamente o que tenho com a Sadie.

Eu poderia transferir minha amizade com benefícios para S/n se ela aceitasse a proposta, mas pelas poucas palavras que troquei com ela é óbvio que a única coisa que iria ganhar seria um belo tapa na cara.

Ou talvez ela usasse o livro como arma e batesse em mim.

— Mãe, eu preciso da casa de praia para o verão. — disse quando desci do quarto com a mochila nas costas, pronto para mais um dia de aula.

— Se você conseguir ser aceito por uma boa universidade a casa é toda sua. — ela falou enquanto estava sentada na mesa atenta ao celular em sua mão. Sequer desviou a atenção para mim. Foi fácil acostumar com isso quando minha única função nessa casa se tornou tirar boas notas e ser um futuro arquiteto da família.

Quando cheguei à escola fui direto para o refeitório encontrar meus amigos. Pude visualizar S/n no canto em sua mesa, mas segui para os meus amigos. Ainda não tínhamos resolvido sobre as aulas, mas eu tinha planos de marcar a primeira no horário de intervalo e torcer para ser em minha casa já que lá eu fico sozinho quase sempre.

― Você chegou na hora certa. — Louis exclamou levantando da mesa e vindo em minha direção passando o braço pelo meu ombro e me guiando até a cadeira vazia que tinha na mesa. Nela estavam alguns garotos do futebol e algumas meninas da torcida, incluindo Sadie. Era a mesa dos populares da escola. Por quê? Eu não sei, mas por algum motivo as pessoas gostavam de escolher um líder ou um grupo para venerar. Eu estava nele graças a Louis e ao futebol, as meninas por serem gostosas e rebolarem com aquela roupa de cheerleader.

― Nós vamos passar o verão na casa dos tios da Sadie. Está tudo liberado, e vai ser irado. — Ao redor os outros comemoraram, mas eu permaneci com a expressão fechada. ― Qual é cara, você e a Sadie vão poder curtir na casa toda.

Não era segredo para ninguém o que eu e Sadie tínhamos, na verdade as pessoas até achavam que namorávamos, mas era só me ver com outra pessoa ou vê-la com outro que passavam a entender. Ou achavam que era alguma traição. Entretanto esse não era o maior dos problemas, e sim que minha casa de praia estava em jogo num acordo e se S/n fosse uma boa garota eu a levaria comigo.

― É que meus pais querem que eu vá para nossa casa de verão com eles. Não sei se vai dar. — eles resmungaram e Sadie ficou me olhando em silêncio, ela sabia que meus pais não se importavam em ter um verão em família e que eu não era o tipo de cara que obedecia às ordens dos pais sempre. Com o lance que criamos juntos ela passou a me conhecer com a palma da mão.

𝐀𝐈𝐃𝐀𝐍 𝐆𝐀𝐋𝐋𝐀𝐆𝐇𝐄𝐑, O Maior dos Clichês.Onde histórias criam vida. Descubra agora