A I D A N G A L L A G H E R
― NÃO ACHEI QUE você viria. – disse no momento em que S/n abriu a porta do meu carro e entrou.
Ela demorou a visualizar minha mensagem
– cerca de duas horas. – E eu imaginei que estava sendo ignorado justo quando resolvi ser sincero. Ou quase sincero já que havia coisa na qual ela não precisava saber, se não eu iria perder qualquer chance que tivesse com ela.
No final de tudo ela apenas respondeu ''tudo bem, estou em casa''. Fiquei surpreso por ela ter aceitado e curioso para saber o motivo.
Esperei S/n em frente a sua casa por longos minutos. Imaginei que tudo o que ela queria fazer fosse me deixar esperando. Seria algo que eu faria, mas quando vi a porta da sua casa sendo aberta e ela passando por ela vestindo uma calça jeans que era apertada comparada as que ela costumava usar na escola. Sua camisa branca era longa e ia até um pouco abaixo do seu quadril. Surpreendi-me por saber que ela não tinha apenas moletons surrados em seu guarda roupa, e que existiam algumas peças que seus cotovelos ficassem a mostra.
― Minha mãe disse que eu precisava sair um pouco mais. – explicou quando colocou o cinto de segurança. Poucos segundos que ela havia entrado no carro e o cheiro suave do seu perfume aromatizou todo o espaço do carro.
Confesso que ficou bem melhor do que o cheiro de nicotina que havia antes dela entrar.
― Você falou de mim para sua mãe. — perguntei virando meu rosto pra ela e percebi que S/n ficou envergonhada e as maçãs do seu rosto estavam com um pouco de rubor. ― Já estamos envolvendo a família nisso?
― Eu não mencionei seu nome, apenas disse que me chamaram pra sair e agora ela acha que estou num encontro romântico.
Por uns segundos foi como se passasse um flash em minha cabeça fantasiando como seria um encontro romântico com S/n.
Provavelmente nós iríamos ao cinema e depois eu a levaria em algum lugar para comer. Ela ficaria sem graça com cada coisa que eu falasse e que tivesse duplo sentido. Eu com certeza faria isso só para provocá-la. Assim como também pegaria em sua mão enquanto estivéssemos andando. Se ela gostasse de mim sua mão estaria trêmula e um pouco fria. Eu poderia beijá-la no cinema, mas no primeiro encontro tentaria acabar com a péssima imagem que ela tinha de mim.
Naquela altura do campeonato eu não havia tido nenhum encontro romântico, apenas os comuns onde ambos sabiam onde isso iria dar.
Com S/n certamente não seria assim porque ela não era uma garota comum e eu sabia disso. Sabia que se quisesse algo com ela para inflar meu ego teria que dar o que ela queria e merecia. E isso tornava as coisas ridículas porque existiam mil S/n's por aí ou melhores que ela, mas eu estava tão vidrado nela, e querendo mostrar que eu conseguiria sim ficar com ela que sequer pensei em desistir.
Era óbvio que não passava pela cabeça de S/n se envolver comigo, ela fez questão de deixar isso muito claro às poucas vezes que nos falando. E era óbvio que eu queria lembrar isso depois que ela estivesse em minha cama. Eu poderia ser o clichê do garoto romântico e apaixonado se isso me desse a S/n. Na verdade eu faria qualquer coisa só para conseguir o que eu queria.
― Você quer que seja romântico?
― Eu prefiro a morte.
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𝐀𝐈𝐃𝐀𝐍 𝐆𝐀𝐋𝐋𝐀𝐆𝐇𝐄𝐑, O Maior dos Clichês.
Roman pour Adolescents𝐐uantas vezes você já ouviu a história em que a nerd se apaixona pelo popular babaca? Aidan sabia que um dia viveria seu clichê, assim como todos viveram. Mas a ironia do destino, ou carma, fez com que a ordem dos fatores alterassem quando foi ele...