Boa viagem

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Era noite e a lua se encontrava destacada ao céu, cheia e iluminada indiretamente. Legoshi amava a noite, amava o silêncio e a escuridão, assim poderia esconder mais ainda seus erros e não temer ser julgado. Observando o satélite natural acima de seu focinho e orelhas, o lobo espera vestindo um grande casaco sobre o corpo, era novo e consideravelmente caro para seu orçamento de simples estudante, desejava estar bem vestido quando fosse encontrar o companheiro.

Aguardava ansiosamente na calçada aquele que prometeu lealdade e paixão.

Olha para os lados e depois para o portão escolar que separava a vida adulta de uma vida adolescente, ninguém, somente ele, o silêncio, a brisa fria do novo inverno a se chegar e a afamada lua, o que lhe provoca a mexer no bolso do casaco e esperar que o contato entre seus pelos o aqueça.

Havia bastante tempo em que começara um relacionamento (finalmente podendo se sentir a vontade ao dizer isso) amoroso com o cervo de olhar frio e personalidade caótica, na qual a cada dia que se passavam juntos suas emoções e sentimentos se provavam mais verdadeiros e sólidos do que imaginaram. Entretanto, como forma do universo de concientiza-lo a todo momento que conhecia ainda muito pouco a respeito do cervo, Legoshi descobrira há pouco tempo que o namorado gostava de um único alimento que beirava ao doce, apenas a menta. Ri envergonhado e feliz ao lembrar de quando descobriu isso.

No parque de diversões o lobo lhe ofereceu algodão doce, com seu meio sorriso nervoso Legoshi comprara somente um, planejando dividir com o cervo e obriga-lo a se manter perto pelo paceio todo, contudo

-Não gosto de doces.

Suas orelhas abaixaram e seu sorriso definhara, contundindo o coração do herbívoro e o fazendo se culpar excessivamente, logo tocando nas mãos do maior e lhe olhando nos olhos com vergonha e solidez, deleitando a visão do maior por ver o veado com as bochechas rubras e atos preocupados.

-E-eu disse isso porque quero que saiba mais sobre mim.

Legoshi lembra que abanara o rabo tão forte que derrubara sem querer o sorvete de uma criança atrás de si, tiveram que pagar outro doce pra criança e limpar sua cauda por conta da sujeira grudenta.

Louis era único.

Escuta o som de um carro vindo no lado esquerdo da rua e estacionando a frente da presença do lobo, era um sedã azul escuro, beirando ao cinza. O carnívoro já sabia quem era, suas mãos se apertam no casaco e suas bochechas esquentam em ansiedade. Com isso um indivíduo sai do banco do motorista e rodeia o automóvel até chegar um pouco mais perto do sujeito da calçada.

Louis trajava um suéter preto na qual cobria até seu pescoço, apoiando um cachecol cinza que ia em duas linhas retas até o umbigo. A calça preta e espessa também combinava com o sobretudo, na qual lhe percorria até cessar nos joelhos.

Analisando rapidamente seu amante, Legoshi se envergonhou, se soubesse que deveria se arrumar tanto pediria ajuda a Juno, mais vergonhoso era por esquecer o quanto o herbívoro era meticuloso e cuidadoso, tanto em seus afazeres quanto em sua aparência, fator que o predador admirava, pois nunca seria 1% do que o namorado era.

-O que se passa nessa sua mente inquieta, em?

O cervo lhe chama a atenção, se aproximando perigosamente do lobo e sussurrando em seu ouvido sensível ao se apoiar nos ombros lupinos.

-Me responda.

Afasta-se com um sorriso sedutor nos lábios, desejando atrair o namorado até a porta do carro e faze-lo sentar-se calmamente, assim foi feito após o cervo puxar a maçaneta para o maior.

-Desculpe a demora, meu pai me deu trabalho extra.

Fecha a porta soltando um ar de frustração, pelo menos era sexta-feira e não lidaria mais com Ogma por esse dois dias.

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⏰ Última atualização: Dec 29, 2022 ⏰

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