Uma noite de revelações

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— Okay, vou sentir tudo... Você gostaria de passar a noite aqui? — Indaguei, a pegando de surpresa.

Mariana ficou quieta, estava ansiosa para a sua resposta. Sempre vou esperar um não, após a ter expulsado daqui.

Ela suspirou fundo.

— Podemos deitar e esperar que você pegue no sono... Quando você estiver dormindo, posso ir para casa. — Me respondeu, depois de alguns minutos.

Não consegui esconder minha decepção em meu semblante. Com toda certeza, ficou evidente que estou decepcionada. Mariana me olhava esperando uma resposta ou confirmação que estava tudo bem.

— Está tudo bem, você não precisa ficar. Eu consigo pegar no sono sem você. — Resmunguei as palavras, aparentemente estava bem mais magoada do que imaginei.

Mariana ficou me olhando sem reações, ela balançou a cabeça negativamente.

— Está tudo bem, posso dormir aqui... — Ela respondeu sem nenhuma certeza. Levantei às sobrancelhas, ela revirou os olhos. — Digo, vamos dormir no mesmo quarto? — Agora, estava ficando interessante. Minha mente mandando que me segurasse e não a atacasse no meio da noite.

— Onde você desejar, mas queria que dormisse no mesmo quarto. Me sinto sozinha... Sem você, essa casa fica tão cinzenta. — Meus olhos preencheram de lágrimas, dei um sorriso fraco. — Eu gosto de ser sozinha, mas não é meu forte me sentir sozinha. — Mariana balançou a cabeça, aparentemente entendendo o que expressei. — Quero tomar um banho e você pode esperar... — Tentei levantar e minhas pernas falharam, ela me segurou. — Como é vergonhoso beber a ponto de não conseguir me manter em pé. — Mariana me abraçou.

— Está tudo bem, você ainda está se segurando para não chorar. — O abraço me fez desabar novamente em choro. Queria morar naquele abraço, queria que fosse minha casa em dias ruins.

— Você pode me ajudar a chegar até o banheiro? — Indaguei com certa vergonha na voz. Mariana deu um sorrisinho de deboche.

— Claro, Lady Control Freak. — Arregalei os olhos ao ouvir Mariana me chamar assim.

Subimos as escadas. Essa foi a parte mais difícil e engraçada de se ter, porque ela me segurava como se fosse a coisa mais preciosa, mas, pensando bem se caísse e rolasse escada a baixo ia quebrar igual vidro. Sentir os dedos segurando minha cintura com firmeza me fez levemente encharcar. Isso é algo que ela não saberia tão cedo, porém, queria que ela me segurasse forte assim sempre.

— Me deixa abrir a porta, pelo menos, isso. — Mariana concordou. Falhei miseravelmente, não consegui abrir a porta, ou seja, confirmei estar muito bêbada. Estou amando a Mariana sendo completamente cuidadosa comigo, queria beijá-la.

Abrimos a porta, entramos — com a ajuda dela, óbvio —, conseguimos a primeira etapa do processo. Passamos pelo closet e chegamos no banheiro, realmente não importava com a presença dela.

— Pode abrir o zíper? Por favor? — Indaguei com firmeza, senão fosse o álcool ia estar completamente autoritária.

Mariana puxou o zíper com delicadeza, estava me segurando para não ficar mais molhada. Sentir seus dedos esbarrando em minha pele, me arrepiava com força indescritível, nunca fiquei assim por ninguém.

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