Capítulo 43 - Crooked Love

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    Era terça feira, dia da chegada de Henri. Lembrei tudo o que tinha planejado durante semanas para aquele dia. Ia fazer uma festinha na casa dele, chamar os amigos, colocar seus vinis preferidos para tocar... Mas tudo aquilo agora não passava de ilusão.

    Ele ligou mais vezes mas não o atendi. Passei  dia inteiro no estúdio colocando tudo que sentia no papel, a agora, madrugada daquele dia, eu estava com o violão na mão, sentada de frente para a janela do meu quarto criando melodias aleatórias tentando espantar a solidão. O vento estrava balançando as cortinas e meu cabelo. Eu gostava da sensação, me fazia sentir que eu não estava sozinha. 

    Olhei para o relógio que marcava duas horas da manhã. Percebí um movimento lá fora pela claridade que se refletiu na janela. Minha rua era silenciosa, então me aproximei ainda mais da janela: Era o carro de Henri passando lentamente pela minha porta. Estava escondida atrás da cortina então ele não me viu, mas consegui enxergar perfeitamente seus olhos verdes olhando na direção do meu quarto. Vi também uma lagrima cair dos seus olhos, ele rapidamente a limpou.

   Fiquei triste ao ver que ele estava sofrendo, mas a dor dele jamais poderia se comparar com a minha. Eu nunca menti para ele daquele forma, e todo amor que declarei por ele foi verdadeiro. Fiquei o assistindo até que ele acelerou o carro e foi embora. Fechei a janela e as cortinas do quarto e na minha cama, terminei de escrever o resto dos versos.

"Two A. M. in my room
Headlights pass the window pane
I think of you

We were crooked love
In a straight line down
Makes you wanna run and hide
But it made us wanna turn back around"



    

    No outro dia no colégio, assim que ele chegou o burburinho começou:

   "Henri Sykes voltou para escola." Era o assunto do momento.

    Eu estava pegando meu material no armário e vi ele andando pelo corredor ao mesmo tempo que olhava por todos os lados parecendo procurar por alguem. Ele estava de óculos escuros e quando me viu acelerou os passos na minha direção. Tentei desviar o olhar o mais rápido que pude mas não funcionou, então apenas respirei fundo: era a hora de encarar a verdade.
   "Tays." Ele disse de longe, enquanto chegava cada vez mais perto de onde eu estava.
   Tentei não olhar para ele.
   "A gente pode conversar?"
   "Voce tem algo para falar? Por que eu não tenho."
   "Eu tenho muito para falar, sim."
   O sinal tocou.
   "Pena que não vai ter como ser agora. Tenho aula" Dei um sorriso sínico enquanto saí andando.

    Saved by the bell
    
    

It's Always You (A Haylor Inspired Fanfiction)Onde histórias criam vida. Descubra agora