Eram 5 da manhã quando acordei. A verdade é que eu havia acordado bem antes disso. A partir do momento em que coloquei a cabeça no travesseiro, não consegui fechar os olhos. Não sabia ao certo o porquê disso. Claro, tinha minhas suspeitas, mas nada concreto.
Pulei de minha cama, coloquei uma roupa, prendi seus cabelos e corri para a rua.
As luzes da cidade estavam apagadas, afinal ainda estava amanhecendo. Eu observava aquilo com um certo prazer, como se pudesse conquistar o mundo apenas por ter acordado mais cedo.
Comecei a correr, como se minha vida dependesse disso, como se pudesse fugir de todos os meus problemas.
Mas, no fim, não é isso que todos nós queremos? Apenas, fugir?
Corri até ficar sem fôlego. No caminho de volta para casa, vi que a antiga casa dos Lackewoods está com sinal de vendida. Não sabia que haviam se mudado. Não sei como minha mãe vai reagir a isso, ela gostava bastante deles.
Chego em casa e percebo que já amanheceu.
Nunca fui uma pessoa da manhã, mas como não venho conseguindo dormir, sou uma pessoa de todas as horas.
- Bom dia, Ava. Conseguiu dormir esta noite? – minha mãe me pergunta como uma voz doce como açúcar.
- Não exatamente, mas tudo bem. – Respondo, na esperança dela não começar um alvoroço.
- Como já te disse antes, você deveria procurar ajuda. – Reviro os olhos. Sei que ela só que me ajudar, e eu a amo por isso, mas existem coisas que simplesmente não tem conserto. – Desde o que aconteceu ano passado você está assim, sei que é difícil para você, mas não dá para ficar assim para sempre.
- Eu sei mãe. – Digo e ela fica quieta, me esperando ceder. Hoje não. – Bom, tenho que ir para a escola, beijos – a abraço, pego minhas coisas e saio.
Por mais que seja estranho, não sei se vou aguentar até o fim do dia. As coisas andam complicadas demais, tanto em casa quanto na escola.
Ano passado foi bem difícil, e eu entendo que minha mãe vem dando seu máximo para cuidar de mim desde que meu pai foi embora, só queria que as coisas fossem mais fáceis
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Acabei decidindo não ir para a escola, na verdade fui para um parque abandonado. Sim, bem estranho, eu sei. Mas, por mais estranho que seja, é um lugar quieto, onde eu posso ficar sozinha.
Quando chego lá, agradeço a seja lá quem por estar vazio. De vez em quando alguns velhinhos vêm aqui para reclamar da prefeitura por não terem feito nada com esse lindo lugar. Antigamente esse parque era um dos maiores pontos turísticos da cidade, hoje já não é mais.
Me acomodo em um balanço, pego meu caderno e um lápis, e começo a desenhar.
Alguns meses atrás descobri que arte é uma forma de lidar com a dor. E isso vem me ajudando desde então.
Começo a desenhar uma pessoa. Primeiro a cabeça, depois os olhos, a boca e o nariz. Mesmo estando focada ao papel, ouço um estrondo.
Algo caiu, ou seja, alguém está aqui.
Enxergo sua silhueta a metros de distância, tentando colocar o balde caído de volta no lugar.
- Oi. - O garoto magricelo diz. - Desculpa te atrapalhar. - Apenas o encaro, e por incrível que pareça, algo dentro de mim quer rir, mas não o faço. O garoto chega mais perto e estende a mão direita para me cumprimentar - Prazer, Ben.
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continuo ou não?
Obrigada se você leu até aqui <3
obs: me desculpem se tem algum erro de digitação/português, eu estou apenas começando ;)
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salvação ou destruição?
Любовные романыO que acontece quando duas pessoas intensas e quebradas se encontram? Ava passou por um ano traumático e está tentando se superar, sua mãe vive pegando em seu pé por conta das noites mal dormidas e das das tardes furando aula. Ben, mesmo tendo de t...