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S/N
Não era típico de Damon ficar assim. Claro, ele sentiu culpa, ele sentiu remorso, ele se sentiu chateado e todas aquelas outras emoções horríveis e devastadoras que as pessoas pareciam ter que suportar. A diferença com Damon, entretanto, era que as coisas eram mantidas engarrafadas, bem dentro dele, e aquela garrafa era então colocada em um cofre, que era então equipado com explosivos. Ele foi mais do que inflexível em se certificar de que o lado enfraquecido dele, as partes que ameaçavam derramar de vez em quando, fossem mantidas escondidas. Ele odiava o conceito de se deparar com fraco e frágil, odiava a ideia de que isso deixava uma abertura para as pessoas chutá-lo enquanto ele estava caído e, então, para seus próprios meios de evitar deixar essa chance aberta, ele continuou sendo o durão, nunca sério, vampiro fora dos trilhos que todo mundo conhecia e odiava. Não foi a maneira mais agradável de causar uma boa impressão, mas funcionou. Quando procuraram a humanidade nele, tentaram buscá-la em suas boas ações, mas, para um homem como Damon, que gostava de fazer o que desejava, sempre que desejava, fazer com que as pessoas procurassem o bem era apenas uma decepção esperando para acontecer.
Ele tentou. Ele tentou tanto manter as pessoas que amava seguras, porque elas eram literalmente tudo o que ele tinha na vida, algo que ele nunca teria experimentado se não tivessem perseverado com ele. Ele devia a eles ajudá-los quando chegasse a hora e tentar ao máximo mantê-los seguros, mas, às vezes, eles não viam sua mentalidade, não entendiam por que ele fazia as coisas que fazia ou o que esperava alcançar o que era, possivelmente, uma das coisas mais frustrantes do mundo para Damon.
Foi aí que ele encontrou a perfeição dentro de você, porque você era a única pessoa no mundo que ele conheceu ser capaz de entendê-lo melhor do que ele mesmo. Ele desejava que todos fossem como você, que todos o pegassem do jeito que você fez, mas estava claro que isso nunca seria o caso. Isso é o que a tornou tão especial para Damon.
Você permaneceu em casa no dia em que tudo deu errado, no dia em que tudo se tornou demais para Damon, o grupo deixando você para se recuperar depois que você teve um recente encontro com um vampiro que essencialmente a deixou fora de ação por nos próximos dias, considerando que você ainda não era uma vampira, o que significa que você estava um pouco mais lenta em toda a fase de recuperação das coisas. Talvez tenha sido por isso que deu errado, talvez seja o fato de que você não estava lá com Damon para mantê-lo equilibrado como você sempre conseguiu fazer com tanta facilidade e precisão. Isso é o que ele ficava tentando se convencer de que era, de qualquer maneira, que a culpa era sua por não estar lá, e não dele por agir da maneira que agiu. Era uma maneira egoísta de tentar evitar que ficasse muito sobrecarregado, mas ele sabia que não podia realmente se comprometer com essa mentalidade porque simplesmente não era verdade.
Você esperava que o plano fosse sem problemas, quero dizer, era apenas se reunir com alguém que todos sabiam que tinha as informações de que vocês precisavam e ir embora com nada mais do que uma alteração verbal caso eles não obedecessem. No entanto, você recebeu uma mensagem de texto de Caroline, uma curta, mas doce: "Ligue para mim". Essas duas palavras assustou você, e muito, porque você sabia com certeza que Caroline desprezava telefonemas, sempre optando por enviar mensagens de texto, pois isso lhe dava tempo para pensar exatamente no que estava dizendo, para o caso de voltar a morder ela na bunda. Você estava ao telefone não mais do que alguns momentos depois de vê-lo, seu corpo fervilhando de confusão e preocupação com o que quer que pudesse ter acontecido e, quando ouviu Caroline suspirar do outro lado da linha, sentiu uma pontada no estômago que você conhecia muito bem.
