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S/N
Quando Peter entrou pela janela, já passava da 1h da manhã. Esta noite foi felizmente uma das noites em que ele voltou ileso de suas patrulhas e não precisou de sua ajuda para consertá-lo. Ele havia enviado uma mensagem rápida cerca de uma hora antes para que você soubesse que ele estava bem, mas ainda iria passar por aqui. Você não respondeu e ele esperava encontrar você já dormindo profundamente na cama, mas em vez disso, ele encontrou você de pernas cruzadas em sua cama, livros abertos e espalhados ao seu redor.
Peter notou mentalmente como seu quarto parecia aconchegante. Luzes de fadas penduradas na parede acima de sua cama iluminando tudo com um brilho dourado suave. Fotos suas e dele foram espalhadas entre você e seus amigos, seus olhos até pousaram em uma dele em seu uniforme posando estupidamente, cuidadosamente escondido atrás de um par de polaróides. O quarto sempre tinha um cheiro leve e arejado, em parte porque você sempre estava com a janela aberta para ele, mas também por causa do cheiro calmante da vela que você tinha queimando na mesa de cabeceira.
Você estava vestindo uma das camisetas dele e um short de dormir. Seu telefone estava abandonado do outro lado da sala, explicando a mensagem de texto não respondida. Ouvia-se um leve zumbido de música saindo de seu laptop aberto, que dançava em sua sala e escondia seus bufos de frustração com o que quer que estivesse lendo. Claramente não fazia sentido para o seu cérebro, sem dúvida, privado de sono. Ele se perguntou há quanto tempo você estava sentado em sua posição curvada.
Peter deixou seus olhos vagarem sobre você, ainda com sua cabeça em um livro didático. Ele percebeu como arrepios eram evidentes em suas coxas, mas pela aparência de concentração gravada em suas feições, o frio não era a única coisa que você não tinha notado. Você ainda não o reconheceu. Ele não queria assustar você, mas se ele não fizesse sua presença conhecida logo, ele sabia que seria realmente assustador. Então, ele deu um passo à frente, esperando que você o notasse. Quando isso não funcionou, ele limpou a garganta.
Nada ainda.
Você não tirou os olhos do livro. Muito focada nas palavras que claramente não faziam sentido na página à sua frente. Peter deu mais um passo à frente. Ele gentilmente tocou a mão que estava descansando no topo do livro, mantendo-o aberto. Quando você finalmente notou Peter, ainda em seu uniforme vermelho e azul e você estaria mentindo se dissesse que não estava feliz em vê-lo. Você estava feliz por ter algo em que se concentrar que não fossem as divagações absurdas do livro didático. Você estava ainda mais feliz por algo ser Peter.
- Peter... - Você sussurrou, sem perceber como sua voz seria grave por causa das horas de silêncio. Sua cabeça ainda estava confusa de tentar reter a informação que você sabia que não estaria lá pela manhã. Não importa o quanto você tente segurá-lo.
- Ei... - Ele copiou seu tom gentil e quieto. Sentando-se cuidadosamente ao seu lado para que ele não amasse nenhum papel. - O que você ainda está fazendo acordado? - Ele tirou alguns fios de cabelo de seu rosto, pousando a mão suavemente em sua bochecha. Você se aninhou em seu calor, deixando escapar um suspiro trêmulo.
