Jongho
Nunca acreditei em Deus algum, mas sentado nessa árvore com 15 zumbis abaixo de mim, me peguei rezando e implorei para que ele me ajudasse.
O suor frio escorre por meu maxilar e desce para minha clavícula, em um movimento rápido, passo a mão o limpando.
Fecho os olhos ao sentir a tentativa de puxão em minha perna, puxo-as para cima, assim encolhendo-me no galho grosso.
Um barulho de tiro é ouvido. Abro meus os olhos, os arregalando, os zumbis abaixo de mim olham em volta, procurando por qualquer coisa que se mexesse, para que pudessem saciar a fome mortal deles. Um segundo tiro, os bichos grotescos parecer esquecer-se de mim, e saem aos poucos procurando de onde vinha o barulho. Tapo minha boca, na tentativa de abafar qualquer ruído que meus lábios pudessem produzir.
Alguns minutos se passaram e mais alguns barulhos de tiro foram ouvidos, meus lábios já não tremem como antes. O choro já tinha cessado. Não chorei de medo, chorei por que os zumbis que tentavam me devorar, eram meus colegas da academia de policia.
Olho para baixo e percebo que estou sozinho novamente, agradeço aos céus pela ajuda.
-Valeu ai ... Se é que você escuta ... E se existe né.
Com cuidado desço dos galhos.
Pego minha mochila que tinha caído no chão após a correria para subir na arvore
Abro o mesmo e pego um casaco grosso o colocando por cima de meu moletom. O inverno é intenso na Coréia, mas precisamente em Seul em Jongno-Gu.
Às vezes as temperaturas chegavam a -3 graus.
Arrumo minha toca e minhas luvas, assopro minhas mãos e fecho a mochila, coloco-a nas costas e sigo na direção contrária do tiro.
Após longos minutos caminhando, avisto um posto de gasolina.
Pego minha faca no coldre e a posiciono em minha mão, acelero o passo iniciando uma leve corrida.
Olho atentamente para os lados e reconheço alguns corpos estirados no chão e os uniformes que eles usavam, seguro o choro novamente e caminho até o zumbi, que batia na porta de vidro, tentando entrar na loja de conveniência. O reconheço como Taeyon, instrutor de corrida na academia.
Ando devagar até me posicionar atrás dele, enfio minha faca em sua cabeça e o sinto amolecer em meus braços, o jogo para o lado, tirando-o do caminho.
-Muito bem Jongho.
Digo a mim mesmo e com cuidado abro a porta da loja, atentamente olho ao redor e não vejo nada de mais.
Solto um longo suspiro e permito-me sentar no chão, para descansar.
Minhas pernas ardiam, por conta da longa caminhada e a recente corrida.
Fico sentado por dois minutos e logo me levanto. Começo a pegar os alimentos que ainda restavam e que ainda estavam bons, pego alguns produtos de higiene e limpeza, os guardando na mochila.
Comemoro mentalmente quando acho dois isqueiros, os guardo no bolso de meu casaco e puxo o zíper fechando-o.
-Se eu perder isso, eu me mato ...
Escuto alguns ruídos e fico quieto, pego novamente a faca e começo a procurar de onde vinham os barulhos.
Conforme mais eu me aproximava, os barulhos ficavam cada vez mais altos, aquilo era barulho de ... choro?
Franzo minha testa e avisto um corpo estirado no chão, por conta do escuro, pego à lanterna que estava no bolso da calça e a ligo, colocando o flash de luz no corpo. Vejo um garoto a alguns metros de um corpo estirado no chão.
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Zumbi: Um Novo Mundo
Ficción GeneralJongho Nunca acreditei em Deus algum, mas sentado nessa árvore com 15 zumbis abaixo de mim, me peguei rezando e implorei para que ele me ajudasse. O suor frio escorre por meu maxilar e desce para minha clavícula, em um movimento rápido, passo a mão...