(1) Homem da foto.

17 5 0
                                    

Jongho

Nunca acreditei em Deus algum, mas sentado nessa árvore com 15 zumbis abaixo de mim, me peguei rezando e implorei para que ele me ajudasse.

O suor frio escorre por meu maxilar e desce para minha clavícula, em um movimento rápido, passo a mão o limpando.

Fecho os olhos ao sentir a tentativa de puxão em minha perna, puxo-as para cima, assim encolhendo-me no galho grosso.

Um barulho de tiro é ouvido. Abro meus os olhos, os arregalando, os zumbis abaixo de mim olham em volta, procurando por qualquer coisa que se mexesse, para que pudessem saciar a fome mortal deles. Um segundo tiro, os bichos grotescos parecer esquecer-se de mim, e saem aos poucos procurando de onde vinha o barulho. Tapo minha boca, na tentativa de abafar qualquer ruído que meus lábios pudessem produzir.

Alguns minutos se passaram e mais alguns barulhos de tiro foram ouvidos, meus lábios já não tremem como antes. O choro já tinha cessado. Não chorei de medo, chorei por que os zumbis que tentavam me devorar, eram meus colegas da academia de policia.

Olho para baixo e percebo que estou sozinho novamente, agradeço aos céus pela ajuda.

-Valeu ai ... Se é que você escuta ... E se existe né.

Com cuidado desço dos galhos.

Pego minha mochila que tinha caído no chão após a correria para subir na arvore

Abro o mesmo e pego um casaco grosso o colocando por cima de meu moletom. O inverno é intenso na Coréia, mas precisamente em Seul em Jongno-Gu.

Às vezes as temperaturas chegavam a -3 graus.

Arrumo minha toca e minhas luvas, assopro minhas mãos e fecho a mochila, coloco-a nas costas e sigo na direção contrária do tiro.

Após longos minutos caminhando, avisto um posto de gasolina.

Pego minha faca no coldre e a posiciono em minha mão, acelero o passo iniciando uma leve corrida.

Olho atentamente para os lados e reconheço alguns corpos estirados no chão e os uniformes que eles usavam, seguro o choro novamente e caminho até o zumbi, que batia na porta de vidro, tentando entrar na loja de conveniência. O reconheço como Taeyon, instrutor de corrida na academia.

Ando devagar até me posicionar atrás dele, enfio minha faca em sua cabeça e o sinto amolecer em meus braços, o jogo para o lado, tirando-o do caminho.

-Muito bem Jongho.

Digo a mim mesmo e com cuidado abro a porta da loja, atentamente olho ao redor e não vejo nada de mais.

Solto um longo suspiro e permito-me sentar no chão, para descansar.

Minhas pernas ardiam, por conta da longa caminhada e a recente corrida.

Fico sentado por dois minutos e logo me levanto. Começo a pegar os alimentos que ainda restavam e que ainda estavam bons, pego alguns produtos de higiene e limpeza, os guardando na mochila.

Comemoro mentalmente quando acho dois isqueiros, os guardo no bolso de meu casaco e puxo o zíper fechando-o.

-Se eu perder isso, eu me mato ...

Escuto alguns ruídos e fico quieto, pego novamente a faca e começo a procurar de onde vinham os barulhos.

Conforme mais eu me aproximava, os barulhos ficavam cada vez mais altos, aquilo era barulho de ... choro?

Franzo minha testa e avisto um corpo estirado no chão, por conta do escuro, pego à lanterna que estava no bolso da calça e a ligo, colocando o flash de luz no corpo. Vejo um garoto a alguns metros de um corpo estirado no chão.

Zumbi: Um Novo MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora