•Prólogo•

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Talvez vcs sintam um tiquinho de ódio do Adrien no decorrer da história...

Mas prometo que ele fica pitico depois, tá?

Desculpem os possíveis erros e espero que gostem da história!

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Inglaterra, 1813

Marinette se encontrava caminhando pelos jardins da enorme casa em que morava. Em suas mãos enluvadas, carregava um livro para que pudesse ler no banco existente perto das roseiras que eram de sua mãe.

O dia estava lindo e favorável à atividade que escolhera. Suspirou, sentando-se no pequeno banco situado embaixo de um arco de flores e abriu seu livro, perdendo-se imediatamente nas palavras escritas ali. Esse era seu refúgio, algo que sempre fazia quando estava farta de se sentir excluída dentro de sua própria residência.

Era como se ela não fizesse parte daquele lugar e esse sentimento já estava presente dentro de si há anos, ou melhor, desde que sua mãe falecera, dez anos antes. Não lembrava-se muito do que aconteceu e nem da causa de sua morte, tudo que lembrava era de como, de uma hora pra outra, seu pai passou a agir diferente com ela. E, durante um período, chegou a acreditar que ela era a culpada pela morte da mãe.

Alguns anos depois, entretanto, seu pai passou a se lamentar por não ter conseguido gerar um herdeiro e de que, por causa disso, o título iria para um primo distante do qual ele detestava. E, lá estava mais uma vez Marinette se culpando por ter nascido mulher.

Era sempre assim. Culpa.

E foi por causa disso que começou a passar muito mais tempo na residência Agreste, localizada duas casas a frente da sua. Passava o dia inteiro lá e começou a assistir as aulas e a praticar dança, piano e costura junto de Zoé, o que aumentou seu tempo presente naquela casa. E, depois de muita convivência, já era considerada parte da família e estava muito feliz com aquilo.

Bem, até conhecer o majestoso Visconde Graham, filho mais velho do Conde Agreste e futuro herdeiro daquele título. E, apesar de bem jovem, Marinette encantou-se com seu charme e beleza, mesmo sabendo que a diferença de idade fizesse com que ele nem a notasse dessa forma, afinal, ela era apenas a garota que passava as tardes lá, considerada praticamente uma irmã para ele.

Entretanto, seus suspiros de paixão eram todos direcionados a ele. E – mesmo que isso a condenasse ao sofrimento eterno –, seriam sempre dele.

E, realmente, sofreu muito por isso.

No dia do casamento do loiro, Marinette estava lá junto de toda a família Agreste, sentada como a bela dama que fora ensinada a ser. Por dentro, sentia como se algo tivesse sido arrancado de seu coração ao ver que a expressão no rosto do Visconde era de puro amor. Aquele amor que jamais seria dela.

Então, a partir daquele dia, tentou pouco a pouco esquecer o que sentia e focar em seus deveres que, com a proximidade de seu debut junto de Zoé, apenas aumentavam. Isso realmente estava funcionando e, de passinho em passinho, caminhava para uma superação.

Afinal, acreditava que aqueles sentimentos presentes dentro de si eram apenas de admiração, talvez por saber o quanto ele era admirado e respeitado na sociedade.

Suspirou, voltando sua atenção as palavras que lia naquela bela tarde primaveril, enquanto sentia aquela suave brisa soprar em seu rosto delicado.

– Lady Marinette?

Ouviu seu nome ser chamado próximo de onde estava e, ao virar-se, notou que sua criada a aguardava. Respirou fundo e fechou o livro que lia, tomando cuidado para marcar a página em que estava, e andou em direção a mulher.

Já deveria saber que não teria tanto tempo de lazer quanto almejava.

– Sim, Tikki?

Ela sorriu fraco e fez uma leve mesura para a azulada, que sorriu de volta.

– Lady Zoé a aguarda na sala de visitas e, a julgar por seu comportamento, parece algo urgente.

No mesmo momento, Marinette arregalou os olhos e passou a caminhar o mais depressa possível, no limite do aceitável para uma dama de sua posição.

O que de tão urgente poderia ser? Ou talvez fosse só o jeito de Zoé fazer com que apressassem sua chegada?

Marinette suspirou, já chegando a porta que dava para a sala em que a amiga a aguardava. Ao entrar, notou que a amiga parecia aflita e tinha uma expressão assustada em sua face geralmente alegre.

– O que aconteceu?

Zoé suspirou, levantando-se do sofá e indo em direção a amiga e puxando-a para um abraço.

– Aconteceu uma catástrofe! – Zoé disse, ao afastar o abraço, olhando fundo nos olhos da amiga que, naquele momento, encontrava-se em choque. – Kagami, esposa de meu irmão, faleceu nesta tarde.

Ao ouvir as palavras proferidas pela amiga, Marinette arregalou os olhos em puro choque, talvez por ter plena noção de que fazia menos de um ano de que comparecera ao casamento.

– C-como?

Fora tudo que Marinette conseguira dizer a amiga naquele momento de pura aflição. O que diabos havia acontecido?

All of me Onde histórias criam vida. Descubra agora