Devil in Me

Devil in me | Capítulo 40: Em busca da esperança, parte II

Após passar alguns dias tentando convencer seus pais da perigosa viagem que faria com Dante, finalmente foi decidido: Shaki poderia ir com o Pentagrama, ele ficou um pouco mais animado com a notícia, apesar de que felicidade não era o que ele sentia naquele momento.

Tentou chamar Tsuyu para ir junto, mas ela dissera que iria treinar mais para que não precisasse passar por alguma situação como essa que os dois amigos enfrentavam. Seu treinador seria o Feiticeiro Supremo, Riyuuk, que após dias acabou cedendo à vontade da garota.

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Juntou suas coisas, e partiram, a fraca presença e energia que sentiam era muito, muito distante, então a viagem seria muito longa, provavelmente alguns meses.

Isso se fossem caminhando, porém Shaki insistiu a Dante para que treinasse-o também, ele queria ser tão forte quanto a amiga, que era quem mais protegia o grupo, geralmente de situações mais perigosas, Shaki queria ser o suficiente também, queria mostrar para seus amigos que ele também era capaz, e que ele poderia ser forte o suficiente para evitar mais mortes como a de seus amigos.

- Olha aqui garoto, a viagem é longa e não podemos parar se não quisermos chegar lá até os próximos dois meses, então eu aceito em te treinar, mas considere que esse não será um treinamento comum como os de Nida. - disse Dante, que alertava ao garoto

- Não vejo problema nenhum nisso, é até bom. Pelo menos serei treinado em um nível diferente.

- É, mas não é só "diferente", vou te treinar no nível de Nida, tudo isso enquanto continuamos nosso percurso, tem certeza disso?

- Claro, senhor!

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Passaram-se duas semanas desde que estavam viajando, eles já haviam saído da floresta enorme e estavam indo em direção onde Shaki jamais tinha conhecimento, e aquela última frase do garoto teria sido a que ele mais teria de arrependido desde então, eles passavam dias e noites sem parar, Dante pegava no pé de Shaki para tudo, monstros nunca vistos nem sequer imaginados por Shaki foram vistos. Aquela região era totalmente diferente da qual viviam, o clima a noite era extremamente frio, congelante. De dia, os ventos eram fortes o suficientes para carregarem Shaki se ele não forçasse sua posição em relação onde pisava. Não existia nada além de chão, às vezes montanhas grandes (onde o clima era ainda mais frio) e até pântanos perigosos.

Realmente, aquilo era um treinamento intenso.

Ou era o que Shaki pensou, quando no 16° dia Dante disse:

- A partir daquele ponto - Dante apontou uma linha imaginária ao horizonte daquele lugar - Existem somente monstros e criaturas do Rank S. Ou seja, apenas guerreiros de alto nível lutam com esse tipo de perigo. E você vai lutar contra eles eventualmente, ah, e sem minha ajuda - Dante expressou um sorriso em seu rosto - Está preparado?

O garoto ficou paralisado, não sabia se estava com medo ou arrependido de ter ido junto com Dante, provavelmente, os dois.

Ainda tinha a chance de não encontrarem Hioka, o que seria um pesadelo para Shaki.

Mas ele não iria desistir, pelo menos não ali.

- C-certo... - e engoliu em seco - Mas ainda falta quanto tempo para chegarmos até lá?

- Alguns dias, talvez uma semana, então vá se preparando que o verdadeiro treinamento é ali, e também... Tem algo que eu quero mostrar para você.

Dante decidiu dar uma parada, pois percebeu que Shaki estava começando a ficar doente, o garoto não queria parar, mas Dante obrigou à ele um descanso, afinal estava responsável dele durante aqueles dias.

- Já volto, vou encontrar comida, você não saia daí, viu? Qualquer coisa, grita

Shaki assentiu com a cabeça e Dante em um piscar de olhos sumiu da vista do jovem, ele realmente era muito rápido.

Enquanto estava ali, sem poder fazer nada, Shaki pensava em Hioka e Ren, que depois daquele horrível dia, nunca mais tinha os visto. Eles faziam uma falta grande.

Ele lembrou das piadas e do medroso do Ren, das atitudes malucas de Hioka, dos momentos em que riram, lutaram, investigaram, dos momentos difíceis e dos momentos divertidos.

Uma lágrima escorreu em seu rosto.

A ansiedade de ver sua amiga e ao mesmo tempo de realmente nunca mais a vê-la, ficaram nele durante todo aquele tempo, e agora tinha atacado novamente.

Da falta que seu melhor amigo fazia, e que sabia que ele não iria voltar.

Da falta que sua melhor amiga fazia, e que talvez ela realmente nunca iria voltar.

E do medo de não ser capaz de proteger a única amiga que sobrara, e ficar sozinho de vez.

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Shaki acordou com Dante chamando por ele, ele parecia estar pedindo socorro, quando abriu os olhos viu Hioka, Ren e Tsuyu, porém estavam mortos, na frente dos corpos de seus amigos, uma bandeira branca e dourada balançava ao ritmo do vento, em seu centro havia uma espécie de coroa, porém estava dividida em apenas três traços.

Shaki não podia fazer nada, muito menos dizer algo, quando olhou para o chão, via gotas de lágrimas e sangue saindo de seus olhos, ele tentava gritar, mas não conseguia, ele virou ao lado e viu um jovem, mais ou menos da sua altura, era loiro e possuía uma transformação angelical, mas não era qualquer transformação, era uma mão completa.

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Shaki realmente acordou dessa vez, estava escuro, e Dante chamava por ele

- Garoto, garoto!

Esfregando os olhos, ele respondeu:

- O que houve?

- Trouxe comida, e você tem um sono pesado hein, tô te chamando faz 3 dias...

- O QUE?

- Brincadeira, faz apenas 10 minutos hahahahah - ria Dante da piada que tinha feito, Shaki não tinha achado a menor graça - Agora coma, temos que seguir caminho, o clima nessa época fica ainda pior, então temos que evitá-lo o máximo possível.

Quando terminou de comer, Shaki pensava em seu pesadelo, ele estava se sentindo mal por ter sonhado com aquilo, foi perturbador.

Os dois guerreiros caminhavam, a região onde estavam era bem complicada de caminhar, ainda mais na escuridão, Dante sabia que Shaki estava incomodado com algo.

- Diga o que está pensando - disse Dante

- Hm? Nada.

- Se você não disser, vai prejudicar no seu treinamento

- Hm... Mas não é nada, eu tive um pesadelo agora a pouco, e isso tá me incomodando um pouco, mas tá tudo bem, vamos seguir em frente, tô doido pra matar um monstro classe S e esfregar na cara da Hioka quando encontrarmos ela.

Dante sorriu, percebeu que o garoto estava determinado a encontrar sua amiga. Ficou alegre com isso.

- Vamos em frente então, meu jovem.