A sonhadora

Capítulo 2

Não vou ficar falando do meu passado, vou contar para vocês do presente pra frente. Meus anos anteriores não tem coisas interessantes que vocês queiram saber. Vou contar só uma coisinha: estudo com o Gustavo desde os 12 anos, ele conversa comigo de vez em quando, e eu adoro esses momentos, mas ele nunca deu sinais de que gosta de mim, e eu também nunca dei dicas óbvias sobre meu sentimento. É um dúvida que me corroe por dentro.
Você deve estar pensando se então meu sonho é ele. Não. Meu sonho é o momento. O momento especial do primeiro beijo. Aquelas coisas românticas de cinema e novela. Aqueles beijos fofos que o casal vai chegando cada vez mais perto e acontece. Aqueles amigos inseparáveis que derrepente se agarram. Coisas do tipo. Mas claro, o Gustavo é um complemento. Quem não sonho com uma menino lindo, com um corpo magnífico, olhos azuis, e além de tudo, gentil, sensível, humorado e educado?  Ele é o cara que eu sempre quis, sim.
Agora vou começar meus relatos: o dia de hoje. Sexta-feira. Meu telefone vibra durante a aula de física. Imagino ser a Lola para o grupo no whatsapp que tem nós duas, a Carla, e a Mariah, afinal, ela não tinha ido a aula hoje. Deixei para ver depois, e resolvi perguntar para a Carla: "Recebeu mensagem também?" Ela respondeu aquilo que não queria ouvir: "Nenhuma". Aquilo aumentou minha anciedade ainda mais. Parecia bobo, mas eu senti que alguma coisa estava acontecendo. Finalmente o barulho dos sinal interrompeu as falas da professora, e podíamos ir embora. Era hora de curtir o fim de semana! E de ler a mensagem, claro! Estava saindo, quando meu olhar foi desviado por um "psiu" no corredor. Ele estava me chamando. Eu fui até perto dele, com o coração disparado. Ele me entregou um convite e falou: "Por favor, não falta!"  . Nesse momento, nem me lembrei mais do que estava pensando em fazer anteriormente, agradeci, e sai correndo para dar as últimas notícias para a Carla e a Mariah. "Meninas, vocês foram chamadas para o aniversário do Gu?" Falei, com um sorriso enorme no rosto. "Não!" Ambas responderam quase juntas, e fizeram uma cara de desintendidas. "Ele me pediu para eu não faltar!" "Então você vai?" "Claro!" "Mesmo sem a gente?" "Ai meninas... A gente não precisa viver coladas, né?" "Desde que não seja no horário da nossa sessão pipoca, você deve ir mesmo, vai que acontece, né?" "É Carla... Mas se for, a gente pode mudar nossa sessão pipoca? Por favor!" "A gente pensa. Tenho que ir. Beijos." Sobramos eu e a Mariah. "Vou indo também amiga, te dou todo apoio para ir nesse festão dele!" Me deu um abraço, e saiu. Fiquei ali um tempo parada, pensando naquele menino. Abri o convite para lê-lo. Graças a Deus, não conhecidiria com o horário do 'encontro mensal da pipoca'. Sábado, às 20:30. Aniversário do Gu, na casa dele. Seria enfim o momento? Amém.
Fui despertada dos meus pensamentos pelo telefone tocando. "Alô, mãe? Já estou descendo. Desculpe a demora. Beijinhos" nem esperei ela dar resposta, desliguei a chamada e fui correndo, até chegar no carro. "Nossa menina, que demora! O que você arrumou dessa vez?" "O Gustavo me chamou para o aniversário dele, e ficamos conversando um tempo, por isso demorei." Menti, parcialmente. "E você quer ir?" "Aham. É logo depois da sessão pipoca com as meninas." "E elas vão também?" "Não" "Então tenho que te buscar na casa da Lola e já te levar direto?" "Isso aí. Vou te esperar no portão, prontinha e cheirosa." "Ta bom, minha filha!" Ela disse, dando uma risadinha e  arrancando o carro. "Obrigada, obrigada, obrigada!".