↝ 𝚜𝚒𝚡

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Meu rosto estava vermelho e meus olhos estavam inchados. Hoje eu tive a minha pior noite de sono. Eu mal conseguia pregar os olhos, porque sempre que eu os fechava, todos aqueles xingamentos vinham a tona de novo, e eu me sentia mais e mais culpada. Durante um período de tempo, eu recebi diversas ligações de Lizzie, Chloe, Jaden e até mesmo do Aaron, que disse que iria se afastar um pouco. Eu não estava com cabeça para responder, então apenas desliguei meu celular e procurei me ocupar o resto da noite. Eu fiz o mix de músicas para o Justin, assim como Luke me aconselhou. Procurei músicas que fossem importantes pra nós, ou músicas que o Justin gostava. O pen drive estava quase lotado de tantas músicas. Definitivamente, música era a nossa coisa.

Ajustei minha saia um pouco melhor na cintura, e arrumei os dois lacinhos que prendiam o meu cabelo. Passei um pouco do meu gloss labial, e peguei o pen drive. Desci as escadas e sorri de lado para o meu pai, que estava mexendo em seu notebook na sala. Ele também deixou de trabalhar no escritório depois do que aconteceu, porque ele disse que queria dedicar mais tempo para mim. Eu não reclamei, até porque gosto de receber a atenção dele. Caminhei para a cozinha e também sorri para Joan, que me recebeu com um beijo na testa.

— Bom dia, Ari. — Ela me disse, enquanto ainda se empenhava em cortar alguns ingredientes de alguma receita que ela estava preparando. — Vou fazer lasanha pro almoço!

— Vai estar uma delícia, mãe! — Sorrio sincera.

— Vai sair? Você está arrumada hoje... — Ela comentou.

Suspirei fundo e mordi os lábios. Ela provavelmente vai querer que alguém vá comigo.

— Então... Eu posso ir ver o Justin hoje? — Mordi minha bochecha, enquanto Joan me encarou por cima dos óculos. Ela sequer precisava dizer alguma coisa, porque eu sabia que a resposta era não. — Antes de qualquer coisa, o Luke disse que pode ajudar no tratamento do Justin. Por isso, eu comprei um pen drive e fiz um mix de músicas importantes pra ele, e eu pretendo ir lá levar hoje.

— Luke? O terapeuta? — Ela perguntou e eu assenti esperançosa. — Bom, você já sabe a minha resposta. Por que não vai tocar piano, ou fazer qualquer outra coisa aqui dentro de casa?

— Qual é, mãe! Por favor. — Ela negou. Respirei fundo. — Hoje é o último dia de visita do hospital... Você sabe que se eu não for hoje, vou ter que esperar até semana que vem porque não sou da família, não sabe?

Ela deu de ombros, como se dissesse que não ligava.

— Deve estar sendo um alívio pra você e pro papai, não? Vocês dois nunca gostaram do Justin mesmo! — Dou de ombros, e Joan para o que está fazendo. Ela me encara séria, e eu sinto um frio na barriga porque sei que uma bronca está por vir. — Vocês queriam uma forma de me afastar dele, e ela caiu direto no colo de vocês!

Joan não disse nada, porque sabia que isso era verdade. Eu acho que fiquei uns segundos ali ainda, porque queria que ela falasse algo, mas nada saía. Pela primeira vez, ela não sabia o que dizer. Eu soltei um riso nasalado, e virei meus pés para sair da cozinha.

— Sabe que não pode falar assim com a sua mãe, não sabe? — Edward disse ainda concentrado em seu notebook. — E nada do que disse é verdade. Nós sofremos com o que aconteceu, e não estamos nada contentes com o quadro do Justin.

— Não foi o que pareceu. — Cruzei os braços.

Edward retirou o notebook do colo, e me encaminhou sua total atenção. Eu sabia que ele era o elo mais fraco ali, mesmo que seja o meu pai. Joan era pé firme e quando decidia, raramente voltava atrás. Mas com ele é diferente, porque meu pai sempre vai tentar me agradar. Mesmo que seja ficando contra a minha mãe, ou me levando para fazer algo escondido.

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