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Capítulo 2.0

Cavaleiros escarlates repletos de chiclete

"É interessante como nossas vidas podem mudar drasticamente em menos de dois anos não?"

B.H

Um dia antes do Incidente:

       Os primeiros raios pálidos do sol de Blood Hunger banharam as calçadas e estradas da Rua Grudenta. 

       E como um relógio perfeitamente programado, o encantador bramido das corujas alvas foi substituído de imediato por o canto estridente dos pássaros negros, ao passo que as cinco chaminés da fábrica emanavam fumaça no céu azul recém revelado. 

Ao fundo podia-se ouvir os resmungos dos moradores insatisfeitos com o fato de que ao passar do tempo o cheiro do vapor parecia ficar mais pútrido. 

E não tardou muito para que a névoa mal cheirosa encontrasse uma entrada para o quarto de Amara Bellerose — através de uma janela que havia sido mal fechada no dia anterior —, e como a mesma sabia que talvez aquele cruel odor matinal não fosse o bastante para a despertar, o alarme de seu celular preencheu o vazio do quarto mostrando um pequeno título que a morena nunca havia tido coragem de remover. 

“Aniversário do Eric”, a tela anunciava.

Mas como sempre o alarme tocava em vão, pois como de costume a jovem se encontrava acordada desde antes do sol nascer. 

Ela havia vestido seu uniforme desnecessariamente justo de forma que cobrisse cada um dos hematomas que adornavam sua pele alva, afinal os alunos já lançavam olhares julgativos e cochichavam piadas de mal gosto sobre seu corpo — que durante aqueles dois anos havia aumentado consideravelmente de peso — sem verem as manchas roxas, o quão ruins poderiam ser se soubessem que aqueles hematomas eram só castigos de Christian Godman por ser uma namorada ruim? 

Preferia não descobrir.

“Amara!”, berrou sua mãe “Se você continuar trancada neste quarto perdida nos próprios pensamentos vai chegar atrasada na sua primeira aula!”

Quem sabe eu guardo minha falta primária para o dia que ele voltar”, pensou suspirando ao passo que colocava seus cabelos para frente, a fim de desviar a atenção de seu rosto.

“Já estou indo mãe!”, anunciou, enquanto corria em direção a porta, evitando a todo custo olhar para o espelho, pois bem sabia que não gostaria da imagem que avistaria.

A MORTE DE UMA MULHER LIVRO 1 || EM ANDAMENTOOnde histórias criam vida. Descubra agora