Olhei para o grande espelho
E assustei-me.
Havia uma fera à sorrir
Debochadamente
Para mim.
As enormes presas reluzindo
Na falta de luz.
E os olhos negros cintilando
Medo até o fim.
Suas garras afiadas pareciam
Delascerar almas.
Mas pelo seu rosto era apenas
Outra alma assustada.
Eu queria ter medo e fugir
Mas vê-lo triste me
Fazia querer lhe
Acudir.
Sim, ele era um horrível
Monstro.
Mas estava ali
Por mim.
Mesmo rosnando para a
Sombra negra ao
Meu redor
Não parecia confiar em
Ninguém além de si.
Olhei para o grande espelho
E assustei-me.
Havia um monstro noturno
Coberto de raízes negras
E poucas estrelas
Que engoliam-no de dentro
Para fora de seu corpo
Grande e esguio.
Ele não era feroz por vontade
Era apenas defesa
Desconfiança do mundo
Ao seu redor.
Os olhos negros em agonia
Os dentes brancos
Afiados
Que poderia me matar
Em uma única mordida...
Mas não o fez.
E tinha medo de mim
E de ser traído
Por si mesmo.
Mas quando olhei no fundo
De seus olhos noturnos
Percebi que o tal monstro era
Apenas meu reflexo.Talyta Araújo Moraes.
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Coisas Que Você Pensa E Nem Percebe.
PoesíaEsse é um livro de poesias que incluem fatos vivenciados ou criados por mim, em que as metáforas fazem com que o leitor mergulhe e tente entender a complexidade expressada nas entrelinhas. Você não precisará só da leitura, mas também da compreensão...