one shots ⋅ cheronica

∙ ondas do mar ∙

(verônica tenta tirar sua própria vida quando uma garotinha se apercebe do ocorrido.)

aviso de gatilho: automutilação, suicídio.

ツ

Blake corria apressadamente pela beira do mar enquanto sua mãe Cheryl a observava sorridente. Era de madrugada, um pouco antes de amanhecer.

E por que estavam elas na praia tão cedo? Bom, é simples. Cheryl sempre foi apegada a sua menininha. Talvez por ter de criá-la sozinha. Então isso se tornou um programa entre elas, mas apenas quando estavam de férias. Como estava acontecendo.

Blake tinha apenas 5 anos, mas era uma menina cheia de garra e tinha muito amor  por sua mãe. Blake é o tipo de menina que faz pessoas que não gostam de crianças, gostarem dela.

— Blake, cuidado, a maré está levantando. — Cheryl avisou.

— Vem, mamãe! Vem! — a ruivinha saltitou na areia animada.

— Não tenho sua idade, meu amor. Meu corpo não aguenta tanto frio do mar. — Cheryl brincou. Apenas não queria se molhar.

Blake acabou desistindo e sentou na areia para se divertir com as pequenas ondas que a rondavam.

A menina acabou sendo atraída por um movimento agitado um pouco mais longe dela.

— Olha mamãe, uma sereia! — Blake apontou completamente perplexa.

Cheryl riu a principio, adorando a imaginação de sua filha, mas quando olhou na direção que a menina apontava e de facto viu uns cabelos, ela se levantou imediatamente.

— Blake, aqui. — Cheryl chamou e a menina foi até à mãe. — Você vai ficar aqui, sim? Mamãe já volta.

— Não machuca a sereia, mamãe. — Blake começou a choramingar.

— Nunca faria isso, meu amor.

— Promete de dedinho?

— De dedinho. — Cheryl sorriu e deu um beijo na testa da filha.

Cheryl logo correu para o mar. Se não queria se molhar, agora não tinha volta. Ela estava nadando apressadamente pelas ondas até ao corpo que boiava no mar.

Nunca em toda a sua vida agradeceu tanto por sua mãe ter colocado-a em aulas de natação. Caso contrário, jamais chegaria ao lugar afastado onde aquele corpo se encontrava.

Quando Cheryl finalmente alcançou o corpo, percebeu que estava virado para baixo e o virou para cima. Notando ser uma garota. Uma garota que poderia bem ter a idade dela.

A ruiva voltou à costa com a garota em seus braços e quando se colocou de pé, correu com ela até Blake, deitando a garota em sua toalha.

— A sereia virou humana... — Blake murmurou surpresa. Sem compreender que aquela garota estava em perigo, é claro.

— Você consegue me ouvir? — Cheryl perguntou desesperada para a garota que tentava socorrer. Sentia seu coração batendo lentamente.

Não obteve resposta mas a cabeça da garota começou a se mexer.

— Qual é seu nome? Seu nome.

— Ve... Verônica. — escutando o nome da menina, Cheryl se aliviou percebendo que ela já estava praticamente consciente.

Aos poucos, a tal Verônica foi abrindo os olhos e apesar de sua visão turva, ela conseguiu perceber a cor ruiva em cima dela.

— Vira. — Cheryl ajudou a garota a se virar para o lado caso ela precisasse vomitar ou algo do tipo.