A sombra

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Anteriormente em ~ Me diga quem é você! ~

POV's Autor

Será que ela havia finalmente respondido? Perguntou-se com um sorriso se formando em seus lábios

Pegou o celular e abriu a mensagem. Seus olhos de uma hora para outra ficaram alarmados e o sorriso desvaneceu.
Levantou rapidamente, vestiu uma camisa e saiu do quarto com as chaves da moto em mãos.

Na tela do seu telefone uma mensagem de desespero podia ser lida.

POV's Nora

Por favor. Me ajude! Segurei o celular contra meu peito. Chorava com soluços baixos o suficiente para evitar que me ouvisse.

– Vamos. Quem acha-la, brinca primeiro. Mas nada de ganância, vamos deixar um pouco para os amigos. Certo? - ouvir um deles falar.

Meu medo era grande o suficiente para nem tentar olhar para onde eles foram. Respirei fundo e permaneci em silêncio quase absoluto se não fosse por minha respiração entrecortada.

Olhei meu celular novamente.

Será que ele recebeu? Ele leu? Será que...que ele vai me ajudar?

Deveria ter corrido até não conseguir mais, talvez até tivesse encontrado alguém na rua, mesmo a essa hora. Agora estava presa em um canto escuro, frio e fedido, esperando e pedindo para que não me encontrassem.

Seria esse meu destino?

Ouvi dizer que podemos engana-lo, mas nunca conseguimos fugir dele. É inevitável.

– Esse é o último! - ouvi alguém falar. Meu coração parou nesse momento. Reagi, me afastando para trás, no entanto, o lugar foi preenchido por um barulho de uma garrafa quebrando.

– Ela já deve estar longe daqui.

– O que foi isso? - perguntou um deles. Engoli em seco.

– Deve ter sido um gato - respirei fundo. Fiz uma prece silenciosa

Não. Não. Por favor sigam seu rumo. Por favor!

– Ou uma gata? - escutei sua voz brincalhona.

É o fim. Meus olhos desataram a derramar lágrimas, mas permaneci em silêncio. Sabia o que me esperava. Tinha consciência de que estava no fim na linha. Não havia para onde correr e nem esconder. Minhas pernas tremiam, assim como todo o meu corpo.

Seus passos ecoavam no beco. Cada vez mais perto, escutei o som das latas sendo chutadas.

Preciso lutar até minhas últimas forças. Certo pai? Você me ensinou isso. Não adianta me conformar sem lutar. Certo?

Sai de trás das latas e dos sacos. Logo dois pares de olhos me focalizaram. Um deles era alto, moreno e com o cabelo na altura dos ombros e desgrenhados enquanto o outro tinha a mesma altura porém era mais esguio e possuía uma tatuagem tribal no braço direito.

– Não disse que era uma gata! - falou o homem moreno. Notei o perigo em seus olhos.

– Você estava certo! Como sempre!

– Por favor - pedi - Por favor me deixem ir. Aqui - tirei minha mochila e joguei aos seus pés - Tudo o que eu tenho! Podem levar!

O homem da tribal sorriu. Um sorriso de deboche.

– Você ou eu? - perguntou direcionando ao cara a seu lado.

Percebi que eles não iriam embora.

Me diga quem é você!Onde histórias criam vida. Descubra agora