treze

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•Hope Schwartz•

O senhor estaciona e eu o olho, entregando algumas notas à ele.

- Pode ficar com o troco. -digo simples.

- Muito obrigado, e fique bem! -ele diz, e eu assinto- Cuidado com a chuva.

- Obrigada. Tenha uma boa noite. -digo, e respiro fundo ajeitando meu capuz, passando a mão por meus olhos, limpando as lágrimas que haviam caído.

Assim que saí de minha casa, eu começara a chorar, e o taxista começara a conversar comigo. Obviamente eu não lhe disse nada, até porque nem mesmo com minha psicóloga eu poderia dizer a verdade. Mas ele me ajudara bastante me dizendo mensagens positivas e coisas iluminadas, era um senhor muito educado.

Abro a porta, colocando minha mochila em minhas costas, e desço, fechando a porta atrás de mim, e acenando para os seguranças. Passo pelo grande portão, que se encontrava aberto, e começo a correr pelo imenso caminho, podendo ver a silhueta dele na porta de entrada, porém no meio do caminho sinto meu salto quebrar, me fazendo cair.

- HOPE. -escuto, e me sento no chão de forma menos dolorosa e retiro meus sapatos, os deixando em qualquer lugar, pressionando meu tornozelo, que já se encontrava dolorido.

Justin se abaixa em minha frente, colocando uma de suas mãos em cima da minha em meu tornozelo, e a outra em meu ombro.

- Você está bem? -ele pergunta, e eu levanto minha cabeça, passando por seu peitoral descoberto, tentando o olhar nos olhos.

A chuva era intensa, e estava me fazendo tremer, ou talvez eu tremesse por finalmente estar na frente dele novamente. Sua presença me deixava nervosa, e eu sentia meu estômago se revirar por inteiro.

- Eu preciso de você. -digo baixo, sendo a única coisa que eu conseguia dizer. 

Então sem esperar mais nenhum segundo, eu o abraço fortemente, deixando minhas lágrimas se misturarem com as gotas da chuva. Eu chorava de saudade dele, eu chorava por não tê-lo escutado antes, chorava por culpa de ter atirado em seu ombro, chorava por ter nascido com um pai incapaz de fazer as coisas por minha felicidade, e não apenas pela própria.

Então em meio à tantos pensamentos, sinto Justin passar um de seus braços por baixo de minhas pernas, e o outro em minhas costas, me levantando do chão, correndo para dentro de sua casa comigo em seus braços.

- Você está bem? -ele me pergunta novamente, me colocando sentada no sofá, sem se importar se eu estava o encharcando.

- Estou.. foi a dor da queda, mas já está passando. -digo baixo, olhando fundo em seus olhos caramelos, e ele assente minimamente.

- Vou pegar gelo mesmo assim. -ele diz, e eu sinto sua mão se desencostar de minhas pernas desnudas.

Em poucos segundos ele volta com um pequeno saquinho com gelo, e coloca em meu tornozelo.

- Vamos deixar um tempo, e você toma banho para não ficar doente. -ele diz, ainda segurando o saquinho, e eu rio baixo.

- Eu ainda estou de roupas, você está até sem camisa. 

- O que importa é você. -ele diz, olhando tão fundo em meus olhos, que eu sentia que era possível ele ler toda a minha alma naquele instante.

Eu continuo o encarando, e respiro fundo, fechando meus olhos.

- Me desculpa. -dizemos exatamente no mesmo momento, me fazendo abrir os olhos, e sorrir inconscientemente, vendo um sorriso no canto dos lábios do loiro à minha frente.

Criminal Release {Volume 2}Onde histórias criam vida. Descubra agora