Capítulo 3 - Trégua

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Eram poucas as coisas que ainda deixavam Styles surpreso. De uma vida humana muitas vezes esquecida pelo capitão ao inicio incerto de sua jornada permanente na Terra do Nunca, não se lembrava da última vez que algo o tenha pegado tão desprevenido.

Quero que leia para mim.

Pelo olhar que Tomlinson agora direcionava a si, sua perplexidade era totalmente visível em suas feições. O capitão pisca uma vez, então uma segunda, até que consegue reunir as palavras.

- Não diga absurdos, garoto! - franze as sobrancelhas, mesmo que ainda atordoado, a expressão de raiva por encontrar o de olhos azuis em sua cabine retorna ao seu rosto. - Acha mesmo que pode entrar no Jolly Roger, invadir minha cabine pessoal e mandar-me fazer algo para você?! - ele então dá um passo a frente, cada vez mais perto de Tomlinson, este ainda com o maldito nariz empinado em sua direção, o encarando despreocupadamente, como se Styles fosse obrigado a fazer o que quer que aquele pirralho mandasse. - Você só pode estar louco se acha que vai entrar aqui e não sofrer as consequências por todas as merdas que você faz toda vez que põe seus pés nesse navio. - a raiva sobrepondo-se novamente ao seu embaraço pelas palavras do outro, tão perto daquela criatura insuportável que um movimento rápido com o gancho naquele pescoço seria o suficiente para acabar com seus problemas.

- Você gosta de se ouvir falar não é mesmo? Deixe de ser ranzinza com suas promessas de morte, Styles. - Louis também dá um passo em sua direção, o passo definitivo para acabar com qualquer que fosse o espaço entre os dois, ele ergue mais o rosto para continuar encarando diretamente aqueles olhos verdes cheios de ódio em sua direção, olhos azuis o desafiando. - Se soubesse o quão divertido é vê-lo furioso andando pelo convés. - ele pisca um dos olhos em divertimento. - Mas não vim aqui para isso. - Tomlinson o fita mais intensamente, em uma expressão decidida. - Proponho uma trégua.

- Uma trégua?! Eu vou matar você. - Styles mostra os dentes ao que seu rosto se retorce com o ódio que sente pelo menor a sua frente.

Ele então coloca a ponta do gancho diretamente na garganta de Tomlinson, a lâmina pressionada contra a pele exposta do pescoço, tão afiada que um filete de sangue começa a escorrer lentamente em direção a clavícula e a gola da camisa com os primeiros botões abertos do menor.

- Você só pode ser um idiota, um completo idiota. - ele pressiona mais a ponta do gancho no pequeno corte, Tomlinson recua um passo, sua expressão ainda petulante, como se estivesse entediado e o capitão não estivesse a um passo de rasgar sua garganta.

Styles não deixa o espaço entre os dois se estabelecer novamente, então quando Tomlinson continua a recuar e suas costas ficam contra a parede, ele continua na sua frente, o gancho ainda em seu pescoço, seus olhos não perdendo nenhum movimento do garoto, tentando prever algum possível ataque.

- Dê todas as vezes em que imaginei acabar com você, de todos os cenários possíveis que criei em minha mente. - ele arrasta um pouco o gancho, aumentando o corte ainda superficial na derme do outro, o garoto podia não mostrar nenhum pavor naqueles olhos azuis, mas Styles via sua caixa torácica se movimentar apressadamente. - Nunca cogitei que seria por que você decidiu me pedir algo tão estúpido. - ele aproxima seu rosto ainda mais. - Não precisa se preocupar com uma morte rápida e definitiva, Tomlinson. - ele arrasta o gancho mais um pouco - Eu vou me demorar com você, vou arrancar esse seu sorrisinho idiota do rosto, até que tudo que saia da sua boca seja gritos de pavor. - o capitão desvia seu foco dos olhos azuis por um momento, apenas para olhar o sangue escorrendo pelo pescoço e clavícula do menor já manchando a camisa, retornando novamente o foco aos olhos azuis. - E quando tudo que restar forem suas súplicas por misericórdia, vou lhe matar com o gancho que você tão compassivamente se esforçou para substituir minha mão esquerda. - ele apoia a mão direita na parede ao lado do rosto do outro. - E essa vai ser minha misericórdia para com a sua vida miserável, Louis Tomlinson.

Hook - um conto Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora