Tom tinha seus lábios franzidos em divertimento.
- Estou impressionado, Moreninha. Não pensei que você fosse realmente assim.
Tom desencostou-se do seu carro, ficando cara a cara comigo, aquele mesmo sorriso desonesto e sarcástico no seu rosto.
- Bem, agora você sabe. - O dirigi um sorriso falso.
Eu olhei para baixo, olhando para ele. Finalmente percebi o que ele estava vestindo e não vou mentir: ele estava bem. Vestia uma camiseta branca listrada com azul claro com uma jaqueta marrom por cima, jeans skinny preto e Converses brancos.
- Me analisando? - Olhei para cima para vê-lo com um olhar provocante sobre mim.
Revirei os olhos.
- Não. - Olhei para longe, envergonhada por ele ter percebido.
Ele lambeu os lábios, passando os olhos por todo o meu corpo.
- Você também não está nada mal.
Olhei para mim mesma, vendo que eu vestia um par de jeans com um suéter largo e a jaqueta por cima.
Eu não sabia se ele estava falando a verdade ou se estava brincando, mas aceitei o elogio de qualquer forma. Ele apenas riu, enviando um arrepio pela minha espinha.
- Entra no carro, gatinha. - Ele sinalizou para o carro que mais parecia o Batmóvel. Eu nem tinha me dado conta de que ele havia mudado de carro, sendo que nós tínhamos nos visto a menos de uma hora.
Ia perguntar onde ele o conseguiu, mas algo dentro de mim me disse para não o fazer.
Eu nem havia percebido que ele já estava dentro do carro até que ele apertou a buzina, me tirando do transe. Tom colocou a cabeça para fora, seu cotovelo apoiado na janela.
- Você vai entrar ou o que?
Eu olhei para ele, para o carro e para a minha casa. Não era uma decisão tão difícil. Olhando mais uma vez para ele, caminhei até o lado do passageiro. Procurando o trinco, me dei conta de que não havia um.
- Por que a demora? - Tom gritou pela janela.
- Fica quieto! Meus pais vão ouvir você e eu não sei abrir essa coisa! - Sussurrei em um tom gritante. Ele gargalhou.
- É só apertar o botão na lateral.
Olhei para baixo, procurando o tal botão. Quando o encontrei, revirei os olhos antes de abrir a porta e entrar no carro.
- Já não era sem tempo. - Ele cuspiu as palavras, brincalhão.
- A culpa não é minha se o seu carro é tão complicado. - Sibilei em minha defesa.
Ele sorriu, dando a partida antes de tirar o carro da vaga e começar a dirigir.
Alguns minutos se passaram enquanto eu cantarolava no meu próprio ritmo, tamborilando meus dedos no descanso de braço colocado sob a janela. Eu olhei pelo vidro, me perguntando onde estávamos. Foi então que me dei conta de que nem sequer sabia para onde estávamos indo.
- Para onde estamos indo? - Me virei para olhá-lo.
Ele riu meramente, sacudindo a cabeça.
- O que é tão engraçado?
Ele me ignorou e apenas continuou rindo. Uma vez que eu me aquietei, ele olhou para mim.
- Você não aprendeu da última vez que perguntou, não é? - Ele voltou a olhar para a estrada.
Flashes piscaram na minha mente de todas as vezes em que eu perguntei para onde ele estava me levando e, como agora, ele não me respondeu. Encolhi os ombros.
- Não, porque eu continuo tão curiosa quanto antes. - Sorri, fazendo-o rir mais uma vez.
Sentando na ponta do banco, ele colocou um joelho abaixo da direção, usando-o para controlar o carro enquanto sua outra perna apertava o acelerador. Usando três dedos de sua mão esquerda para assegurar que não perderia o controle do carro, ele começou a vasculhar seus bolsos com a mão direita. Encontrando sua carteira de cigarros e um isqueiro, ele tirou um da mesma, o deixando entre os lábios antes de acendê-lo.
Engolindo a fumaça, ele tirou o joelho da direção, voltando a sentar-se propriamente. Tirando o cigarro dos lábios, ele segurou a fumaça por um momento antes de soprá-la janela a fora.
Sacudi a cabeça. Esse garoto ainda vai nos matar pela forma como ele dirige e com a máxima atenção que estava dando para aquela droga de cigarro.
Eu estaria mentindo se dissesse que não acho aquilo sexy. Odiava admitir que tudo o que ele fazia era sexy. Muito para o meu desânimo, claro. Foi então que eu me dei conta de que estava em um carro com um assassino mais uma vez.
Então, flashes da noite anterior quando eu sentei em um carro com ele pela primeira vez passaram pela minha cabeça.
- Como eu posso saber? Eu estou em um carro com um assassino. - Revirei os olhos, cruzando os braços na altura do peito.
- Você vai jogar isso na minha cara toda vez que eu abrir a boca? - Ele rosnou baixo, sua voz profunda e seus olhos escuros.
Senti meu estômago revirar em culpa. Acho que o julguei rápido demais. Eu sei, ele matou alguém e é provavelmente o cara mais bipolar que eu já conheci, mas ainda assim eu não tinha direito de julgá-lo por que eu não sabia por qual motivo ele tinha feito o que fez.
Acho que pode-se dizer que eu estava intrigada e impressionada que ele tivesse mantido sua promessa sobre me deixar ir para casa.
Me virei para ele, olhando para seu rosto sem defeitos.
- O que você está olhando? - Seus ombros se mexeram com a sua risada.
Sacudi a cabeça.
- Nada! - Desviei meu olhar para longe de maneira estúpida.
- Sabe, você deveria tirar uma foto, gatinha. Dura mais.
Eu simplesmente revirei os olhos.
Ele sorriu, olhando mais uma vez para a estrada, enquanto tragava mais uma vez seu cigarro.
Se você me perguntasse porque eu havia aceitado ir a algum lugar com ele, ou ainda, entrar em seu carro, eu não saberia responder, pois para ser honesta, eu realmente não sei.
- Estou levando você para almoçar. - Tom falou mais uma vez, respondendo à pergunta enquanto seus olhos continuavam na estrada. Eu poderia sentir que havia um sorriso se formando em seus lábios - Tudo bem? - Ele desviou os olhos para mim.
Meu estômago queimou em nervosismo.
- Claro. - Dei de ombros despreocupadamente, fingindo não ligar, quando na verdade eu ligava.
Outro pensamento passou pela minha cabeça e como sempre, minha boca grande tomou o controle e eu perguntei antes que tivesse a chance de me impedir.
- É um encontro? - Mentalmente me amaldiçoei uma vez que as palavras escaparam da minha boca.
Ele sorriu.
- Só se você quiser que seja, gatinha.
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Danger | Tom Holland
FanfictionUma noite, uma festa, um erro... O que ele pensou que iria arruinar sua vida, acabou o salvando. Enquanto a sua vida é resumida em mentiras e pessoas enganado você, como que você aprende a confiar em alguém? E quando a pessoa que você mais ama, pa...