Point of view — Noah Urrea
Exato três minutos que estou olhando para o bar que se encontra a minha frente, estou em uma luta interna se devo ou não entrar e tomar uma dose de whisky. Sei que não devo beber por raiva, por causa do meu problema com álcool, mas porra, eu estou com tanta mais tanta raiva que não consigo pensar em mais nada.
— Foda-se, não vai ser uma ou duas doses que me fará um dependente novamente.— Converso comigo mesmo feito um louco.
Coloco o capacete preto sobre o guidom da moto, bato a mão no bolso de trás da minha calça conferindo se realmente minha carteira está comigo e quando percebo que sim entro no bar um pouco vazio, então sento-me sobre a banqueta em frente a bancada de madeira do bar rústico e luxuoso. Um homem alto e forte está atrás da divisória de madeira, o rapaz jovem adulto percebe minha presença e antes que ele venha até mim eu apenas faço um sinal apontando para a prateleira para o Johnnie Walker Blue Label e então o moreno pega o copo de dose.
— Duplo por favor.
O cara sorrir satisfeito, claro que ele estaria satisfeito, o whisky que pedi é um dos melhores do mundo, sei disso por causa da desgraça do meu pai, ele tem uma coleção com os dez melhores do mundo, enfim, o homem do bar vai faturar uns bons dólares por minha causa esta noite.
Patético! Não, eu sou patético, corrijo-me quando sei que fui eu que vim até aqui e fiz o pedido.
O tilintar do gelo é ouvido por mim quando o copo grande é posto a minha frente, pego meu whisky e tomo um gole generoso. Não posso evitar de sentir-me um pouco culpado, se fosse apenas uma cerveja seria tranquilo, e sei que estou prestes a cometer um desatino ao beber, mas… nada de mas, eu sei que posso parar, eu não vou ceder novamente.
Tomo mais um gole, o sabor é incrível porém ainda não consigo me acalmar.
Quem aquela Barbie pensa que é para tentar me humilhar? Eu posso ser tudo que ela disse, entretanto não sou um iludido, que acha que a vida tem que ser perfeita. Ela é tão tosca e mesquinha.
Quem é que convive a tantos anos com uma pessoa e não percebe que está sendo chifrada? Que mulher imbecil! E o maior problema de tudo isso, é que Any merece ser feita de trouxa ela é mais burra que uma porta.Any é tão cega por aquele ser, que não percebe um palmo à sua frente, ela prefere culpar a tudo e a todos do que por seu namorado perfeito na berlinda. Ela prefere se culpar a todo instante do que acordar. Idiota.
Será que o que dizem por aí, sobre uma pessoa sempre saber que está errada e agir como se nada estivesse acontecendo para evitar uma dor é mesmo verdade? Pois só assim eu conseguiria minimamente entender a Any. Eu sou o tipo de pessoa que prefere doer tudo de uma vez e seguir em frente do que sofrer em prestações como vejo a bonequinha de plástico sofrer.
Any está sempre chorando, irritada e frustrada por algum motivo, contudo sempre consegue arrumar alguma desculpa para poder continuar com aquele palerma e tentar demonstrar que está tudo bem.
— Imbecil— Murmuro baixinho, como alguém pode ser tão desligada assim? Eu queria mesmo contar a verdade a ela, mesmo que isso a matasse, eu não queria ser conveniente com algo assim, mesmo que isso significasse ajudar alguém que não quer ser ajudado. Any que não me deixou falar, então eu lavo minhas mãos.
— Mais um duplo, mas dessa vez sem gelo. — bato com um pouco de força o copo no balcão, para que o dono bar pegue o mesmo imediatamente, desta vez peço sem gelo, eu preciso da bebida ainda mais forte, pois ainda estou nervoso.
Com poucos minutos meu whisky está em minhas mãos, e quando tomo um segundo gole, eu lembro de um detalhe importante: Blair.
Sorrio, ao lembrar do que ela está prestes a fazer, eu nunca tive vontade de foder aquela chuck, mas buceta é buceta, se ela me oferecesse eu a comeria sem problema algum, afinal… gostosa ela é.
Mas agora que sei que ela está de olho no dinheiro que pensa ser meu, vai ser ainda mais divertido quando ela se oferecer. Mesmo eu detestando admitir, eu vou me vingar nem que seja um pouco pela bonequinha de plástico.
VOCÊ ESTÁ LENDO
180 DAYS | Noany
FanfictionNos dias de hoje, adolescentes saem e bebem quase todas as noites, fazem loucuras sem se preocupar com as consequências. Eu achei que comigo seria igual, mas não foi. O meu final de semana, passou de divertido para completamente aterrorizante, afina...