dois.

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TESSA.

Paro na frente da entrada da escola de Haley vendo-a sentada no banco sozinha com os cotovelos nos joelhos e o rosto apoiado na mão, mas não faz nem 5 minutos que bateu o horário da sua saída então não faço ideia do porquê de ela estar aqui sozinha enquanto posso ver as outras crianças correndo e brincando.

Abaixo a janela e buzino, acenando pra Haley quando ela olha na minha direção.

Sorrio quando seu rosto se ilumina e ela levanta correndo até o carro com a mochila rosa da Barbie de rodinhas na mão.

Eu abro a porta do passageiro e ela entra com um pouco de dificuldade de levantar sua bolsa com ela, e eu a ajudo.

— Cadê o Jack? –pergunto e ela dá de ombros.

— Acho que ele tá brincando. –diz baixinho e eu suspiro saindo do carro e indo atrás dele.

Eu o encontro na quadra jogando basquete com alguns meninos da idade dele e grito seu nome, sem querer entrar. Ele se vira e logo tá pegando sua bolsa e vindo até mim.

— Pedi pra ficar de olho na Haley, por que ela tava sozinha no banco? –pergunto e ele dá de ombros.

— Ela não fez amizade com ninguém e meus amigos não deixaram ela brincar com a gente então eu fui e falei pra ela me esperar lá. –franzo o cenho mas não falo nada.

Ando até o carro e ele entra atrás enquanto eu entro no banco do motorista, sorrindo pra Haley.

— Como foi? –ela fica de joelhos no banco e beija minha bochecha me fazendo rir, sentindo a máscara cair devagar como quando tô com ela. Haley é a única que conhece meu verdadeiro eu.

— Foi legal. –dá um sorriso contido e eu levanto as sobrancelhas dando partida no carro.

— Só legal? Me fala mais, fez algum amigo? –ela dá de ombros olhando pras unhas curtinhas pintadas de preto, ela disse que queria combinar comigo então quando fui pintar a minha aproveitei pra pintar a dela também.

— Ainda não, ninguém além da professora falou comigo mas acho que é normal, né? É por causa que é meu primeiro dia. –engulo em seco e aceno forçando um sorriso pra ela, tentando não ficar com raiva.

Estico minha mão sobre o painel e entrelaço nossos dedos, sentindo seus dedinhos fazendo carinho em mim enquanto dirijo e escuto sua voz cantando a música baixa que toca no som do carro.

Paramos na frente de casa e saio do carro pegando minha mochila e a de Haley, a ajudo a sair do carro e ela sai correndo pra dentro de casa enquanto eu e Jack vamos atrás depois de trancar o carro.

Entro na casa atrás dele escutando minha irmã conversando com meu tio, eles são bem próximos, o que me deixa feliz porque pelo menos ela tem uma figura paterna presente. Mesmo que não seja quem deveria ser, assim como com a nossa tia.

— Finalmente. –Marcus geme se levantando do sofá e vem até mim, me seguindo até as escadas.

— Que é?

— Me empresta o carro, preciso sair. –eu levanto as sobrancelhas.

— Pega o da sua mãe.

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