Meu final de semana estava se encerrando, faltava apenas um dia para minha volta á minha rotina normal. Correria da cidade grande, pessoas andando pra lá e pra cá, sempre com muita pressa, buzinas de carros, transportes públicos e privados... Estou realmente sentindo saudade da minha vida agitada e cheia de compromissos.
-Já escolheu a roupa? -A sempre doce e um pouco intrometida Shizune perguntou.
-Acho que essa aqui. - Em minhas mãos carregava uma blusa azul social e uma bermuda branca meio beje.
-Ótima escolha! -Elogiou a mulher que foi logo pegando o traje para passar.
Como no outono costuma ter uma temperatura moderada, nem quente, nem frio, achei legal usar uma roupa mais simples.
Quebra de tempo
Quem diria que até as festas desse lugar são tão chatas e calmas... Uma festa dessa na cidade teria vários famosos, pessoas importantes com dinheiro, desfilando pra lá e pra cá. Não um bando de crianças e jovens correndo e esbarrando nos adultos.
-Olha quem está aqui... -???
-Que honra reencontrar sua humilde presença. - Menti descaradamente. -Hidan. -
-Olha que surpresa agradável, você ainda sabe meu nome, estou realmente feliz por isso... Kakashi. -
Como esquecer o nome do meu maior rival antigamente? Nunca gostei desse cara, até hoje sua pessoa e o jeito que ele finge ser legal não me desce.
-Poderia me dizer o que te trouxe até o festival esse ano? - Não eu não quero falar nada.
-Fazia tempo não vinha, então decidi passar o final de semana aqui. -Expliquei rápido sem fazer contato visual com o corpo alheio.
Depois de uma enchessão de saco, Hidan finalmente me liberou, fiquei surpreso em saber que agora ele era o dono do banco.
-Se divertindo? -Uma voz já conhecida me perguntou.
-E tem como se divertir nesse fim de mundo? -Revirei os olhos olhando para o belo homem à minha frente.
-Não devemos falar assim de lugar nenhum Kakashi! -O jeito que ele pronunciou "Kakashi" foi tão sexy e ao mesmo tempo tão fofo, que acabou fazendo meu coração errar uma batida.
-Até você vai me dar bronca? -Ergui uma sobrancelha. -Já não basta Tsunade? -Ouvi um pequeno riso do menor.
-Vamos caminhar Kakashi! -Sem aviso prévio Iruka me puxou segurando meu braço, quase me empurrando, tentando nos afastar da multidão de pessoas.
Depois de uma longa caminhada no pequeno parque da cidade, notei que Iruka segurava de forma fofo a mangá da minha blusa.
-Ah fazia tanto tempo que eu não ria tanto! -Falou o moreno com as bochechas coradas pelo enorme sorriso que não sumia de sua boca.
-Vamos nos sentar um pouco? -Perguntei apontando para um banco.
Rapidamente Iruka me soltou correndo apressadamente até o local como uma criança ansiosa, quando chegou deu uma leve batidinha no banco me chamando ainda com um sorriso entre os lábios.
-A tarde está tão linda! -Comentou o moreno olhando para o céu admirando o belo pôr do sol.
-Lindo... -Falei baixinho admirando a beleza, mas não do sol e sim do belo homem.
Ficamos ali sentados sem dizer nada um para o outro, só estávamos curtindo nosso último dia juntos.
-Acho que está na minha hora. -Falei me levantando. -Te deixo em casa? -Estendi minha mão como um gesto de cavalheirismo.
-Claro! -Aceitou prontamente.
A casa do moreno não ficava longe, em silencio rapidamente chegamos até a pequena casa.
-Bom isso é um adeus? -Perguntou o moreno um pouco inseguro.
-Não é claro que não. -Ri da cara de preocupado do outro.
-Foi muito bom te ver de novo Kakashi. -Comentou Iruka corado pela vergonha.
-Foi ótimo ter passado esse dia com você Umino. -Peguei a pequena e delicada mão alheia e deixei um carinhoso beijo.
-Volte mais vezes por favor... Ao seu lado eu até esqueço meus problemas. -Sem nem dar tempo de responder Iruka entrou na casa me deixando pra trás com mil e uma vontade de passar o resto do meu dia ao seu lado.
Desapontado e um pouco chateado voltei para a fazenda calmamente pelas ruas que agora estavam menos movimentadas.
-Hidan me falou que hoje o moreno não vai trabalhar. -Uma conversa entre dois desconhecidos me fez parar para ouvir.
-O que deu naquela puta? Eu vir de muito longe só por sua causa e ele faz isso? -
"Puta", "moreno", quem será que era essa pessoa mistériosa?
O resto da caminhada foi pensativa.
Cheguei até á fazenda e ignorei todos sem dizer nenhuma palavra me tranquei no quarto que estava hospedado para tomar um banho.
-Essas pessoas são estranhas... -
Fiz um comentário enquanto secava meu cabelo com uma toalha.
