Minha cabeça doía. Meu corpo inteiro reclamava pela falta de horas dormidas.
- Bom dia. - Desejei seco sem animação.
- Bom dia! - A sempre sorridente Shizune respondeu colocando o café na mesa. - Dormiu bem? -
- Melhor impossível. - Sorri fraco bocejando. - Onde está o dragão é o seu cachorrinho? - Me referi a Tsunade e Jiraya.
- Foram a floricultura comprar flores para casa. -
....
Tomei café preto tentando afastar o sono que me consumia.
Hoje era o dia da festa de outono. Não estava nem um pouco ancioso ou feliz, em pleno sábado eu só queria estar em casa fumando o melhor charuto, assistindo "O Poderoso chefão", de boa, só na manha.
- Olá! - Falava com um sorriso falso para as pessoas.
Era tão estranho voltar para esse lugar... Voltava a ver cada ser humano esquecido nesse fim de mundo.
"-Olha nascer pobre é normal, agora morrer pobre é burrice!-"
Para mim é estranho ver como as pessoas nesse lugar não mudam, sempre vivendo a vida simples delas. Aqui o que mais se ver é filho de fazendeiro, fazendas passadas de geração por geração. As pessoas daqui já nascem com seu destino pronto, não tem nem o direito de viver sua vida, realizar seus sonhos, ou mudar a realidade desse fim de mundo.
Dês de criança eu falava que um dia me veria livre dessa cidadezinha de merda. Dito e feito, hoje moro em uma capital, tenho meu trabalhos, meus carros, casas, levo minha vida classe alta, e sou feliz... Ou pelo menos finjo ser.
Me sentei de frente para o pequeno lago, encontrado no meio do pequeno interior.
-Kakashi Hatake não é mesmo? - ???
-Iruka Umino não é mesmo? - Repeti a pergunta do moreno que se juntou a mim sentando na grama.
-O pessoal daqui fala bastante de você sabia? -O tal de Iruka parecia ser bem observativo.
-E de quem esse pessoal não fala? -Arqueie uma sobrancelha sorrindo pro corpo alheio.
-Você tem um ponto. -
Iruka me deu um sorriso bobo e se deitou na grama observando as nuvens e a imensidão do céu.
-Como é morar em uma cidade grande? -De repente virou seu rosto me encarando curioso.
-Bom... É muito diferente daqui. -Me deitei de barriga pra cima igual o Umino.
-As vezes eu me sinto como um peixinho dentro do aquário. -
Aquele homem estava mesmo desabafando comigo?
-E você como se sente? - Os olhos alheios brilhavam de curiosidade.
-Eu sou diferente de você! -Fui curto, mas isso não bastou para o curioso ao meu lado.
Respirei profundamente e encarei o rosto angelical que esperava ansioso pela minha resposta.
-Às vezes eu me sinto um peixe fora do aquário, mas isso não é ruim. É sinal de que sou eu mesmo. Eu penso da forma que eu quero, não da forma que as pessoas gostariam que eu pensasse. Tenho em mim a coragem de ser exatamente quem eu sou, com todos os meus defeitos e verdades, e pouco importa quem não gostar. -Falei rapidamente sem muita delonga.
Agora quem me encarava não estava com uma expressão curioso, uma expressão confusa surgiu na face do menor.
Ficamos um tempo em silêncio olhando para o céu azul... O silêncio para mim nunca foi um incomodo sempre adorei o silêncio, só que agora estava me sentindo desconfortável.
- Gostei de você Kakashi! - Tão aleatório, acabei sem querer rindo do comentário. -Está rindo de mim? -
-Não, nunca! - Abri os olhos tentando negar.
- Foi um prazer te reencontrar grisalho. - "Reencontrar?" , "grisalho"? , o quão estranho isso soava?
-Como assim me reencontrar? -Iruka foi se levantando do chão e me deu sua mão como ajuda.
-Ué eu me lembro de você muito bem, e sei que se lembra de minha pessoa também. -Colocou a mão na cintura e como se estivesse me desafiando com o olhar lia minha alma. -É muito feio tirar fotos dos outros sem pedir grisalho. -
Como assim ele se lembrava disso?
-De que foto você fala? - O interroguei.
-Sabes muito bem de qual foto estou falando... O peraí! -Colocou a mão na boca surpreso. -Você tem mais de uma? Tenho um admirador secreto? -
Aquele homem só tinha a cara de santo mesmo.
- Daria um belo ator senhor Iruka. -Coloquei as mãos no bolso e sorri de volta.
-Sei disso senhor Hatake! -Confiante respondeu. -Tenho que voltar para o meu personagem de menino bonzinho. -Foi dando as costas. -AH! -Virou o rosto com uma fina curva nos lábios. -Tirar foto dos outros sem permissão é crime grisalho! Mais espiar á foda dos outros é pior ainda senhor Hatake. -
Meu sangue gelou com a revelação... -Como ela sabia que eu estava lá espiando a noite dele? -
- Te vejo daqui a pouco senhor Kakashi? -
Não obtive nem tempo para responder... Quando voltei ao mundo real só vi os fim da curva do menor desaparecer entre as árvores.
Me sentei novamente na grama e fechei os olhos tentando assimilar tudo que havia acontecido em menos de horas. -Quando tudo isso começou? -
.....
Gente Iruka do mal! Ele é mau! Mais ainda é o dono do meu c*
Quem aí está confuso com Can I photograph?
- Eu sou a autora e estou um pouco no mundo da lua com essa história.
DERICK MEU DEUS!