Um pingo de esperança.

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[....]

Hoje é domingo, e para a minha felicidade acordei mais de duas horas da tarde.

Me viro de bruços, recusando a sair dessa cama quentinha.

Lá fora está frio, neva sem parar há alguns dias, o que explica Noah estar preso aqui em casa.

Ele tinha vindo apenas dormir uma noite após uma saída noturna nossa, porém, nevou e já está aqui há vinte dias.

Ouço sua voz vinda do banheiro, e permaneço do mesmo jeito: quietinho.

Logo percebo que está conversando com a sua mãe sobre algo relacionado a ''um pingo de esperança''. Não consigo entender direito pois o moreno logo finaliza a ligação.

─ Joshua: Boa tarde.
─ Noah: Estava acordado há muito tempo?
─ Joshua: Não... na verdade, acordei não faz nem cinco minutos.
─ Noah: Eu estou com frio, sua mãe disse que provavelmente peguei um resfriado.

Chamo o garoto para perto de mim e então coloco minha mão em seu pescoço, sentindo-o bem quente.

─ Joshua: Você tomou remédio?
─ Noah: Um chá estranho que a sua mãe me obrigou a beber.

Rio.

Sei bem qual é o chá, eu detesto. Todos aqui de casa preferem morrer do que tomar aquilo, mas no final acabam tomando.

Me levanto arrastando e coloco um moletom antes de sair do quarto, sendo seguido pelo moreno.

Hoje todos estão em casa, reunidos na sala e assistindo algo na televisão.

Dou boa tarde e vou para a cozinha, ainda sendo seguido pelo Noah. As vezes me esqueço de que, que quando ele está mal, parece um cachorrinho atrás de mim e da tia Wendy.

─ Josh: Quer comer alguma coisa?
─ Noah: Você... pode me dar um abraço? Eu tô carente.

Me xingo mentalmente pelo o que pensei há segundos atrás.

Abro os meus braços e ele se encaixa perfeitamente em mim.

'' Noah se encaixa perfeitamente em mim.'' Será que se encaixaria tão bem quanto no meu abraço?

Merda, Joshua! Que palhaçada é essa agora?

Acaricio os fios de cabelo do moreno e sinto ele se encolher em meus braços.

Ele me afasta com certa violência e em seguida coloca todo o chá para fora, fazendo uma careta horrível.

─ Joshua: Eita, porra... você está bem?
─ Úrsula: Noah, querido, vomitou o chá?
─ Noah: Não estava me descendo, tia...
─ Úrsula: Vá descansar um pouco, depois mando o josh te levar algo para comer.

O moreno me encara por alguns segundos e antes de sair pede desculpas a minha mãe.

─ Joshua: Ele estava tão bem hoje de madrugada...
─ Úrsula: É o tempo muito frio, querido. Já já ele está melhor.
─ Joshua: Eu vou limpar aqui...

[....]

Me deito ao lado do meu melhor amigo e abraço o seu corpo em uma tentativa de esquenta-lo.

─ Noah: Eu quero jogar videogame...
─ Joshua: Vamos jogar.

Ele nega e se vira para mim, então esconde o rosto em meu pescoço.

Não posso deixar de lembrar que contei tudo ao Noah e que, mesmo assim ele não me tratou com indiferença... apesar de também ser gay.

As vezes nossa relação pode parecer meio estranha, mas não é o que ele acha.

Ouço meu celular tocar e logo um sorriso se abre ao ver Heyoon na tela.

Conversamos por alguns minutos, tentando chamar a atenção de Noah para ela, mas ele não quis saber de nada.

─ Joshua: Você quando está mal é pior que criança, sabia?
─ Noah: Uh, obrigado.

Sinto ele dar um sorrisinho contra o meu pescoço e respiro fundo, afastando-o de mim.

─ Joshua: Quero que fique bem logo... você é mais divertido me fazendo raiva.

Ele revira os olhos e sorri.

─ Noah: Gosta quando eu te faço raiva sobre os seus gemidos escandalosos?
─ Joshua: Ah, isso nem tanto... É constrangedor.
─ Noah: Você já ficou com menino?
─ Joshua: Já, bastante.

Ele assente e fecha os olhos...

Dez minutos em silêncio foi o suficiente para o garoto dormir.

Passo meu polegar em sua sobrancelha, descendo para o rosto e acariciando a sua pele macia.

Noah dá um sorrisinho com o carinho e então eu decido me afastar antes que ele acorde.

- Alguns dias depois.

Noah voltou para a casa há dois dias, 'pra sua alegria. Ele estava morrendo de saudade dos pais e da comida deles.

E desde então não nos falamos muito, apenas trocamos algumas mensagens no wharaaap marcando de nos encontrar no próximo final de semana.

Hoje é quinta.

─ Joshua: Mãe, o que está fazendo?
─ Úrsula: O seu bolo de chocolate, oras.
─ Joshua: Posso ajudar? Estou quase morrendo de tédio.
─ Úrsula: Claro. Mexe a cobertura para mim.

Tomo controle do fogão enquanto minha mãe vai fazer outras coisas.

Meu celular vibra, fico ansioso para ver o que é, porém não posso largar aqui. Dá última vez quase apanhei.

Minutos depois termino a cobertura e posso finalmente joga-la em cima do bolo, também de chocolate.

─ Úrsula: Quer comer agora?
─ Joshua: Vou esperar esfriar um pouco.

Dou um sorriso e tiro o celular do bolso, vendo que a mensagem que recebi não é nem de Noah nem dos nossos amigos.

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Que os jogos comecem 😈😳

Nudes - NoshOnde histórias criam vida. Descubra agora