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-- Eu posso ver o diabo nos seus olhos, Keisuke Baji.

-- Eu posso ver o diabo nos seus olhos, Keisuke Baji

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Perdida.

É assim que me encontro agora. Perdida em míseros ponteiros de um relógio pendurado acima da lousa, ao meio da parede extensa e branca. Eu suplicava internamente, de todas as formas possíveis, para que aquela aula tivesse um fim, mas o tempo parecia curtir com minha cara, as horas nunca passavam.


Meu professor explicava algo sobre à anatomia humana. A sua mão se movimentava rápido, e com uma caneta azul entre os dedos ele escrevia descontroladamente no quadro. Sua voz era alta, para que toda classe ouvisse, mas ninguém conseguia prestar atenção nele. Uns conversavam ao fundo, a maioria garotos. Outros deslizavam os dedos com velocidade pelas telas dos celulares, e outros, como eu, só ficavam perdidos vagando os olhos pela sala, esperando o sinal nos libertar da prisão irritante que era a voz daquele professor.


Perguntava a mim mesma o porquê eu estar ali, tentava buscar respostas do porquê eu cursar Medicina. Era chato, trabalhoso, e eu nunca sonhei com isso. É tortuoso ter que seguir os sonhos dos outros, no caso meus pais. Ter que ser a filha perfeita, ser a esperança deles, continuar o legado de sucesso, aaaah, é sufocante! Eu nunca estive disposta a dedicar tanto tempo da minha vida em apenas estudos.

As aulas sugavam minhas energias, e a cada fala do professor, ele conseguia sugar um pouquinho mais. Culpava meus pais a cada segundo por tamanho castigo.

- [nome], Hei?! - reconheci a voz masculina que me tirou do transe de longe. Tentei evitar o revirar de olhos sorrindo sem mostrar os dentes para o professor em frente ao quadro.


- Pois não? - respondi simples para o mais velho, mantendo às pálpebras relaxadas, a boca fechada com seriedade e o olhar entediante estampados nas orbes.


- você consegue responder essa pergunta? - falou em um tom autoritário, soando quase como um desafio lançado ao ar de uma forma sublime. Contive meus pensamentos no exato momento, mudando a feição abatida que carregava no semblante, para um sorriso tímido e claramente falso.

--Desculpe, poderia repetir por favor? Acabei me perdendo...




Os braços do professor se cruzaram em frente ao corpo, deixando seu físico magro um tanto esbelto pelo tecido fino do terno preto que usará naquela aula. A feição dele mudou para de um velho rasmungão, franzindo o cenho. -- Preste mais atenção senhorita, ou não será uma boa cirurgiã no futuro



SIN ITSELFOnde histórias criam vida. Descubra agora