Reações

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Como a sorte já estava virando algo ausente no meu dia a dia, quando cheguei na sala de estar, lá Gaara estava sentado na poltrona com os ombros encolhidos e um rosto perturbado. Com olhos vermelhos e uma expressão tensa, e uma visível respiração contada me deixa com receio de ele ter um possível crise ansiedade ou ataque de pânico, já havia acontecido outras vezes mas já fazia bastante tempo. Com o tempo aprendemos a lidar e apoiar ele de maneira a evitar as situações. Ele indo a um psiquiatra e a um psicólogo mensalmente também havia ajudado muito em um progresso, mas é impossível tentar evitar todos os gatilhos.

—Temari, eu acabei com sua vida, eu te destruí – começou a murmurar enquanto se encolhia e abraçava o próprio corpo — me desculpe, por favor, eu não devia ter falado do filho dele durante a reunião – ele levantou e observo que ele está tremendo e a respiração se torna ofegante, me aproximo com calma dele e levo a mão em seus ombros, porém ele se levanta desviando do meu toque e começa a falar novamente

– O Pai não ouve, nem eu nem o Kankuro, eu não queria isso, por favor me perdoa, eu quero te ajudar a sair disso, vo-você é a Temari! — diz sorrindo em desespero e apontando para mim com as duas mãos — Você sempre dá um jeito, não é? — ele cita começando a passar as mãos nos cabelos com violência e a puxá-los, vejo que eles está hiper-ventilando e uma sensação de medo se apossa em mim. Vi uma lágrima escorrer em seu rosto e aquilo dá um nó na minha barriga.

Eu tinha lido e pesquisado muito sobre e sabia como lidar, tanto por experiência, por conversar com os médicos dele, quanto por pesquisar sobre; contudo, toda vez que acontecia, o mesmo temor corria pelo meu corpo. Hoje não é tão evidente como antes, graças a consultas e tratamentos, e infelizmente, na época em que começou a ter depressão eu por influência de alguns da família me afastava e contribuía para que a doença piorasse. Muito tempo depois eu me toquei que era meu irmão e que eu precisava ajudá-lo, porém ele já tinha perdido toda a infância com medos e já passava o início da adolescência com sequelas de traumas que poderiam ter sido evitados. Por talvez uma conversa e uma abraço poderiam ter o ajudado.

– Gaara – Digo com a voz mansa e tentando transparecer toda a calma que conseguia – Não é culpa sua – falo com um sorriso fraco para o acalmar e me aproximando de seu braço o tocando levemente com receio de que desviasse novamente de meu toque, mas por sorte ele mantem o corpo e apenas começou a chorar alto. O abraço levemente e faço carinho singelo em seu pescoço – Eu vou dar um jeito – falo em um tom baixo e logo me lembro que a forma de acalmá-lo é dá-lo certezas de soluções – Eu já pensei em algo, tá bem? Está tudo bem – falo e sinto ele me devolver o abraço, apertando minha cintura e abaixando o rosto na altura do meu ombro — Eu sou a Temari — digo no mesmo tom que ele me disse mais cedo e ele concorda sem dizer nada.

Meu celular vibra e presumo ser Sakura me mandando mensagens. Respiro fundo, eu precisava conversar com ela. Sinto meu irmão parar de chorar e aos poucos e seus braços afroxarem um pouco a força, já não o sinto tremer e sua respiração se acalmou, tinha acabado. Ele provavelmente tinha tomado a medicação que o ajudava a se acalmar e com minha assistência ele ficaria bem. Deixo um suspiro de alívio escapar de meus lábios.

– Vem, eu te ajudo a ir para o seu quarto – falo afastando um pouco seu rosto e o encarando. Seus olhos estavam inchados, se misturando com as olheiras e seu nariz estava vermelho. Passo as mãos em seu rosto com carinho e vejo os olhos dele marejarem de novo. O acompanho até a cama, ficando ao seu lado mexendo em seu cabelo até ter certeza de que ele havia realmente dormido. Ele tinha problemas com insônia e dormir sem remédios para a insônia era algo raro então eu realmente velei o sono dele por um tempo, logo me levantei peguei meu celular e fui para o banheiro, ligando para a Sakura que atendeu na primeira chamada:

Traçando Minha Própria HistóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora