A madrugada já chegava e com ela o frio, o grupo estava cansado da última batalha e apesar do banho quente e roupas novas o corpo deles pedia uma pausa.
Até Ziul, o mascote querido e forte, já estava cansado e andava cada vez em passos lentos.
Após todos concordarem, o grupo parou em uma clareira, desceram de Ziul e montaram o acampamento para passar o resto da madrugada ali.
— Argh, estou com fome. — Reclamou Seraphim bocejando.
— Minha barriga está roncando a horas. — Calum disse.
Ciphre tinha pedido para os guardas separarem comidas. Eram comidas simples, mais como o que comemos no final da tarde, afinal não daria para levar um banquete.
— Eu trouxe alguns petiscos e frutas. Estão naquela pilha de mochilas. — Apontou para as mochilas ao lado de Ziul.
Seraphim e Calum foram juntos até a pilha e abriram as mochilas tirando as comidas, mas acreditavam que simples lanches não seriam suficientes para saciar a fome deles. E não poderiam comer tudo, teriam que guardar para o resto da viagem.
— Você não trouxe alguma comida enlatada, ou algo do tipo que de pra cozinhar? — Calum questionou enquanto comia uma banana que havia pego.
— Trouxe sim, mas vocês vão ter que arranjar lenha pra gente fazer uma fogueira.
— Não será difícil. Vamos Calum. — Seraphim disse já saindo da clareira acompanhado de Calum.
O restante do grupo ficou em suas barracas descansando, mas Ciphre preferiu estudar os arquivos que tinha conseguido pegar em Shuiyu. Ela estava tão cansada, com tanto frio e fome quanto os outros e por mais que tentasse, não conseguia fechar os olhos e dormir.
Enquanto ela lia um livro muito antigo, um trecho em específico lhe chamou atenção.
E assim foi lançado o feitiço que mudaria toda a história, para sempre. Como poderia alguém criar um feitiço capaz de escravizar outra espécie? Uma tamanha maldade...
A garota folheou as páginas do livro desesperadamente tentando encontrar a continuação, ou o começo. Mas aquele trecho estava escrito em um pequeno papel rasgado dentro do livro.
— Droga, droga, droga. — Reclamava para si mesma.
Mas isso já é um começo, certo? O feitiço que estão usando com as fadas pode ser esse feitiço citado.
Foi tirada de seus pensamentos ao ver Gael e Kalesi saindo de dentro da barraca. Ela não percebeu, mas mais de meia hora já havia se passado desde que Seraphim e Calum haviam ido atrás de lenha. A demora causou estranhamento nos dois homens que ficaram no acampamento.
— Você não deveria estar dormindo? — Kalesi disse ao ver a garota sentada numa pedra com vários livros ao redor.
— Vocês também não deveriam? Ou estavam esperando todos irem dormir pra irem se pegar no meio da floresta? — Disse ríspida. Poderíamos fingir que por conta do cansaço, mas a essa altura já sabemos que são questões pessoais.
— Não. Estamos indo atrás dos seus amiguinhos, eles estão demorando muito para voltarem. — Gael disse ríspido também e não esperou a garota responder para sair da clareira com Kalesi.
Foi quando Ciphre percebeu que a demora era estranha. A garota levantou da pedra preocupada e foi até a barraca de Lilith.
— Ei, acorda. — Disse ela ainda do lado de fora da barraca. Torcia para que a amiga acordasse e se perguntava como um demônio sentia tanto sono.
Lilith foi tirada do seu sono com a voz doce de Ciphre chamando ela, a platinada demorou alguns segundos até abrir a barraca e sair de dentro da mesma.
— O que foi?
— Os meninos ainda não voltaram.
— Que? Como assim?
— Kalesi e Gael acabaram de ir atrás deles, mas eu estou preocupada. Algo me diz que isso não é bom.
— Sim e eu não confio em nenhum deles pra se virarem sozinhos.
— Até o Calum?
— Principalmente ele. — Lilith disse. — Vamos atrás deles.
Lilith começou a andar para fora da clareira e Ciphre a seguiu. Ia comentar com ela sobre o trecho dentro do livro, mas achou melhor esperar até estarem todos juntos novamente.
— Ciphre, você se lembra desse lugar? — Lilith falou baixo enquanto andava pela floresta como se soubesse onde eles estavam.
A morena pensou um pouco e não conseguia reconhecer onde estavam.
— Não. — Disse ela confusa. — Nunca estivemos aqui.
— Estivemos. — Lilith disse com certeza na voz. — Estamos perto do lago Arieivy.
Ao ouvir o nome do lago, Ciphre se lembrou de onde estavam e começou a andar com a mesma certeza que Lilith.
— Parece que vamos fazer uma visitinha a nossas queridas amigas sereias. — Lilith disse com um sorriso malicioso de canto.
O mesmo sorriso surgiu em Ciphre que ao lado de Lilith apressou o passo até o lago em questão.
Em poucos minutos as meninas já estavam no lago e se depararam com uma cena perturbadora que já imaginavam ver.
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O Mundo Secreto
FantasyHá muitos anos um mago poderoso descobriu como controlar fadas, os seres protetores da fonte de magia mais pura e forte já vista, o grande feitiço foi vendido e repassado, todos com poder e riqueza possuíam uma fada sobre seu controle. Mas a ganânc...