Capítulo 14 - Lago Arieivy

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A madrugada já chegava e com ela o frio, o grupo estava cansado da última batalha e apesar do banho quente e roupas novas o corpo deles pedia uma pausa.

Até Ziul, o mascote querido e forte, já estava cansado e andava cada vez em passos lentos.

Após todos concordarem, o grupo parou em uma clareira, desceram de Ziul e montaram o acampamento para passar o resto da madrugada ali.

— Argh, estou com fome. — Reclamou Seraphim bocejando.

— Minha barriga está roncando a horas. — Calum disse.

Ciphre tinha pedido para os guardas separarem comidas. Eram comidas simples, mais como o que comemos no final da tarde, afinal não daria para levar um banquete.

— Eu trouxe alguns petiscos e frutas. Estão naquela pilha de mochilas. — Apontou para as mochilas ao lado de Ziul.

Seraphim e Calum foram juntos até a pilha e abriram as mochilas tirando as comidas, mas acreditavam que simples lanches não seriam suficientes para saciar a fome deles. E não poderiam comer tudo, teriam que guardar para o resto da viagem.

— Você não trouxe alguma comida enlatada, ou algo do tipo que de pra cozinhar? — Calum questionou enquanto comia uma banana que havia pego.

— Trouxe sim, mas vocês vão ter que arranjar lenha pra gente fazer uma fogueira.

— Não será difícil. Vamos Calum. — Seraphim disse já saindo da clareira acompanhado de Calum.

O restante do grupo ficou em suas barracas descansando, mas Ciphre preferiu estudar os arquivos que tinha conseguido pegar em Shuiyu. Ela estava tão cansada, com tanto frio e fome quanto os outros e por mais que tentasse, não conseguia fechar os olhos e dormir.

Enquanto ela lia um livro muito antigo, um trecho em específico lhe chamou atenção.

E assim foi lançado o feitiço que mudaria toda a história, para sempre. Como poderia alguém criar um feitiço capaz de escravizar outra espécie? Uma tamanha maldade...

A garota folheou as páginas do livro desesperadamente tentando encontrar a continuação, ou o começo. Mas aquele trecho estava escrito em um pequeno papel rasgado dentro do livro.

— Droga, droga, droga. — Reclamava para si mesma.

Mas isso já é um começo, certo? O feitiço que estão usando com as fadas pode ser esse feitiço citado.

Foi tirada de seus pensamentos ao ver Gael e Kalesi saindo de dentro da barraca.  Ela não percebeu, mas mais de meia hora já havia se passado desde que Seraphim e Calum haviam ido atrás de lenha. A demora causou estranhamento nos dois homens que ficaram no acampamento.

— Você não deveria estar dormindo? — Kalesi disse ao ver a garota sentada numa pedra com vários livros ao redor.

— Vocês também não deveriam? Ou estavam esperando todos irem dormir pra irem se pegar no meio da floresta? — Disse ríspida. Poderíamos fingir que por conta do cansaço, mas a essa altura já sabemos que são questões pessoais.

— Não. Estamos indo atrás dos seus amiguinhos, eles estão demorando muito para voltarem. — Gael disse ríspido também e não esperou a garota responder para sair da clareira com Kalesi.

Foi quando Ciphre percebeu que a demora era estranha. A garota levantou da pedra preocupada e foi até a barraca de Lilith.

— Ei, acorda. — Disse ela ainda do lado de fora da barraca. Torcia para que a amiga acordasse e se perguntava como um demônio sentia tanto sono.

Lilith foi tirada do seu sono com a voz doce de Ciphre chamando ela, a platinada demorou alguns segundos até abrir a barraca e sair de dentro da mesma.

— O que foi?

— Os meninos ainda não voltaram.

— Que? Como assim?

— Kalesi e Gael acabaram de ir atrás deles, mas eu estou preocupada. Algo me diz que isso não é bom.

— Sim e eu não confio em nenhum deles pra se virarem sozinhos.

— Até o Calum?

— Principalmente ele. — Lilith disse. — Vamos atrás deles.

Lilith começou a andar para fora da clareira e Ciphre a seguiu. Ia comentar com ela sobre o trecho dentro do livro, mas achou melhor esperar até estarem todos juntos novamente.

— Ciphre, você se lembra desse lugar? — Lilith falou baixo enquanto andava pela floresta como se soubesse onde eles estavam.

A morena pensou um pouco e não conseguia reconhecer onde estavam.

— Não. — Disse ela confusa. — Nunca estivemos aqui.

— Estivemos. — Lilith disse com certeza na voz. — Estamos perto do lago Arieivy.

Ao ouvir o nome do lago, Ciphre se lembrou de onde estavam e começou a andar com a mesma certeza que Lilith.

— Parece que vamos fazer uma visitinha a nossas queridas amigas sereias. — Lilith disse com um sorriso malicioso de canto.

O mesmo sorriso surgiu em Ciphre que ao lado de Lilith apressou o passo até o lago em questão.

Em poucos minutos as meninas já estavam no lago e se depararam com uma cena perturbadora que já imaginavam ver.

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