Capítulo 9 - Vingança

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— Levem ele para a ala de cuidados. — Lin disse calmamente enquanto se levantava. — Ciphre e Lilith vocês vem comigo.

— Ah, qual é? Por que eu sempre sou excluído das reuniões legais? — Seraphim reclamou se levantando.

— Seraphim, agora não é hora pra isso. Vai com os meninos e fica de olho na Luna. — Ciphre disse antes de seguir Lin e Lilith.

— Imagina você ser um anjo e ter que ser babá de uma fada meio doidinha. — Resmungou.

— Na verdade, loirinho. Você vem junto. — Lin disse enquanto andava.

— Você quem manda, princesa. — Seraphim disse animado acompanhando as moças.

Os quatro entraram num corredor à esquerda de onde estavam, o mesmo era longo e um pouco mais escuro que os outros ambientes. De repente, Lin parou e abriu uma porta redonda que revelou uma enorme sala com diversas prateleiras e mesas, em uma das mesas, haviam vários livros e papéis.

— Enquanto esperava a chegada de vocês, eu tentei reunir todas as informações que temos sobre fadas. Mas depois que recebi a informação sobre os reinos do norte e o nome do Lorde, eu percebi que estava pesquisando no local
errado.

— Como assim? — Lilith disse enquanto olhava alguns papéis em cima da mesa.

— O nome do Lorde não é seu nome verdadeiro. Nós temos registros de todos os nobres e feiticeiros que já existiram em Lumiere, esse nome não existe.

— Não é um nome. — Seraphim disse se sentando em cima de uma mesa vazia. — Pra pessoas inteligentes vocês demoraram perceber, hein. — Soltou uma risada de canto. — Tenebrae Vindicta são duas palavras da língua dos anjos.

— Isso significa que você sabe o que é! — Ciphre disse animada e Seraphim confirmou com a cabeça.

— Então desembucha logo. garoto. — Lilith disse sem paciência.

— Tenebrae é escuridão e Vindicta é vingança. Basicamente, vingança sombria. — Disse se levantando e se juntando a elas na mesa com papéis. — Acho que é bem óbvio que o nosso vilão misterioso tá em busca de vingança.

— Mas do que? — Lin e Lilith tentavam imaginar um motivo enquanto Ciphre parecia concentrada em seus próprios pensamentos.

— Lin, as fadas não atacaram os reinos do Norte, né? E os governantes praticamente entregaram a liderança para um suposto estranho. — Os três da sala olhavam para ela com atenção. — Apesar de fracos, os reinos do Norte nunca se entregaram fácil, eles sempre lutaram até o fim, nem que isso significasse o fim deles. Não faria sentido eles apenas entregarem o reino, eles estão trabalhando com o Lorde, ele provavelmente é do Norte.

— Tá, mas o que isso significa? — Seraphim tentava entender a linha de raciocínio da garota.

— Pensa! No Norte só sobrou um reino que não é considerado exilado e mesmo esse já está a beira da falência. Eles sempre foram marginalizados por todos os outros.

— Claro, eles são pobres. — Lin disse dando de ombros.

— Eles só são pobres porque depois da guerra, eles eram os mais destruídos. Os reinos que ainda tinham algo escravizaram eles e tomaram grande parte dos recursos deles. Eles sempre viveram a mercê dos grandes e após terem conseguido se libertar, eles foram punidos de diversas formas. Agora eles querem poder, eles querem nos destruir da mesma forma que fizemos antes.

— A Ciphre tá certa. Seja lá quem for esse cara, a motivação dele é vingança e na cabeça dele, justiça. Ele pegou o comando desses reinos para não ter só um exército de fadas, ele quer um exército gigante, suficiente para derrotar todos os reinos de lumiere. — Lilith disse.

— Tá, mas eu encontrei o Soren atacando pequenas vilas e atacando Venerem sozinho. Se o plano dele é derrotar e dominar cada reino, não faria sentido ele gastar a fada mais forte dele com pequenas coisas e colocando em
risco ao atacar o segundo reino mais forte. — Seraphim disse.

— Os ataques em Venerem realmente começaram só com ele, mas logo surgiram mais fadas. A intenção dele com Soren é colocar medo e mostrar a arma mais forte dele.

— Sim, imagine a rainha de Venerem tendo que sair do reino e colocando estado de alerta. Quando isso chegar nos outros reinos, todos estarão com medo dele. Ele não quer destruir Venerem agora,  ele quer enfraquecer Venerem.

— Mas como vocês conseguiram trazer Soren de volta? — Lin questionou.

— Eu usei meus poderes para absorver a corrupção dele.

— Sim e até conseguimos uma amostra para estudar.

— Vocês tem certeza de que foi retirado toda a corrupção?

— Bom, sim. Eu quase me deixei consumir pelo meu lado demoníaco só pra tirar tudo dele. — Lilith dizia tentando entender onde Lin queria chegar.

— Não faz sentido ele deixar a arma mais forte dele assim. Soren começou a passar mal quando citamos o nome dele e se existir ainda algum resquício de corrupção? — Todos se entreolharam e de repente um barulho de explosão e gritos surgiram.

Vários guardas entraram na sala desesperados e alguns até machucados.

— Princesa, o reino... — O guarda tentava recuperar seu fôlego. — Estamos sendo atacados! — Dizia ainda ofegante.

Os quatros não pensaram duas vezes antes de sair correndo em direção a ala que a outra parte do grupo estava.

Algumas partes do castelo estavam caindo, e alguns locais estavam pegando fogo, o cenário era caótico. Com guardas correndo por todos os lados e socorristas tentando ajudar os feridos. Lin olhou para o que antes era uma parede e viu no céu várias fadas atacando o reino, ela ficou parada olhando aquela cena de destruição e rapidamente seu corpo foi dominado por raiva e voltou a correr ao lado do grupo.

No caminho, encontraram Luna voando enquanto segurava Calum, Gael e Kalesi  corriam atrás deles.

Ao ver Ciphre, Luna pousou, colocando Calum deitado no chão e olhou para o grupo com os olhos cheios de lágrimas e alguns ferimentos pelo seu corpo.

— O que aconteceu com ele? — Lilith disse em desespero enquanto se agachava para ver Calum que estava com consciente ainda.

— Ele estava muito perto do lugar onde a primeira explosão aconteceu. — Luna disse entre lágrimas, quase não sendo possível entender o que ela falava.

— Mas... eu... — Calum tentava falar, mas Lilith interrompeu ele fazendo shhh com
a boca e dando um beijo em sua testa.

Gael e Kalesi se juntaram a eles ofegantes e todos pareciam preocupados, até que Luna em meio ao seu choro segurou a mão de Calum e fechou os olhos.

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