Capítulo 3

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Leonor!!! Amiga, muito amor, muitos sonhos e todo riso que a vida precisa, seja muito feliz sempre! Parabéns, um lindo e muito feliz aniversário!


    Chase

Binário, não importa que tipo de programa você queira desenvolver, qual máquina está construindo ou consertando, ele só entende duas informações, 1 e 0, aceso e apagado, ligado e desligado. Por isso, binário.

Acontece que eu simplesmente entendo disso, é como se eu pudesse entender todos os códigos e conversar com a máquina, esse é meu trabalho preferido, mostrar a ela o que eu espero que faça, usar o código binário para direcionar seu funcionamento e simplesmente a mágica acontece.

É isso que eu faço, uso a semântica e a sintaxe que ele entende e dou os comandos certos e lá está ele fazendo exatamente aquilo que eu quero que ele faça.

Comecei cedo, desmontando velhas máquinas em casa, reconfigurando, descobrindo, criando. Filho de um professor de história e uma neurocientista, não tive problemas em deixar minha mente fluir e desenvolver tudo que quis, mesmo com alguns danos financeiros quando acabava por destruir um aparelho novo ou ameaçar um incêndio enquanto tentava soldar um componente.

Meus pais ficaram felizes quando deixei a casa deles para incendiar e destruir alguma universidade, por sorte, nos bancos de sala de aula e nos laboratórios, nunca destruí nada e recém-formado, já tinha mais convites de trabalho que um jovem de pouco mais de vinte anos pode aceitar.

Até os trinta, ia pulando de emprego em emprego aceitando sempre as melhores ofertas financeiras, foi quando entendi que tinha dinheiro suficiente para viver e não precisava trabalhar para ninguém. Montei minha própria empresa, eu, meus computadores e só, aceito o trabalho que quero, na parte do mundo que quero e ganho muito dinheiro com isso.

O que não me serve de muita coisa, aos quarenta anos, eu nunca me casei, não tive filhos e meus irmãos têm uma ótima vida, ninguém precisa do dinheiro que junto, devo admitir que essa coisa de criar raízes começa a martelar minha mente.

Tenho certeza que isso é coisa da minha mãe neurocientista, é claro que sem que eu perceba, ela coloca essas coisas na minha cabeça, depois vem com aquele papo de qualquer coisa o seu córtex pré-frontal, só tem um jeito de resolver isso, vou parar de falar com ela.

Olho para o relógio na tela do computador. Atrasado para a reunião. Eu devia criar algum dispositivo que me fizesse chegar no horário nos lugares.

— Já inventaram essa, Chase, o nome é despertador. – Digo a mim mesmo enquanto pego a mochila e as chaves e deixo meu apartamento apressado.

Levei três meses para criar todo o software e montar toda a empresa digitalmente, agora preciso apresentar a eles o manual, treinar seus funcionários e dar adeus.

Prometi a mim mesmo não aceitar nenhum outro trabalho nos próximos meses, preciso ir a Amsterdã visitar meus pais e quem sabe tirar umas férias longe da tecnologia.

Adoraria conhecer as Maldivas, Camile esteve lá com o marido e mandou fotos lindas, um chalé, sol, mar e boa comida, minha irmã disse que foi a melhor viagem da sua vida e talvez eu faça isso.

O grupo já está na sala de reuniões quando chego, enquanto tento tirar a jaqueta e abrir a pasta ao mesmo tempo, deixo os óculos cair e esbarro no copo de água que me serviram antes mesmo que eu tenha sede porque eles são uma empresa chique.

— Desculpe. – Digo usando a manga da camisa xadrez para secar as gotas da madeira lustrosa. – Bem, devem estar se perguntando por que eu reuni todos vocês aqui hoje? – As pessoas em torno da grande mesa trocam olhares e sorrio internamente, eu amo essa frase, dane-se, gosto de usá-la de vez em quando, pareço bem poderoso com ela. – Vou apresentar o manual.

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⏰ Última atualização: Jul 08, 2021 ⏰

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