Merda! Eu sou Gay! (Korrasami)

Eu gosto de você...

— Você.

— O quê? — Asami não pode deixar de expressar.

— Eu gosto de você. — Korra fala novamente, mais com menos força do que antes. — Mais do que amigas...

Ok. Ela nunca imaginou isso.

O que ela faz agora?

Sato se aceitou, ela é lésbica, ok. Mas está pronta para dizer isso ao mundo? Já que se ela começar a sair com o Avatar, isso aconteceria querendo ou não, certo?

Seu silêncio deve dar uma impressão negativa, pois logo Korra põe a mão devagar em seu braço e lhe dá um sorriso dolorido, que ela tenta esconder.

— Você não precisa me dizer nada. — Ela começa. — Só supus ser seu direito de saber.

— Ah! — É tudo que Asami pode dizer. — Não sabia que você gostava de mulheres.

De tudo que você poderia dizer Sato?

Asami se auto dá uma bronca.

Korra riu.

— Eu gosto de mulheres e homens. — Korra deu de ombros. — Não sai há muito tempo. Acho que faz um ano mais ou menos.

— Oh! Como foi? — Asami não pode deixar de perguntar, talvez isso a ajudasse a sair desse dilema.

— Não foi bom. Meu povo tem muitas tradições e eles não aceitam nada diferente do que estão acostumados com alegria, até me arrependi de sair. Quando finalmente tive coragem para contar aos meus pais, foi um tempo sombrio em que eu não sabia se podia contar com eles mais. — Korra lhe deu um sorriso triste. — Mestre Katara uma vez me disse, que tudo era mundano, e o mundo não se resumia a minha aldeia ou o complexo onde cresci, me disse também que meu caminho seria dolorido certamente e eu me decepcionaria com muitas pessoas que amo, mas era assim que eu saberia que o amor que eu escolho, valeria a pena e que eu era amada de volta.

Asami não disse nada, deixando as palavras de mestre Katara, afundarem nela mesma.

Ela certamente não é Korra, que tinha um mundo todo em suas costas, mas ela tinha sua empresa e se as pessoas não a aceitassem e ela perdesse tudo que conseguiu por namorar uma mulher?

Korra boceja, Asami percebe que é forçado e seu coração dói. Porque Korra está desconfortável, mas está sendo muito educada para deixá-la aqui sozinha com seus pensamentos confusos.

— Ei, olha, eu tive um grande dia treinando hoje. — Ela começa. — Eu vou me deitar.

Korra pega a embalagem vazia das mãos pendentes de Asami e das às costas a ela, mas antes de passar pelo corredor iluminado de lâmpadas, dá meia-volta para encarar Asami.

— Você não vem?

— O quê? — Parece ser uma pergunta que ela está fazendo muito essa noite.

Korra olha para o mar escuro que as separa de cidade República.

— Está escuro para você voltar hoje, será mais seguro se ficar pela noite. Tenzin disse que você ainda pode usar o quarto ao lado do meu se quiser.

Asami concorda, percebendo que não terá cabeça, nem disposição para dirigir sozinha.

Elas cominham em silêncio pelo corredor, Korra caminha na frente e Asami não pode deixar de perceber que seus ombros orgulhos estão um poucos mais baixos.