22 - Yellow Bear.

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Novembro de 2014

Sabina

Entro em casa usando minhas chaves. Sei que é um horário seguro, levando em consideração que Heyoon, minha mãe e meu pai estão trabalhando.

Subo as escadas e entro em meu quarto, me sentando no carpete e olhando fixamente para o meu celular.

— Savannah. Eu devo ligar para a Savannah. — Falo para mim mesma e procuro o contato de Savannah, logo ligando para o mesmo.

Caixa postal, mas eu preciso conversar.

— Savannah? É a Saby. — Suspiro me deitando no chão. — Eu estou encrencada. Eu não sei onde você está agora, mas eu queria tanto, tanto que voce estivesse aqui comigo. Eu preciso surtar com alguém que não seja a Joalin, pois aparentemente, não posso fazer isso agora. Você é minha melhor amiga Savannah e obrigada por isso. Me promete que não vai me deixar independente do tamanho da minha barriga? Enfim, deixa pra lá. Me liga quando puder, okay? Eu te amo.

Me encontro mais uma vez chorando. Pego uma caixa que está embaixo da minha cama e abro lentamente. Nela estão diversos papéis de universidades onde eu gostaria de estudar.

Adeus, faculdade.

Embora essa criança não seja planejada, eu darei muito amor para ela. Eu sei o quanto estar em um lugar onde você não se sente bem-vindo é péssimo. Além disso, é meu bebê. É o bebê de Joalin. Como eu poderia não amar uma criança dessas?

Fecho os olhos e as lembranças de um sorriso belo tomam conta de minha mente. Seus olhos azulzinhos e voz rouca pela manhã sempre foram meu ponto fraco, desde aquela maldita festa na casa da Savannah.

Eu amo essa mulher e esse amor vai me dar uma marca para o resto da vida.

[...]

Joalin

Esfrego meu corpo com uma esponja de banho como se a força utilizada no processo fosse capaz de me livrar de toda sujeira do meu ato de horas atrás.

Sinto minha pele arder e só então me dou por satisfeita. Saio do banho e coloco meu pijama, indo para a sala e levando meu celular junto comigo, pois obviamente preciso me manter conectada com Joel Pimentel.

Eu realmente sou manipulável. Eu virei o fantoche deles e agora nem ao menos posso me ver livre de tudo isso.

A campainha toca. Provavelmente é a polícia que descobriu meu crime e agora está aqui para me prender.

Nervosa, me levanto do sofá e vou até a porta, abrindo lentamente.

— Joalin! — Nour se atira em meus braços.

Droga! Ela agora sabe sobre a morte de Melanie. Eu matei a namorada da minha melhor amiga, isso é coisa que se faça?

— O que aconteceu, Nour? — Pergunto me sentindo completamente imunda por me fingir alheia da situação.

— Mataram a Mel, Joalin! Mataram a Melanie só porque ela estava tentando sair dessa merda! — Ela soluça entre as palavras e eu apenas fecho a porta com a minha mão disponível, indo até o sofá e nos deitando com cuidado.

Lágrimas descem pelo meu rosto. Melanie era uma boa pessoa, como eu pude fazer isso?

— Ela era o amor da minha vida, Jo! Eu nunca vou conseguir seguir sem ela, eu quero partir junto com ela! — Ela fala e eu soluço.

— Eu sinto muito Nour, você não sabe o quanto. — Falo com a voz embargada.

Não trocamos mais uma palavra. A casa é tomada apenas pelo som de nossos choros desesperados. Mas são choros diferentes.

Criminal Mom | Versão Joalina G!POnde histórias criam vida. Descubra agora