Intenso ( Segundo livro da trilogia descobrindo o prazer)

Capítulo - 10

Sabe quando a sua vida passa diante de seus olhos? Quando tudo de mais importante, em um momento nem é mais tão importante assim? E você deposita tudo o que você tem em uma única pessoa, um ser humano que em algum passado nem estava na sua vida, não fazia parte dos seus planos, e hoje você não imagina sua vida, seu futuro, presente sem ela? Era o que eu sentia nesse momento correndo pelo corredor do hospital rezando para que ela estivesse viva. 

—Anabelle!— Um grito ecoou em minha garganta quando eu vi seu corpo estirado em uma maca passando rapidamente no fim do corredor. 

—Natalie—braços que me agarraram , me impedindo de chegar até ela. 

—Me solta, Benjamim. —lutei contra ele, mas sem sucesso 

—Você precisa ser forte, Natalie. — ele me abraçou. 

—Só me diz que ela está viva, Benji— eu falava apreensiva , guardando um choro na garganta, e temia a resposta

—Ela está, Natalie. 

Senti um alivio , e meus ombros relaxaram. 

—Por enquanto ela está —suas palavras saíram com dificuldade. 

—Como assim por enquanto ? —perguntei raivosa

—Ela sofreu muitas pancadas na cabeça, Natalie. Quando ela foi achada, ela quase não tinha pulso, o medico falou que se demorasse mais alguns minutos —ele engoliu seco — ela estaria morta. 

—Onde está o medico ? Eu quero falar com ele. 

—Não há nada que possamos fazer agora, ela vai passar por uma cirurgia, não temos o que fazer. Só esperar. Eles estão fazendo o possível, e ela é forte, ela sei que ela é. 

Eu engoli seco, e joguei meu corpo na cadeira fria e dura, abaixei a cabeça apoiando-a com as minhas mãos fechando os olhos e querendo que isso tudo não passasse de um sonho. 

—Eu preciso avisar a família dela —falei 

—Eu já avisei.  Os pais dela estão chegando daqui a dois dias, não conseguiram passagem para hoje ou amanhã.

—Ligue para eles de volta, e diga que ainda hoje eu estou mandando meu jatinho para busca-los. 

—Tem certeza? — perguntou Benjamim— Ana me disse o que aconteceu no Texas. 

—É a filha deles. — falei rígida —  eu não posso acreditar que o preconceito vai falar  mais alto em uma hora dessas. 

—Tudo bem. Eu ligarei. 

Benjamim se afastou e eu me encontrei sozinha no corredor do hospital. 

Eu não poderia imaginar minha vida sem você, Ana. Não agora que você se tornaria minha esposa, não agora onde iriamos construir nossa vida, e eu viveria para você. Não posso perde-la, eu não aguentaria viver uma vida onde não existisse o som da sua risada, ou a suavidade do seu toque, não aguentaria viver uma vida sem você, Anabelle Portmand. 

Eu prometo que deixaria de ser mais autoritária, e pararia de usar aquele suéter que você odeia e que me custou milhões, usaria meu cabelo amarrado mais vezes só para você falar o quanto eu fico irresistível com o meu penteado, e prometeria dizer mais vezes o quanto eu a amo, e o quanto eu a amaria daqui até a eternidade. 

Volta, Anabelle.  

Algumas horas se passaram, eu havia perdido as contas de quantos copos d café eu havia tomado, ou de quantas ligações de jornais eu recusei, ou de quantas vezes eu procurei noticias por qualquer enfermeiro que passava no corredor.