Capítulo 14

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Luan apenas me olhou assustado, e saiu correndo pra ver o que havia acontecido, fui atrás dele, e quando chegamos lá, vimos que Bruna havia caído dentro do rio...

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-Me ajuda Natalia! -Luíza gritava sem parar
-Eu não sei nadar Luíza! -Me afastei da piscina, ela estava se afogando, corri pra dentro de casa e chamei minha mãe- Mamãe, mamãe! -Puxava seu vestido
-O que foi filha?
-A Luíza caiu na piscina... -Falei chorando
-O quê? -Minha mãe e meus tios foram correndo até a piscina. Meu tio mergulhou e rapidamente a tirou de lá
-Cof, cof... -Ela tossiu e toda a água que ela havia engolido saiu
-Desculpa Luíza... me desculpa... -Me ajoelhei ao seu lado e fiquei chorando...
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Sem pensar duas vezes, mergulhei dentro do rio para salvar Bruna, ela se debatia muito:
-Fica calma Bruna! eu vou te salvar, eu vou te salvar... -Repetia aquilo pra mim mesma. Me ouvindo, ela parou de se debater e começou a afundar, rapidamente a puxei pela blusa, a trazendo novamente para a superfície- Eu disse que ia te salvar não disse? -Apenas fez que sim com a cabeça, ela estava muito assustada, pedi então que ela se segurasse no meu ombro, não conseguiria leva-la até a margem, não tinha essa força toda.
De repente, vi Luan saltando na água e vindo em nossa direção:
-Vo... você tá bem? -Perguntou, e apenas confirmei com a cabeça, Luan então pegou Bruna e pediu que ela se segurasse em seu pescoço, assim ela fez. Nadamos, e depois de alguns minutos chegamos a margem
-Brunaaa! -Dona Marizete veio correndo- Você tá bem minha filha? -Já foi a abraçando
-Eu... eu tô bem mãe... graças a Natalia... -Me olhou
Naquele instante Dona Marizete se levantou e caminhou até mim, eu estava sentada na beira do barranco, muito cansada por sinal, nem conseguia respirar direito:
-Você é um anjo sabia? -Sorriu pra mim e logo em seguida me abraçou
-Ouvi gritos! o que aconteceu aqui? -Senhor Amarildo chegou sem saber de nada
-Eu cai dentro do rio e a Natalia me salvou... -Bruna falou ainda me olhando
-Ai meu Deus! você tá bem filha? se machucou? o que eu disse sobre tomar cuidado?
-Desculpa pai, eu cheguei perto do barranco e acabei escorregando...
-O que importa é que você está bem... -A abraçou- Obrigado Natalia -Me agradeceu. Ele a pegou nos braços e junto com Dona Marizete foram pra perto do carro, eu continuei sentada ali, havia acabado de vencer um trauma da infância
-Você tá bem? -Luan se aproximou de mim, respirei fundo e respondi
-Tô... eu tô bem...
-Toma, você precisa se secar... -Me entregou uma toalha, e foi ai que pude perceber que ele estava sem camisa e com o peitoral todo molhado, sem contar o cabelo, que estava todo bagunçadinho, a coisa mais linda, não me afoguei nas águas, mas quase que me afogo ali por falta de ar, desviei o olhar e coloquei a toalha sobre meus ombros- Deixa eu te ajudar... -Ficou atrás de mim, pegou as pontas da toalha e foi secando meus cabelos bem de leve
-Obrigada Luan... -Respondi tímida
-Obrigado você por ter salvado minha irmã... -Sentou na minha frente me encarando- por que fez aquilo? você não tinha nenhuma obrigação...
-Ela é minha amiga Luan... e, eu estava devendo isso a mim mesma...
-Como assim devendo? -Ele pareceu confuso
-Quando eu tinha 6 anos, estava brincando com minha prima em volta da piscina...

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-Tem certeza que podemos brincar aqui Luíza? -Falei olhando pra piscina enorme que havia ali
-Claro Nati! por que não?
-A mamãe disse pra ficar longe da água...
-Não vamos entrar na água... só vamos brincar com ela...
-Tem certeza?
-Tenho! o que pode acontecer? espera que eu vou pegar um pouquinho pra gente fazer o chazinho das bonecas... -Ela pegou um pequeno baldinho de plástico e se ajoelhou na beirada da piscina, fiquei de longe a observando, parecia tão grande e fundo, de repente ela escorregou e acabou caindo lá dentro
-Luízaaaaaa!
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-E o que aconteceu com ela? -Luan perguntou
-Eu não sabia nadar, corri e chamei minha mãe, meu tio foi correndo na frente e a salvou... ela ficou internada no hospital durante 15 dias... se eu soubesse nadar, se eu tivesse pulado lá e a ajudado, isso não teria acontecido...
-Mas você a salvou! buscou ajuda o mais rápido possível! você salvou sua prima Natalia! assim como salvou a Bruna... -Olhei para ele sorrindo, ele me fazia sentir tão bem, ele se aproximou de mim e me abraçou com força, ele parecia estar me agradecendo por tudo naquele momento- Vem, vamos te levar pra casa... -Ele me ajudou a levantar, e fomos até o carro, Bruna estava sentada no chão, mas ao me ver se levantou, veio correndo e me abraçou
-Você salvou minha vida Natalia! obrigada, obrigada mesmo...
-Você é minha amiga Bruna... não importa do quê ou como, de qualquer forma, eu sempre vou te salvar...
-Obrigada... -Sorriu
-Não precisa agradecer...
-Depois desse susto, melhor irmos pra casa... -Falou Amarildo
-Não tenho dúvidas... -Concordou Marizete
Estava começando a escurecer, entramos no carro, e depois de alguns minutos chegamos a Campo Grande:
-Natalia, sua mãe já chegou do emprego a estas horas? -Dona Marizete perguntou
-Já sim...
-Vou até lá com você... preciso conversar com ela...
-Vou com a senhora mãe... -Bruna falou
-A senhorita vai diretamente pro banho... -Amarildo a repreendeu
-Thau Natalia... -Luan falou me observando
-Thau Luan, thau Bruna... -Me despedi dela que fazia cara feia pro pai. Dona Marizete me acompanhou até minha casa, tava pensando na reação da minha mãe quando descobrisse o que aconteceu:
-Demorou... por que está toda molhada? -Falou assim que abriu a porta
-Olá Dona Eliane, sou Marizete, esposa do Amarildo, mãe do Luan e da Bruna e vizinha da senhora... -Estendeu a mão
-Prazer Dona Marizete... -As duas se cumprimentaram- aconteceu algo?
-Será que posso conversar um instantinho com a senhora?
-Claro! por favor, entre... -Dona Marizete se sentou no sofá ao lado de minha mãe, e contou a ela tudo que havia acontecido, apenas ouvi tudo em silêncio
-Você fez isso? -Minha mãe me encarou, achei que ela fosse ficar um pouco zangada por eu ter saltado de um barranco e mergulhado sem nem mesmo ser muito boa para nadar, pelo contrário, ela ficou foi muito orgulhosa em saber que eu havia salvado a vida de uma pessoa
-Hunrum... -Confirmei com a cabeça
-Awn filha! tô tão orgulhosa de você! -Me abraçou
-Sua filha se tornou meu anjo! mas uma vez obrigada Natalia... -Marizete também me abraçou- Como amanhã é sábado e eu sei que a senhora não trabalha, gostaria de convida-las para um almoço lá em casa, dedicado a nossa heroína...
-É muita gentileza Dona Marizete, mas...
-Por favor, faço questão que vocês duas vão, vamos ficar esperando... -Ela se despediu de nós, minha mãe a acompanhou até a porta, e logo depois ela foi embora
-Filha, sei que está feliz por ter salvo a vida de uma pessoa, mas você poderia ter se machucado, e muito!
-Eu sei mãe! mas a Bruna é minha amiga, eu tinha que fazer algo por ela... -Minha mãe pareceu intender
-Então tá bom senhorita Heroína! kk, vai banhar pra gente jantar, mas, por favor, me prometa que nunca mais vai fazer isso?!
-Prometo mãe... -Enquanto nos abrasávamos, pude sentir o medo que ela tinha de me perder. Subi pro meu quarto, e tomei um banho da cabeça aos pés. Me vesti e desci, jantei com minha mãe, e me ofereci para ajudá-la a arrumar tudo, mas quem disse que ela deixou? disse que eu estava precisando descansar, depois do susto que havia passado. É, minha mãe era um anjo! kkkkk. Me despedi dela e subi pro meu quarto, fiquei por alguns instantes olhando pela janela, até que vejo Luan com um violão nas mãos, ele parecia estar compondo uma música, continuei a o observar por alguns instantes, me deitei em minha cama, e depois de um tempo, adormeci... estava mais leve e livre de uma culpa que me acompanhou durante anos...

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