E Eu Sempre Amarei Você...

Capítulo 31

-Já coloquei todas as malas no carro, estamos prontos para partir... -Meu pai entrou na cozinha, onde eu e minha mãe conversávamos
-Ai filha, você tem que ir mesmo?
-Vai ser melhor assim mãe... -Nos abraçamos
-Vou sentir sua falta...
-Também mãe, ligo sempre que der tá?! -Seguei com minhas mãos lágrimas que já escorriam por seu rosto
-Vocês duas não precisam ficar assim... sabe que sempre que a saudade apertar, pode ir nos visitar... -Meu pai tentou nos deixar mais calmas com tudo aquilo
-Obrigada Max -Os dois se abraçaram
-E então, vamos? -Me encarou
-Vamos... prometo que volto logo mãe... -A abracei mais uma vez
-Se cuide filha... -Sussurrou em meu ouvido
-Vou me cuidar... -Caminhamos até a rua, entramos no carro, e olhando pela janela, pude ver minha mãe encostada na porta acenando para mim, aquilo partiu meu coração, sabia que iria morrer de saudades dela. Meu pai deu partida, e fomos em direção ao aeroporto, tudo o que conhecia estava ficando para trás:

-Pronta para conhecer Portugal? -Meu pai me olhou sorrindo, nunca o havia visto daquele jeito antes

-Não tenho muita certeza... -Abaixei a cabeça, e passei meus dedos sobre o cordão que havia ganhado de presente de Luan, não o conseguia tirar, ele me trazia as melhores lembranças de tudo o que tínhamos vivido juntos-É por causa do Luan? -Foi firme em sua pergunta-Não quero falar sobre ele... -Encarei minhas mãos-Como quiser... -Ficamos em silêncio até chegar ao aeroporto. Meu pai havia alugado aquele carro, primeiro o devolvemos a garagem, que se encontrava de frente com o aeroporto, e só depois entramos para esperar nosso voo:-Sei que vai gostar de lá... -Mais uma vez ele puxou assunto-Voo 456 rumo a Lisboa/Portugal, por favor se dirigir ao portão de embarque... -Uma voz que saia dos fones indicava que nosso voo já estava para sair-É agora ou nunca... -Encarei meu pai. Pegamos nossas coisas, fomos até o portão de embarque, e depois de passar por um longo corredor, entramos no avião:-Nossas poltronas são essas... -Meu pai indicou enquanto ainda conferia no "bilhete"- Quer se sentar na janela? garanto que vai ter uma ótima visão... -Sugeriu-Se o senhor está dizendo... -Me sentei-Já havia viajado de avião antes? -Como ele estava curioso!-Não, é a minha primeira vez... -Ele pareceu não se surpreender muito-Coloquem os cintos de segurança, já vamos decolar... -Orientou a aeromoça. Estranhei o fato de meu pai me ajudar a colocar o cinto e de segurar em minha mão quando o avião decolou, ele estava agindo completamente diferente de todas as maneiras que já havia agido até então:-Tudo bem? -Perguntou-Tudo...-Já volto, qualquer problema chame a aeromoça...-Pode deixar... -Ele se levantou e seguiu para os fundos. Naquele meio período sozinha, notei o quanto as pessoas que haviam ali estavam bem arrumadas e falavam sobre viagens, negócios... só depois me lembrei que estava na primeira classe. Aquele não era o meu tipo de ambiente preferido. Me virei e olhei pela janela -Nossa! como estávamos altos!- bem que meu pai disse que teria uma ótima visão dali, e sem perceber, de repente comecei a pensar em Luan... a essa altura, já estava muito longe dele, e me machucava saber disso, mas seria melhor assim, talvez não tivéssemos sido feitos um para o outro, talvez tivéssemos vivido o tão famoso "Amor de Adolescente", talvez nós dois nem soubéssemos o que era amar de verdade... mas no mesmo segundo que pensava nisso, me lembrava do quanto tudo que tínhamos vivido parecia verdadeiro, não tinha como tudo aquilo ter sido falso, não tinha! eu sei que o amei de verdade, eu tenho certeza, e sei que ele também me amou:-Demorei? -Meu pai retornou ao seu lugar-Não, aonde estava? -Sai de meus pensamentos-Resolvendo uns assuntos... -Falou enquanto se sentava novamente em seu lugar-Trabalho?-Mais ou menos...-Tinha que ser... -Voltei a olhar para a janela-Sou tão previsível assim? -Parecia divertido-Não, pelo contrário, é muito enigmático...-Enigmático? -Agora estava surpreso-Sei lá, é que o Senhor parece ser um homem só de negócios...-Saiba que eu também me divirto...-Não parece -Sorri
-Tem muitas coisas sobre mim que não sabe... -Ele parecia refletir sobre alguma coisa
-Concordo plenamente -Respondi baixinho
-Quer comer alguma coisa?
-Não, não estou com muita fome...
-Deve ser por causa do voo... Tente descansar um pouco, não vamos chegar agora... -Assenti com a cabeça, me encostei na poltrona, e quando menos esperava, peguei no sono...