THE ONE WHERE SHE'S NOT ALONE
AQUELE ONDE ELA NÃO ESTÁ SOZINHA
-Mamãe, e se eu perder a tarefa?-ele perguntou pelo que era possivelmente a centésima vez naquela manhã.
Annabeth suspirou, prendendo seus cabelos revoltados em um coque do qual eles insistiam em se soltar.
-Pode ficar tranquilo, eu já falei com a sua professora e ela vai me mandar todas as atividades que eles fizeram em sala. Você vai fazer tudo aqui, comigo.
Ele assentiu, satisfeito, mordendo uma uva enquanto coloria seu livro.
A loira andava de um lado para o outro, inquieta.
Não sabia o que fazer, não tinha o que fazer.
Só sabia que não queria sair de perto de seu filho. Por isso, não o acordou a tempo de ir para a aula naquele dia, e adiou a reunião que tinha naquela tarde. Olhava constantemente para a porta da casa e para as janelas, como se esperasse que a qualquer momento Luke fosse aparecer e tomar seu filho dela.
Felizmente, a inocência do garoto era tamanha a ponto de ele apenas dar risadinhas quando a mãe o chamava para ficar ao lado dela mesmo que ela fosse apenas escovar os dentes. Para o bem ou para o mal, ela já estava acostumada a disfarçar tudo de ruim que acontecia com ela, de modo que o pequeno achasse que tudo não passava de uma brincadeira.
Como explicar que o jogo da vez se chamava "proteja seu filho antes que alguém tente o tirar de você"?
Se sentiu culpada por se afastar de seus amigos. Viu as mensagens que eles deixaram. Desde ligações de Hazel até mensagens preocupadas e cheias de interrogações de Grover e Juníper, que, infelizmente, haviam deixado a vila uma semana atrás.
Sabia que deveria se sentir grata por eles estarem se preocupando, mas tudo que conseguia passar por sua cabeça era como ela havia conseguido os desapontar de novo. Eles acharam que ela estava bem, que estava livre de seu passado. Mas não. Quando ela menos esperou, seus traumas em pessoa retornaram e desabaram sobre ela como uma tempestade, e ela voltou àquele estado preocupado e protetor, onde ela estava sozinha.
Não pode deixar de se xingar internamente. Sabia muito bem que aquilo iria acontecer. Algumas pessoas simplesmente não são destinadas a serem felizes para sempre. E sempre esteve ciente que ela era uma dessas. Era óbvio, que quando as coisas começaram a ficar boas demais, que era só questão de tempo de tudo voltar ao seu devido lugar.
Annabeth não merecia aquilo, aquelas pessoas, aquela família.
Seu pai e sua madrasta tentaram avisar, sua mãe deixou bem claro com atitudes. E por um momento, ela aceitou seu destino. Mas como a boba que era, não conseguiu aguentar uma pequena dose de felicidade: achou que merecia mais, e tentou correr atrás.
Mas, aparentemente, esse não era o seu destino.
Seu plano de não responder nenhum de seus amigos foi por água abaixo quando olhou para o lado e viu Ben conversando com Thalia por chamada de vídeo em seu computador. O aparelho provavelmente deve ter tocado, avisando a chamada recebida, e como Annabeth estava muito ocupada com seus próprios pensamentos, não ouviu.
Então, deixou o pano em cima da pia, percebendo que se continuasse esfregando a bancada da cozinha com tanta força seria capaz de formar um buraco na cerâmica, e caminhou até o sofá, onde o filho estava.
-Annabeth.-Thalia cumprimentou, seu olhar preocupado e atento seguindo seus movimentos captados pela câmera do laptop.
-Thalia, oi.-ela respondeu, sabendo que a amiga já sabia do acontecido. Annabeth pegou o controle e ligou a televisão em um dos canais de desenhos favoritos de Ben, o que automaticamente roubou a atenção dele.
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To Build a Home - Percabeth
Fanfictionlar (s.m) é se sentir bem-vindo. lugar pra onde a gente corre quando tudo fica mal. lugar de maior segurança do mundo. refúgio. nosso. possível de ser compartilhado com outras pessoas. melhor quando compartilhado. é se sentir parte de algo. pertence...