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Isn't it lovely, all alone
Heart made of glass, my mind of stone
Tear me to pieces, skin to bone
Hello, welcome home

Qual é?! Quem não ouve musicas da Billie Eilish ou qualquer outra musica quando está triste?! Posso até ser chamada de louca, mas me sinto muito melhor depois de chorar ouvindo os hinos da Billie.

- Pussy! Me devolve essa calcinha! - Corri atrás da cachorra que lassou por mim - AHGR! EU POSSO FICAR TRISTE OUVINDO AS MÚSICAS DA MINHA ÍDOLA?! - Bufei puxando a calcinha, que rasgou.

- Eita, que depressão toda é essa? - Vi Camila entrando e revirei os olhos internamente.

- Já falei que você não é bem vinda nessa casa - Ela sorriu pegando Pussy.

Peguei meu telefone disquei o número de Dinah. Precisava me ocupar e ignorar aquele ser idiota que brincava com minha cadela.

Dinah: Branquela, já ia te ligar!

- Então fala

Dinah: Nossa música está perfeita e já estou te enviando!

- Sério?! Isso é uma ótima notícia!

Dinah: E tem mais, você e Halsey foram chamadas para um clipe!

- Com a Halsey?! Nossa, você melhorou cem por cento meu dia!

- O que tem a Halsey? - Ouvi Camila perguntar.

Dinah: Ah não Branquela! Tchau, não quero ouvir discussão!

Ela desligou e eu bufei, indo para a cozinha preparar uma sanduíche natural. Ignorei Camila, que me seguia com o seu olhar e fui para o quarto, para comer em paz, mas não deu certo.

- Lauren, geralmente as pessoas faxem perguntas para serem respondida! - Ela já estava estressada?! Agora que eu comecei.

- Sai Pussy - Expulsei a cachorra da cama.

- Ahgr! Eu te odeio! Você é uma pessoa muito infantil, sem paciência e idiota, que eu já conheci! - A olhei e voltei a comer - Sabe eu tô aqui, pra te pedir desculpa e tentar resolver o...

- O que? Nosso namoro? Ah é nós não namoramos! Não tente resolver algo inexistente - Ela bufou.

- Olha eu te ignorei nesse último mês, por quê eu tinha muito trabalho pra fazer - Mordi meu sanduíche e suspirei. Estava muito bom - Me desculpe ok?! Eu tô tentando dar o meu máximo, pra que isso dê certo e você nem parece se importar! - Respirei fundo e larguei meu prato de lado.

- Camila, você já pararou pra olhar isso pelo meu lado? Sabe o quanto é ruim namorar uma pessoa, que para o público namora um franguinho? Sabe como é ruim não poder fazer nada em público, porque ninguém pode saber disso? Eu me sinto usada, por você - Os olhos dela se encheram de lágrimas - Me sinto apenas uma amante insignificante, que você se aprovei...

- Não é assim Lauren! Eu te...

- Não! Não complete essa frase! Você não tem o direito! - Sem que eu percebesse eu estava apontando o dedo pra ela.

Lembranças rodaram minha cabeça e eu me afastei, não podia perder a cabeça. Ela não tinha culpa de não me amar o suficiente, ela não tinha culpa de eu a amar muito e não tinha culpa se meu peito doía por não me sentir bem.

- Lauren...

- Vai embora Camila - Virei de costas, pasdando as mãos no cabelo.

- Eu não quero ir embora - Ela falou abixo.

- Camila, eu...Eu não posso ficar assim, preciso me controlar - Respirei fundo e soltei o ar lentamente.

- Você...Você ia me agredir Lauren? - A olhei negando com a cabeça, mas as lágrimas já denunciava tudo - Você realmente bateu na sua mãe? No seu padrasto?

- Você não me conhece Camila - Falei e ela fez menção de se aproximar, mas eu levantei minha mão pedindo em silêncio que não.

- Então deixa eu te conhecer - Neguei com a cabeça.

- Isso é muito doloroso - Ela suspirou e se aproximou tocando em meu rosto molhado - Eu tenho transtorno explosivo - Senti meu corpo tremer - Eu bati na minha mãe, no meu padrasto, nos meus colegas de escola e no Justin, mas nem sempre foi assim - Ela me puxou para cama.

- Calma, não tenho pressa - Eu assenti.

- Meus pais nunca estiveram juntos, eles apenas matavam as necessidades um do outro às vezes, até minha mãe engravidar. Ela conheceu o Henrique, eles namoraram e se casaram. Quando completei dez anos, meu pai me colocou em uma academia de box, já que não me encaixava com nada - Tomei uma respiração longa - Quando completei quatorze anos, meu padrasto começou a mudar. Sempre me dava carinho, fazia de tudo para tocar em mim, na praia ele me passava o protetor solar e demorava muito passando a mão pelo meu corpo. Um dia eu e Justin, estávamos jogando vídeo game e meu padrasto entrou no quarto dizendo que estava na hora do almoço e que era pra Justin ir lavar a mão, enquanto ele jogava uma partida comigo. Assim que meu amigo saiu quarto, ele tentou me beijar a força e eu imobilizei ele. Justin entrou e correu para chamar minha mãe. Nós discumos bastante, pois ela não acreditava em mim e eu acabei explodindo, então eu bati neles - Limpei as lágrimas que escorriam no meu rosto - Mas eu não queria, eu juro que não, só que não conseguia parar...

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