As regras eram claríssimas, o jantar seria servido as 6 horas da tarde. Mas como o Bob teve que sair e o senhor arrogância não desceu para o jantar. Acabei comendo sozinha na enorme sala de jantar, me senti perdida e solitária.
Os empregados eram sérios e polidos demais, alguns me olhavam estranho. Talvez por eu ser a única mulher hospedada com dois homens. Infelizmente a muito preconceito ainda, quando uma mulher viaja sozinha e fica assim como eu acaba gerando comentários de vários tipos. Vivemos em uma sociedade hipócrita na verdade!
Resolvi deitar e ler um pouco, a biblioteca tinha um acervo enorme da nossa literatura brasileira, o que muito me agradou.
Acabei adormecendo e de madrugada escuto música mais exatamente um piano a tocar uma melodia saudosa e triste ao mesmo tempo. Devagar me levanto e sigo o som, minha curiosidade estava no nível hard para falar a verdade.
Encontro Bob e quase damos uma topada de frente, um assustando o outro. Mas contenho o grito e ele também.
— Está escutando isso? Ele pergunta arregalando os olhos.
— Um piano. Alguém está tocando só isso.
— Só isso. Ninguém aqui sabe tocar piano. Vamos até o quarto do Angel.
— Talvez algum funcionário as escondidas...
— Não. Ninguém se atreveria.
Seguimos até o quarto Black White e o Angel mal tocou em sua cama. O procuramos até dentro do banheiro e nada.
— E agora?
— Talvez esteja no escritório, é caminho mesmo. Afirma ele devagar.
Descemos as escadas com cuidado, as luzes se apagam de repente e gritamos juntos. Acabo revirando os olhos e seguimos em frente. Thales acende algumas velas pelo caminho, as luzes voltam de repente e nos assustamos de novo.
— Isso só pode ser uma brincadeira!
Abrimos a porta do escritório, vazio. Nem sinal do Angel em lugar nenhum.
— Só pode ser ele que esteja tocando o piano! Explico fechando a porta devagar.
— Impossível... O Angel não sabe nem tocar uma caixinha de fósforo. Nunca teve talento para música ou coisa nenhuma desse tipo.
— Vamos verificar, então. Digo a ele.
— As damas na frente por favor.
— Engraçadinho. Cruzo os braços e pego um candelabro sem velas como arma.
— Estou só sendo educado! Afirma ele ajeitando seu pijama. — Posso perguntar o porquê do candelabro?
— Para rachar a cabeça do possível invasor! Respondo indo na frente.
— Agora sim fiquei com medo. E com pena do coitado que te encontrar pela frente.
— Anda Bob deixe de bobagens e vamos logo. Digo o arrastando pelo braço.
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De Corpo & Alma EM PAUSA
RomanceDe Corpo & Alma Só que para Angel e Jadde tudo era um pouco mais complicado e estranho. E foi justamente sob a luz das estrelas que ambos se avistaram, pela primeira vez, com um simples olhar e um leve toque ambos tinham a certeza de pertencerem um...