7° - Pelo visto a noite vai ser longa.

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Narrado por Lis

Minha visão fica turva por alguns segundos e as palavras parecem fugir da minha boca. A tensão no ar é enorme e eu quase posso sentir seu peso em meu corpo. Os olhos de ambos parecem estar focados em mim, com certeza querem saber qual vai ser a minha reação, até eu mesma quero saber. O que eu faço?
Sebastian e Erin me garantiram que o relacionamento já havia acabado, mas a loira na minha frente me faz duvidar disto.

- Eu... - Começo. - Vou procurar a Erin.

Entro novamente para o quarto e busco pelas minhas coisas, minha cabeça está rodando e eu não suporto ficar mais um segundo aqui. Sebastian me segue e sinto sua mão segurar meu braço.

- Lis, por favor espera. - Ele diz, parecia tão confuso quanto eu. - Eu não sei faço ideia do porquê ela está aqui. - Ele sussurra.

- É melhor vocês conversarem a sós. - Digo.

- Não vai me apresentar sua amiga Seb? - Sua voz novamente entra em meus ouvidos.

O sorriso em seu rosto me gera dúvidas, é um ato de simpatia ou de ironia? Seus olhos não me encaram com raiva, mas ela faz questão de me medir dos pés a cabeça e isso me irrita.

- Eu sou a Ale, Sebastian deve ter falado sobre mim. - Ela diz estendendo a mão.

- Nada positivo. - Ele interrompe.

- Elizabeth, prazer. - Digo firme.

- Ah não estamos usando apelidos. - Ela ri. -Alejandra, então. O prazer é todo meu.

Encaro Sebastian uma última vez e saio do quarto fechando a porta atrás de mim. Solto o ar que estava preso em meus pulmões e sigo para meu quarto, o lugar que eu jamais deveria ter saído essa noite.
Tiro as sandálias de salto e me jogo na cama. A festa já havia começado e era possível escutar o som do andar em que eu me encontrava.
Os pensamentos não param de invadir minha mente e eu mal consigo processa-los, o que afinal eu deveria pensar?

Narrado por Sebastian

- O que você está fazendo aqui? Como soube onde eu estava? - Pergunto furioso.

- Eu sempre sei onde você está amor, acho que é algum tipo de conexão. - Ela diz sorrindo.

Alejandra nunca desistiu de me perseguir desde o nosso término. Desde inúmeras ligações até essas aparições surpresas em lugares indevidos, ela é realmente um saco. Ela parece muito mais calma do que as últimas vezes que nos encontramos, seu semblante não transparece raiva e sua voz está em um timbre perfeitamente equilibrado. Que porra.

- Você precisa ir embora. - Digo.

- Por que? É Natal, deveríamos ficar juntos. - Ela diz se sentando na cama. - Quem é a sua amiga? Viu o vestido dela? Que vulgar.

- Não fale dela. - Respondo. - Não te devo satisfações de quem ela é, nem de nada sobre a minha vida.

- Fica calmo, só estou curiosa.

- Alejandra... - Respiro fundo. - O que caralhos você está fazendo aqui?

- Bom, você deixou bem claro onde estava nas publicações do seu Instagram, a propósito parabéns pelo filme, tenho certeza que ficou fabuloso. - Ela diz. - Aproveitei que o Natal estava chegando e vim para cá também, liguei para sua produtora e ela me disse onde estava hospedado. Precisei gastar algumas notas para a recepcionista me informar seu quarto mas correu tudo bem, finalmente te encontrei. - Ela levanta e caminha até mim.

Suas mãos quentes envolvem meu rosto e antes que eu raciocine sua boca está colada na minha. O efeito não é mais o mesmo de anos atrás.

- Para. - Digo a afastando. - Você não deveria estar aqui, e eu já disse inúmeras vezes que não quero você me perseguindo.

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