Capítulo 15

513 54 5
                                    

Diana 🌼

Colho algumas ervas que encontro pelo caminho e as coloco em um bolso grande que há na saia de meu vestido, enquanto caminhamos a procura de um lugar para acampar.

Finalmente escolhemos um local próximo a algumas árvores tropicais, onde havia alguns troncos para se sentar, e um lugar muito bom para acender uma fogueira.

Pego do chão um coco partido ao meio, e solto as ervas dentro com um pouco de água, que Aleksander havia buscado de uma nascente que ficava mais a dentro da mata. Amasso as plantas junto com a água, formando uma espécie de pasta, me levanto e pego um tecido, dos pedaços de meu vestido que eu havia arrancado, e me sento de lado de Aleksander.

- Deixe-me olhar este corte no seu braço, que não for enfaixado pode infeccionar. - O encaro.

- O que é isto aí? - ele olha para a pasta na casca do coco, fazendo uma careta.

- É uma pasta, feita de ervas medicinais que colhi pelo caminho. - Explico vendo ele tirar o casaco e a camisa.

- Como saberei que isto aí não é uma hera venenosa, e que a senhorita não está tentando me matar?

- Não saberá. - dou de ombros, passando um pano úmido o ferimento dele, que faz uma careta de dor e puxa levemente o braço. Depois de limpo, passo a pasta e enfaixo com outro pano seco.

- Como você aprendeu a fazer isso?

- Minha mãe me ensinou, ela fazia isso quando me machucava. Ainda pequena eu era mais arteira que meu irmão, amava cavalgar, correr por aí e nadar no lago da casa de campo de minha família. - sorrio me lembrando de minha infância.

- Pensei que a senhorita fosse uma dama delicada. - ele ri.

- E sou! - falo indignada. - Mesmo aprontando, sempre fui muito delicada, e pode me chamar de Diana.  - sorrio.

- Tudo bem senhorita. - faz o mesmo que eu fiz quando ele disse para eu o chamar de "Aleksander" - Você disse que sua mãe a ensinou, pensei que fosse da nobreza? - arqueia as sobrancelhas.

- E sou. Mas minha mãe não nasceu nobre, ela era de uma família humilde de fazendeiros. Meu pai era um visconde cobiçado pelas mamães casamenteiras de Londres, até que o destino decidiu juntá-los. A carruagem de meu pai quebrou enquanto ele ia em direção ao litoral, por sorte perto da fazenda de meus avós, ele se apaixonou por minha mãe e os dois se casaram. Minha mãe virou "Lady Barry" par o desespero das moças londrinas. - conto a história para ele, que estava atento a tudo que eu dizia.

- Digno de um livro. - Fala com um sorriso.

- É. - abaixo meu olhar, encarando o fogo que ilumina meu rosto.

Olho Aleksander que veste a camisa, e também encara o fogo. Ao perceber que meu olhar está sobre ele, vira a cabeça para mim que rapidamente desvio voltando a olhar a fogueira.

- Eu vi que estava me olhando. - sorri de lado.

- Eu? Claro que não. - minto vendo ele soltar um riso soprado enquanto nega com a cabeça. - Acho que vou me deitar, me sinto exausta! - gesticulo com as mãos me levantando.

- Farei o mesmo. - ele diz enquanto se deita perto da fogueira.

Sigo para o outro lado dela e também me deito sobre algumas folhas, não reclamaria da cama do navio se eu soubesse que teria que dormir sobre folhar no chão duro!

- Boa noite Diana.

- Boa noite Aleksander. - Rimos nos encarando, e assim fico até adormecer.

N/A:

Não revisado, desculpem qualquer erro! 👁👄️👁️.

Votem e deixem seu comentário ! 🌟

Naufrágio [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora