Diana 🌼
Colho algumas ervas que encontro pelo caminho e as coloco em um bolso grande que há na saia de meu vestido, enquanto caminhamos a procura de um lugar para acampar.
Finalmente escolhemos um local próximo a algumas árvores tropicais, onde havia alguns troncos para se sentar, e um lugar muito bom para acender uma fogueira.
Pego do chão um coco partido ao meio, e solto as ervas dentro com um pouco de água, que Aleksander havia buscado de uma nascente que ficava mais a dentro da mata. Amasso as plantas junto com a água, formando uma espécie de pasta, me levanto e pego um tecido, dos pedaços de meu vestido que eu havia arrancado, e me sento de lado de Aleksander.
- Deixe-me olhar este corte no seu braço, que não for enfaixado pode infeccionar. - O encaro.
- O que é isto aí? - ele olha para a pasta na casca do coco, fazendo uma careta.
- É uma pasta, feita de ervas medicinais que colhi pelo caminho. - Explico vendo ele tirar o casaco e a camisa.
- Como saberei que isto aí não é uma hera venenosa, e que a senhorita não está tentando me matar?
- Não saberá. - dou de ombros, passando um pano úmido o ferimento dele, que faz uma careta de dor e puxa levemente o braço. Depois de limpo, passo a pasta e enfaixo com outro pano seco.
- Como você aprendeu a fazer isso?
- Minha mãe me ensinou, ela fazia isso quando me machucava. Ainda pequena eu era mais arteira que meu irmão, amava cavalgar, correr por aí e nadar no lago da casa de campo de minha família. - sorrio me lembrando de minha infância.
- Pensei que a senhorita fosse uma dama delicada. - ele ri.
- E sou! - falo indignada. - Mesmo aprontando, sempre fui muito delicada, e pode me chamar de Diana. - sorrio.
- Tudo bem senhorita. - faz o mesmo que eu fiz quando ele disse para eu o chamar de "Aleksander" - Você disse que sua mãe a ensinou, pensei que fosse da nobreza? - arqueia as sobrancelhas.
- E sou. Mas minha mãe não nasceu nobre, ela era de uma família humilde de fazendeiros. Meu pai era um visconde cobiçado pelas mamães casamenteiras de Londres, até que o destino decidiu juntá-los. A carruagem de meu pai quebrou enquanto ele ia em direção ao litoral, por sorte perto da fazenda de meus avós, ele se apaixonou por minha mãe e os dois se casaram. Minha mãe virou "Lady Barry" par o desespero das moças londrinas. - conto a história para ele, que estava atento a tudo que eu dizia.
- Digno de um livro. - Fala com um sorriso.
- É. - abaixo meu olhar, encarando o fogo que ilumina meu rosto.
Olho Aleksander que veste a camisa, e também encara o fogo. Ao perceber que meu olhar está sobre ele, vira a cabeça para mim que rapidamente desvio voltando a olhar a fogueira.
- Eu vi que estava me olhando. - sorri de lado.
- Eu? Claro que não. - minto vendo ele soltar um riso soprado enquanto nega com a cabeça. - Acho que vou me deitar, me sinto exausta! - gesticulo com as mãos me levantando.
- Farei o mesmo. - ele diz enquanto se deita perto da fogueira.
Sigo para o outro lado dela e também me deito sobre algumas folhas, não reclamaria da cama do navio se eu soubesse que teria que dormir sobre folhar no chão duro!
- Boa noite Diana.
- Boa noite Aleksander. - Rimos nos encarando, e assim fico até adormecer.
N/A:
Não revisado, desculpem qualquer erro! 👁👄️👁️.
Votem e deixem seu comentário ! 🌟
VOCÊ ESTÁ LENDO
Naufrágio [Em Revisão]
RomanceEm uma travessia rumo a América, uma grande embarcação à vela transportava 300 pessoas. Enquanto os nobres se deliciavam e apreciavam a viagem através do oceano, no porão, prisioneiros estavam acorrentados e imundos. Tudo muda quando outro navio se...