Prólogo

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" Se custa sua paz . . . É caro demais "

Brasil Janeiro de 2011

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Brasil Janeiro de 2011

Tudo aconteceu ali, naquele dia, naquela data,  naquele ano, parecia brincadeira, mas eu me encontrava em meio a um caminho que me traria uma oportunidade avassaladora, de prazer e satisfação.

Eu tinha tudo, dinheiro, mulheres, drogas, armas e o mais importante, poder, eu tinha todo o poder, eu era dono de tudo, eu mandava, e todos me deviam obediência.

Tão novo e com tudo o que eu queria no alcance das minhas mãos, no auge dos meus 30 anos de idade, era um homem bonito, inteligente, e me vangloriava daquelas características também.

Me tornei o que eu nem sabia que queria, mas quando se ganha uma oportunidade tão grande como aquela é quase que impossível você não se sujeitar a agarra-lá com unhas e dentes, e foi o que eu fiz.

Fui apresentado a um universo que eu jamais imaginei, quando garoto via e ouvia o que esse mundo proporcionava, mas nunca foi uma curiosidade me envolver com nada daquilo.

Vindo de uma família humilde, tendo um pai e uma mãe que trabalhavam dia e noite para ter e dar um sustento digno a sua família, cuidava dos seus filhos e os educavam da melhor maneira possível, mesmo não sendo nada fácil.

Dentro de casa era o lugar que sempre nos sentíamos confortáveis, mas nunca cem por cento seguros, do lado de fora a maior comunidade do Rio de Janeiro, o perigo era evidente, uma população que circulava livremente na medida do possível, cada um lutando pelo seu sustento de cada dia, a criminalidade aterrorizava a sua própria maneira, não só com os bandidos com armas, mais também aqueles que usavam terno e gravata mais conhecidos como "colarinho branco"

Quando mais novo, era um garoto bom, um garoto comum como qualquer outro, gostava de jogar bola e brincar de carrinho na calçada de casa, tinha alguns amigos espalhados pela comunidade, frequentava a escola mesmo não tendo muito ânimo para fazer tal ato.

Mas nunca querendo ser a decepção dos meus pais, fazia um esforço para ser um garoto estudado, um garoto que quem sabe desse um motivo de orgulho aos meus velhos.

Tínhamos amor, tínhamos comida, meus velhos não eram pessoas perfeitas, mas para mim eram exemplo a serem seguidos. Mesmo lutando bravamente dia e noite nunca desistiram de levar alimento pra dentro de casa, a dificuldade era uma realidade, mas eles faziam de tudo para aquilo não atarracar em nossas vidas, a vida dos seus dois filhos.

Mesmo tendo tudo aquilo eu não compreendia o porque tanta desigualdade, porque eu tinha que estudar em uma escola pública, porque eu tinha que morar em uma comunidade, porque meus pais tinham que trabalhar mais do que os pais de outras pessoas, porque eles ganhavam tão pouco? Porque existia tantas mortes do lado de fora, porque era tão perigoso brincar na rua, porque sofríamos descriminação por sermos pobres, e porque éramos pobres?

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