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(Maraisa)

Fiquei ali no chão por um tempo, até que resolvi tomar coragem e me levantar do chão, eu ainda tava sangrando, pouco mais tava. Então fui pro banheiro, tomei um banho, e chorei mais um pouco, depois coloquei uma roupa.

Limpei o piso da sala que tinha ficado todo manchado de sangue, e enquanto limpava pensei no que eu iria fazer: pedir ajuda pro Danilo, afinal ele é a única pessoa que eu conheço daqui de Goiânia.

Procurei meu celular pela casa inteira, mas não achei, Zé deve ter levado junto com ele, pensei em ir até a casa do Danilo, porém todas as portas e janelas estavam fechadas na chave, resumindo eu estou trancada na minha própria casa.

Comecei a entrar em desespero, não tinha ninguém pra me ajudar, e ainda por cima eu não paro de sangrar. Só que a culpa é toda minha! TODA MINHA! Olha quantas vezes minha irmã me avisou e eu ignorei.

Eu tive a chance de terminar esse relacionamento bem antes, mas não fiz, tive a chance de não me casar, mas acabei caindo em uma ilusão. Eu poderia não ter me envolvido com o Zé, porém escolhi me arriscar, escolhi acreditar no amor, e olha o que aconteceu? Quebrei a cara de novo, outra vez eu fui enganada.

Entre lágrimas, dor de cabeça e sangue, eu adormeci...

No dia seguinte:

Acordei com o meu "marido" do meu lado, ele sorria como se aquela tivesse sido a melhor noite da vida dele.

-Bom dia bebê! Dormiu bem?

-Como você tem coragem de me chamar de bebê! Olha o que cê me fez! - gritei.

-Ei! Fica calma! Tá tudo bem! - ele tentou me abraçar, mas eu levantei da cama.

-Como tá tudo bem? Me diz! Tu me bateu! Me xingou! Abusou de mim! Me deixou trancada em casa, sem celular!

-Eu só fiz isso, pra não ter a chance de você tomar uma atitude que vai se arrepender depois, eu fiz isso por amor!

-Que amor é esse? Um amor que me machuca, me deixa sangrando? - perguntei, já chorando.

-Desculpa, eu não queria te machucar, mas a culpa também é sua! Cê me deixou estressado e eu perdi a cabeça! - dessa vez ele consegui me pegar e me abraçar forte, pra eu não conseguir fugir.

-A culpa não é minha! - tentei me soltar, porém não consegui.

-Tu tá muito nervosa! Calma! Eu vou pegar um remedinho pra você!

-Eu não quero! Eu preciso é ir no médico! Não paro de sangrar! - mesmo com absorvente, eu conseguia sentir o sangue vazando pelas minhas pernas, e não era menstruação.

-A gente pode ir no médico, se você prometer que vai se comportar, e tomar esse remédio aqui. - ele me deu um copo com água e umas gotas de um líquido estranho.

-Tá bom. - concordei e peguei o copo, eu ia jogar tudo fora.

-Quero ver tomando mesmo! De verdade! - Zé abriu minha boca, e me fez tomar o líquido a força, quase engasguei - Pronto! Essa daqui é a mulher obediente com quem eu me casei, te amo meu amor! - ele beijou minha testa.

-Te odeio! - retruquei.

-Um dia cê vai entender tudo isso, Maraisa.

Que nojo desse homem! Tadinha da Maraisa, tá se sentindo culpada...

Você Nem É Tudo IssoOnde histórias criam vida. Descubra agora