Capítulo 1.

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                      (Ben Barnes P.O.V)

25 de setembro de 2017.

Sábado, 12:00 PM.

O sol do meio-dia se encontra tórrido sobre a minha cabeça, fazendo-me praticamente cozinhar dentro do Pea Coat azul-marinho, e também a camisa de lã cinza, que estou usando. O calor é quase opressivo quando comparado ao fajuto de Seattle. – Depois de quase dez anos morando na outra cidade, acabei me acostumado com o clima chuvoso de lá. Contudo, havia me esquecido de como é o daqui no ápice do verão. Não há como negar, muito tempo havia se passado desde que estive aqui pela última vez. A estranheza quanto a temperatura é apenas uma inevitável consequência – Entretanto, mesmo diante o mormaço que contribui na produção das pequenas gotículas de suor que brotam e umedecem minha pele nas regiões da nuca e testa, permaneço parado ao final da escada.

Encaro a minha antiga casa, localizada em um dos bairros mais simples de Londres, o Shepherd's Bush, meio a um sentimento avassalador de completa nostalgia.

Sorrio fraco, melancólico, ao notar que mesmo após tantos anos a construção de três andares, tal que remete às da Era Vitoriana, segue incrivelmente bem preservada.

— Ou quase — Murmuro, ao segurar o corrimão e ele se mover abaixo dos meus dedos. Levemente bambo, ele é assim desde que me entendo por gente, e, por nenhum motivo em específico, nunca fora consertado. Talvez tenha sido por indiferença, em vista que o defeito não é tão relevante, ou, quem sabe, tenha sido por falta de tempo.

“Tempo” Eu daria qualquer coisa para voltar nele. Voltar para quando eu morava aqui, com a minha mãe. Só nós dois, mesmo com todas as nossas malditas dificuldades da época.

Este aqui, este lugar, ele havia sido o mais próximo que tive de um verdadeiro lar. Foi onde morei durante grande parte da minha vida, antes de ir tentar uma nova e promissora em outro país; com apenas trezentos dólares na carteira e um mochilão nas costas.

Foi aos dezenove anos quando consegui minha bolsa de estudos na faculdade e decidi deixar Londres, com o total apoio da minha mãe, para cursar Engenharia da Computação em Stanford, localizada em Palo Alto, nos Estados Unidos. Cinco anos após, quando concluí o meu curso dos sonhos enquanto fiz o meu estágio de dois em uma empresa que me ofereceu um salário suficientemente capaz de me ajudar a manter uma vida estável naquele momento, me mudei para Seattle ao receber uma ótima proposta de emprego e que se adaptava bem aos novos custos que teria na outra cidade. – Moro lá, desde então – Mais tarde, sete anos para ser mais exato, com bastante garra, suor e teimosia, consegui fundar a minha, embora pequena a princípio, própria empresa.

E, eu não imaginava que, mais três anos, – ainda que recheados de batalhas diárias e desgastantes, fracassos desanimadores e novas tentativas decorrentes de uma persistência sem igual – seriam o suficiente para que eu finalmente alcançasse o tão almejado sucesso no ramo tecnológico. Desta forma, recebendo, enfim, o reconhecimento digno de toda a luta que tive ao decorrer daqueles longos quinze anos. Sem dúvida alguma, anos que valeram ainda mais a pena quando comecei a colher o belo fruto consequente do meu empenho e aprendizado, construção da minha capacitação na área e o empreendimento que fiz com todo o dinheiro guardado durante o longo tempo em que trabalhei para terceiros.

Durante todo esse tempo, no percorrer de toda essa jornada de altos e baixos, frustrações e conquistas, minha mãe sempre esteve ao meu lado. Ela sempre esteve ali, por mim, nos meus piores e melhores momentos. Mesmo estando em outro país, ela nunca deixou de me dar a força necessária para continuar, assim como o apoio crucial para que eu não desistisse quando pensava que nada seria possível. Ela é e sempre foi o meu pilar, e isso é algo que nunca irá mudar.

𝐏𝐑𝐎𝐌𝐈́𝐒𝐂𝐔𝐎𝐒 || 𝐁𝐄𝐍𝐉𝐄𝐒𝐒𝐈Onde histórias criam vida. Descubra agora