𝐏𝐑𝐎𝐌𝐈́𝐒𝐂𝐔𝐎𝐒 || 𝐁𝐄𝐍𝐉𝐄𝐒𝐒𝐈

Capítulo 2.

                     (Ben Barnes P.O.V)

Com uma pressa deliberada e bastante incaracterística quando se trata do meu jeito de agir, e isso em qualquer circunstância, eu rapidamente me seco com a toalha branca e macia que antes fora lavada, e também delicadamente dobrada e guardada, por Jessie, dentro de um dos armários da lavanderia. Esfrego a tolha, impacientemente, sobre a minha pele. Seco todas as míseras gotículas de água que ainda pudessem residir em meu corpo.

Jessie... Este é o nome da garota que fizera o meu sangue ferver minutos antes. Ou melhor, o nome da garota que faz o meu sangue ferver, neste exato momento, enquanto apenas penso no que ela pode estar fazendo no andar de baixo. Não irei me dar o trabalho de mentir, o questionamento me vem a cabeça a cada cinco segundos.

Mesmo agora, após o banho gelado que havia tomado, aquele que se mostrou ser demasiado revigorante, bastante útil ao me ajudar com a excitação que estava me percorrendo por inteiro, ainda posso sentir a queimação presente em cada polegada do meu ser.

E eu não deveria me sentir assim, tão afetado pela presença dela. Nada naquela garota, estranhamente baixa para a sua idade, tagarela e arisca demais, deveria ter me impressionado. No entanto, foi exatamente isso o que aconteceu. No momento em que os meus olhos encontraram os seus, astutos e delicadamente puxados pela sua ascendência asiática, capturando-os em um desafio silencioso no qual ela retribuiu com uma veemência impressionante, senti que poderia parar de respirar ali mesmo.

Jessie não é nada parecida com as mulheres com quem já me envolvi um dia, seja por conta do seu jeito de se expressar sem medo e dizer exatamente o que pensa, não conseguindo conter as suas emoções e divertidas expressões genuínas, seja por conta da sua aparência. A garota no andar principal não possui as curvas voluptuosas que tanto aprecio no corpo de uma mulher, os seus seios são pequenos e os quadris também, ela não é alta e sua pele na região do rosto é salpicada por pequenas sardas de tom claro.

Novamente, nada nela deveria ter me impressionado. Ainda assim, cá estou eu, sendo rendido por pensamentos utópicos, voltados para o quão a sua pele parece ser macia e sobre como os seus cabelos, negros como a noite de um céu livre de estrelas, escapavam de seu coque elaborado e recaíam sobre as maçãs do seu rosto angelical, dando-lhe um charme adorável.

Céus! Simplesmente não consigo parar de pensar no quanto o meu corpo reagiu ao seu, de maneira tão intensa e avassaladora, e no quanto a palavra “gostosa” foi atribuída a cada nove das dez que compunham os pensamentos que tive em relação a si. Inevitáveis.

— Que você não tenha ido embora — Murmuro, ponderando a possibilidade dela tê-lo feito no momento em que entrei no banho. Visto-me apressadamente diante o pensamento, querendo tirar a prova o mais rápido possível. Uma blusa de algodão branca e uma calça de moletom cinza nunca foram tão rapidamente colocadas em meu corpo.

Por Deus, nem sequer me lembro da última vez em que estive tão ansioso assim, para apenas estar na presença de uma mulher.

Obrigando-me a parecer paciente, desço os degraus de um em um. Adoto um ar despreocupado, fingindo a calmaria que não sinto.

Um barulho seguinte, vindo da cozinha, me chama a atenção assim que piso no andar principal. Aparentemente, Jessie não havia ido embora. Ou isso, ou alguém invadiu a casa.

Minhas apostas são na primeira opção.

Assim que adentro a cozinha, meus olhos repousam sobre a mulher que domina os meus pensamentos. Ela está ocupada, se encontra ajeitando as caixas de comida que o entregador trouxera.

Um pigarro meu e ela se vira rapidamente em minha direção. Seu olhar encontra o meu. Por um momento, ela me parece reconsiderar inúmeras coisas, temo que uma delas seja sua decisão de ficar. Noto as pupilas, cada vez mais dilatadas, escurecendo os seus olhos.