Capítulo 7

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         DiLan chegou em sua casa e subiu diretamente para o seu quarto, nem se quer percebeu o momento em que a mulher em seus braços acordou, ela fez proveito disso e esperou o jovem homem lhe colocar sobre a cama, porém ao invés de surpreender ela que foi surpreendida. 

     O Moreno não estava conseguindo controlar a raiva que crescia em seu peito, na verdade o seu instinto mais animalesco anseava por mais raiva e DiLan fazia questão de alimentar o que ele queria, porém a grande raiva foi substituída por imensa dor e de repente as lágrimas gélidas começaram a cair e molhar o rosto também gelado de DiLan, um enorme bolo se formou na garganta do moreno e por mais que ele não pudesse morrer sentia como se cada suspiro seu fosse o último. 

   As grandes mãos dele começaram a tremer e cada vez mais o deixavam agoniado, tudo que DiLan sempre quis em seu sua vida desde que perderá seus pais era suprir esse sentimento horrível de descontrole, solidão, dor ou raiva intensa, porém nunca conseguiu e sempre se via nessa deplorável situação de angústia, medo e desespero.

    Em uma tentativa de acalmar o que já estava deplorável, DiLan colocou as mãos trêmulas sobre os olhos e se encolheu na poltrona em que havia sentado quando chegou no quarto, mas a dor aumentava cada vez mais. 

    — Me ajude, Deusa da lua – ele falou em forma de súplica e sua voz continha dor imensa 

     Porém seu corpo repeliu tais sentimentos em uma velocidade extrema ao sentir pequenos e quentes braços lhe abraçando, era como se aquele abraço fosse sua cura e ao mesmo tempo a sua pior droga, as mãos que antes estava tampando os olhos de DiLan, agora estavam entrelaçadas na cintura de Ayla. 

      Por algum motivo desconhecido pelo vampiro, aquela moça era sua calma e ele percebeu isso ao sentir seu pior lado se acalmar somente de estar perto dela, somente poder ter ela em seus braços. 

    — Eu pretendia te dar uma bela bofetada, porém acho que essa dor doeu bem mais que meus tapas – ela falou aconchegando a cabeça nos ombros de DiLan – Dessa vez você escapa, por que infelizmente eu sei o que é isso que você está sentindo 

    — Sabe? – o moreno simplesmente sussurou e deitou sua cabeça sobre a da moça – E como sabe?  

    — Por que sinto ela todas as noites e é terrivelmente doloroso – DiLan sentiu uma lágrima dela cair sobre seu ombro – E por algum motivo, te ver dessa forma me deixou totalmente triste 

      O moreno afastou o corpo de Ayla, porém não para tão distante do seu e mesmo que ela tenha tentado sair de seu colo onde antes estava sentada para que conseguisse abraça-lo, ele não deixou e aproximou o rosto dele ao dela fixando o olhar dele com o de Ayla. 

    — Por que você me enlouquece desse jeito? – a morena fez uma cara de confusa – Antes de você chegar estava tudo na perfeita ordem, porém não consigo mais arrumar a bagunça que você fez dentro de mim desde que chegou 

    — Isso é engraçado, eu sinto como se estivesse segura ao seu lado e também sinto como se você precisasse de mim mais do que eu preciso de você – DiLan acariciou a Buchecha da moça – E sem contar que você já me salvou duas vezes desde que entrou em minha, você tem idéia das vezes em que me salvou? 

    — Não – o moreno deu um sorriso de canto – todas as vezes foram como um impulso que me puxava desesperadamente para você, eu escuto sua voz angustiada e sinto seus sentimentos e isso pode parecer muito estranho pois esse não é o meu dom de vampiro, porém o destino me chama para te proteger e nem mesmo eu sei o que faço, mas não ache que eu não sei o que eu sinto – DiLan sorriu e um brilho apareceu em seus olhos, pela vez desde que seus pais haviam morrido – Eu sei muito bem o que eu sinto

     — A primeira vez foi no dia da ligação, por mais que eu tenha dito que você só alimentou o meu medo, eu menti, pois enquanto estava conversando com você meu coração se sentiu calmo e tranquilo é como se você naquele momento você fosse remédio para o meu medo e a segunda vez foi hoje, por mais que tenha me colocado para dormir de uma forma que eu odiei – DiLan sorriu com a cara feia que ela fez – Ainda sim foi ao meu socorro em um momento de angustia, obrigado Sr Mantory

    — Você não deve temer aquela mulher que estava hoje em sua casa, tem muitas coisas que você não sabe e não sou eu que vou dizer, porém a princesa não te fará mal algum e nada de Sr Mantory, para você é só DiLan não me venha com formalidades 

    — Isso quer dizer que somos amigos? – o sorriso inocente no rosto dela fez com que DiLan aceitasse isso por enquanto 

    — E por que não? – o subconsciente do moreno gritava que não, que essa amizade não era o certo, porém DiLan ignorou totalmente as vozes de sua cabeça – Se é isso que você quer 

     O moreno viu a moça se levantar de seu colo e ficar de pé em sua frente e no mesmo momento lhe oferecer o sorriso mais belo que ele já havia visto em toda sua vida. 

    — Desde que minha mãe morreu ninguém nunca me deu abraços sinceros e você já me deu dois desde que te conheci,  Obrigado pela sua demostração de carinho comigo

  — Você também, foi o primeira humana a me fazer se sentir tão bem desde de alguns acontecimentos – DiLan se assustou ao sentir um beijo e sua Buchecha, mas gostou muito da demostração de carinho – Porém, lembre que continuo sendo o frio e arrogante, DiLan Mantory

    — Ok, por enquanto deixo você continuar com a sua brincadeira de se sentir malvado 

    No momento em que o moreno iria se impor com o posicionamento da moça, ela saiu correndo do quarto e deixando somente o seu doce e amável cheiro para completar o sentimento do homem.

    — Eu ainda descubro o que é isso que me liga, me prende e me puxa para você, Ayla Blary – DiLan sussurou para si mesmo e deu um sorriso que continha um brilho especial.

     A deusa da lua deu seu primeiro passo e a prece de DiLan foi altamente atendida, porém agora bastava dele abrir  o seu coração e se entregar totalmente no amor que destino já havia escrito antes mesmo da existência do poderoso vampiro, agora Ayla receberia seu sinal.

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