Visita indesejável

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- Tá.... Tá Dean - Acabo gaguejando ainda com medo. Dean então olha em volta para ter certeza que estávamos sozinhos, e então pega a cabeça da mulher e coloca em cima do corpo dela antes de pega-la no colo. - O-o que diabos você está fazendo?

- Não posso simplesmente largar o corpo dela aqui. - Disse ele sério antes de ir em direção ao carro e colocar o corpo no porta-malas. Viro o rosto pálido para a direita, aproveitando aquele momento para tomar um ar fresco.

- Acho melhor a gente volta. - Digo meio tonto, não conseguindo tirar a imagem dela sendo morta da minha cabeça.

- Tudo bem. - Concordou ele, abrindo a porta do carro para mim. - Eu vou ligar para Sam. Ele vai saber lidar com o corpo.

Fecho os olhos não querendo saber dos detalhes e ele percebeu, voltando a ficar quieto. Assim que ele fecha a porta, eu olho para o meu corpo sentindo meus lábios tremerem. Mas eu respiro fundo, não querendo chorar na frente dele.

Após alguns minutos Dean entra do carro e dirige de volta para a faculdade. O caminho inteiro me era torturante, já que além do silêncio ensurdecedor eu sabia que havia um corpo sem vida no porta-malas. Eu me sentia cumplice de um crime. Quando ele estaciona o carro na sua vaga de sempre, eu vejo Sam parado na calçada com os braços cruzados.

- Espera, Cas... - Dean me chama quando desci do carro sem mais e nem menos. - Castiel, você não sabe se tem alguém no dormitório.

- Está tudo bem Dean, eu já averiguei. Não tem ninguém! - Sam comenta com a voz mais suave. Apesar de calmo, ele me encarava preocupado.

- Ótimo! - Digo entrando no dormitório e indo às pressas até o quarto. Não demorei nem um segundo para tirar a roupa e me trancar no banheiro. Foi só então que liguei o chuveiro e me desmanchei em lagrimas. Eu sabia que só iria me acalmar se colocasse tudo para fora.

Quando eu sai, Dean estava sentado na cama dele me esperando. Sem dizer nada eu apenas troquei de roupa, e coloquei o roupão para secar.

- Castiel... - Dean se levanta da cama e respira fundo. Era obvio que ele estava preocupado. - Vamos conversar....

- Dean...Você é um assassino? - Pergunto, vendo ele me encara sério. - Me explica aquela merda que aconteceu lá. Porque diabos você matou aquela mulher? - Perguntou exaltado. O medo estava se tornando raiva.

Dean tentou me acalmar com seus hormônios, e isso estava me deixando ainda mais nervoso. Tanto que quando tentou me tocar, eu me afastei.

- Cas.... É complicado okay. - Disse ele com o cenho franzido de preocupação. - Eu e meu irmão somos caçadores e matamos coisas como aquela que te atacou no estacionamento. Nós caçamos monstros...E aquela mulher era uma vampira.

-Dean... Vampiros não existem. Monstros não existem. Isso são apenas lendas idiotas e.... - Comeco a rir de nervoso, passando a mão no cabelo e o jogando para trás.

- A é? Então me explica aquela arcada dentária que estava louca para rasgar a sua garganta. - Engoli em seco me encolhendo. Ele tinha razão, aquilo não era normal. Mas...Um Vampiro. Dean tenta se aproximar de novo. - Eu sei que parece loucura. É por isso que eu nunca te contei...Você iria achar que sou louco.

- E tem razão... - Digo sentindo meus olhos

começarem a arder novamente por conta das lágrimas. - Mas não muda o fato de que você matou aquela mulher sem se ressentir. Você não parece nem ter remorso.

- Ela era uma assassina! - Gritou ele indignado.

- E você é o que? - Grito sem recuar. E quando senti sua mão segurar meu pulso, eu dou um tapa em seu rosto por impulso. Foi tão instintivo que me assustei com meu próprio ato. - Eu queria nunca ter te conhecido. - Arregalo os olhos com ele me encarou com os olhos entristecidos.

Passo por ele praticamente correndo para fora do quarto e bato a porta ao sair. Corri até a praça da faculdade sem nem mesmo olhar para trás, onde parei simplesmente em frente a fonte central e comecei a chorar. O noite era de lua cheia, o ar era frio, e eu me via sem forças. Me ajoelhei do lado da fonte e me debruço sobre ela, tentando me acalmar. Tanto que nem percebi ter pego no sono.

Acordei quando senti meu celular vibrar como louco no meu bolso. Olho em volta confuso, mas com as memorias voltando ao pouco. Pego o telefone, e vejo na tela que as ligações eram de Sam. Abro o aplicativo de mensagem para entender seu desespero e suspiro.

Sam:

"Cas, nós podemos conversar? Na faculdade? Pelo menos me deixe te explicar umas coisas. Dean não demonstra mais ele está magoado e te ama demais. "

Me levanto do chão pensativo e acabo respondendo, dizendo que o encontraria em 20 minutos. Eu precisava ir a uma farmácia comprar um kit para escovar os dentes, ainda não estava preparado para encarar Dean.

Dean Winchester P.V.O

Entro no dormitório e tudo estava do mesmo jeito. Castiel não voltou para o quarto desde a noite passada e isso me preocupa. Sam me disse que ele estava bem, mas eu queria ver com os meus próprios olhos.

Ouço alguém bater na porta e eu abro a mesma com esperança, até ficar surpreso em ver um Alpha de olhos intensos e amarelos. Seu cabelo era escuro e seu sorriso era debochado. Eu não o conhecia, mas com certeza não fui com a sua cara.

- Tá perdido? - Pergunto, cruzando os braços. E fico surpreso quando ele entra no quarto, batendo seu ombro no meu. - Quem você pensa que é?

- Cadê o Castiel? - Perguntou ele, indo até a janela e segurando o roupão de Cas. Para a minha irritação, ele cheira o roupão com um sorriso escroto. - Ele dorme aqui, certo?

- Quem é você? - Rosnei já sem paciência.

O Alpha se vira para mim e vem na minha direção, parando a minha frente com as mão na cintura. Ele olha de cima para baixo, me avaliando, parecendo achar graça de algo.

- Eu sou Azazel. E eu vim buscar a minha cadela! - Quando escutei ele chamar o Castiel de cadela, senti meu sangue ferver no mesmo instante.

Dou um soco nele com todas as minhas forças, vendo Azazel girar e cair com tudo no chão. Ele geme de dor, segurando o queixo.

- Quem você pensa que é para falar assim de Castiel? - Rosnei e ele começou a rir, enquanto se levantava. - Seu lixo.

- Entendi...Ele deu para você né? - Ele me encara, pronto para brigar. - Você gosta daquela puta imunda!

Castiel P.V.O

Depois de muito conversar com Samuel, eu me convenci de conversar com Dean também. Nós dois estávamos nervosos, conversar naquelas circunstancias foi um erro. Sem contar que Sam me contou a história deles, e eu consigo entender melhor o ponto de vista dos irmãos.

Sam me acompanhou até o dormitório, até que ouvimos um grito no corredor. A camareira estava na porta do meu quarto em choque, sem saber o que fazer. E foi quanto troquei olhares com Sam que saímos correndo para ver o que estava acontecendo. Quando entrei no quarto, achei que enfartaria. Dean e Azazel estavam saindo na porrada de tal forma que o hormônio dos dois deixaria qualquer um tonto. Sam teve que entrar para apartar a briga, pois eu não conseguia entrar no cômodo.

Minha vida virou um pesadelo.

Gente só vou dar um pequeno spoiler, Azazel vai morrer em breve ksksks

Destiel ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora