A verdade

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- Tá seu medroso eu solto - Dean dá uma

gargalhada e liga o chuveiro assim que me pôs no chão.

- Obrigado - Sorrio meio nervoso encarando o seu peitoral perfeito. Dean percebeu e me estende a mão em um convite. Como demoro para corresponder, ele faz um biquinho manhoso fazendo um leve drama que me fez rir.

- Ok... Estou indo - Seguro sua mão e ele me puxou fraco fazendo nosso corpos colarem e minhas bochechas corarem.

Dean já havia passado seu shampoo com um cheiro de hortelã em seu cabelo. Eu aproveito para pegar o sabonete líquido com aroma de mel, que eu havia trazido de casa, e passo na espoja para criar espuma. Meio envergonhado eu me aproximo dele.

- Posso? - Pergunto, apoiando minha mão em seu peitoral. Pelo nervoso eu tremia um pouco.

- Sim, Cas pode passar! - Sorriu ele, colocando sua mão sobre a minha e guiando meus movimentos pelo seu peitoral. Com movimentos leves ele trilha o caminho por seu corpo e faz minha mão descer um pouco mais. Seu olhar sobre mim me deixava nervoso, e ele parecia achar graça, me soltando em seguida.

Assim que passei a espoja pelo seu corpo, Dean fez questão de fazer o mesmo processo comigo, passando a espoja devagar sobre minha pele. Eu não estava acostumado com esse tipo de carinho, sem contar que fiquei com medo dele pergunta sobre as minhas cicatrizes. Por fim ele beijo meu peitoral com um olhar curiosos e desconfiado.

- Cas posso te perguntar uma coisa? - Perguntou ele, desligando o chuveiro. Ele se afasta um pouco para pegar nossas toalhas.

- Ah... pode sim - Concordo hesitante enquanto me enxugava.

- O que são essas marcas no seu corpo? - Perguntou ele enquanto eu amarrava a toalha em minha cintura. Sua mão segura o meu braço, como se ele quisesse que eu o encarasse.

- Ah... nã-não é nada, isso foi porque eu cai quando era pequeno. - Menti, não queria tocar no assunto. Ele me encarou pensativo e me soltou, deixando que eu fosse para o quarto me trocar. Eu não tenho certeza se ele acreditou, mas eu realmente não queria conversar sobre. Aquelas lembranças me torturava bastante.

- Entendo... - Ele sorriu breve para mim antes de ir até o guarda roupa dele. - Só quero que saiba que pode contar comigo para o que precisar.

Obrigado! - Reprimo um sorriso, sentindo meu coração palpitar. Acho que Dean foi o anjo que Deus me deu para cuidar de mim depois de tudo que passei. Senti até os olhos marejarem de alegria.

Abro meu guarda-roupa olhando os conjuntos que tinha e pensando no que vestir. Afinal de contas nós dois sairíamos para jantar. Eu não quero fingir ser alguém que eu não sou usando algo muito chique, mas também não quero parecer um zé ninguém. Queria que as pessoas olhassem e pensassem "Uou, quem é esse com o Whinchester?".

Seguro um riso, já que meus pensamentos pareciam absurdos, e volto minha atenção ao guarda-roupa. Foi então que finalmente me decidi e resolvi usar um jeans escuro com uma camisa social bem passada de cor clara. Coloco um relógio como acessório e um desodorante perfumado. Dou uma arrumada no meu cabelo o jogando para trás e me viro, ficando constrangido em ver Dean já vestido e me analisando ao longe.

- Uau, hoje vou causar inveja nas pessoas. - Brincou ele. Dean vestia praticamente o de sempre, sem se importar muito. Os famosos coturnos com jeans claro e camisa preta, sem contar que não podemos esquecer sua jaqueta de couro. - Você fica bonito com o cabelo assim.

- Como vão saber que estamos juntos? - Provoco com um olhar debochado, indo pegar minha carteira e o celular.

Bom, por dois motivos. Vamos jantar nós dois sozinhos em um restaurante. - Ele sorriu se aproximando para dar uma fungada no meu pescoço. E nós dois acabamos de transar, então por mais que você tome mil banhos aromatizados o meu cheiro ainda vai ficar misturado com o seu por um tempo.

Eu havia me esquecido desse detalhe, tanto que passei a mão na nuca dando um riso sem graça. Dean segura minha mão e me leva para fora do dormitório, pronto para subir em seu precioso carro e dirigir. Acho que foi só agora que minha ficha caiu. Isso seria como um encontro?

- Eu conheço um lugar muito bom para se comer. Tem uma variedade de comida incrível - Ele começa a fala, enquanto colocava o cinto e tirava o carro do estacionamento. Seu celular começa a tocar e eu vejo na tela o nome de seu irmão.

- Sam está te ligando! - Aviso, mas ele não pareceu interessado. - Não vai atender?

- Não... Eu já disse para ele que hoje era meu dia de folga! - Resmungou ele pegando estrada e indo para o centro da cidade.

- Dia de folga? - Fico confuso. Pelo que eu saiba nenhum dos irmãos trabalhava.

- É, um dia de folga de ser o irmão mais velho! - Ele riu descontraído e voltando a dirigir. Mas eu podia ver em seu polegar que batia no volante freneticamente que ele estava no mínimo preocupado. Quando chegamos no restaurante, ele para o carro no estacionamento e eu coloco a mão na sua perna.

- Tem certeza? Sei que vocês são irmãos e conseguem se resolver. Mas talvez seja importante. - Digo, conseguindo um pouco da sua atenção. - Se não for nada você pode ficar mais tranquilo.

- Certo... - Saímos do carro, e ele pega o celular. -Eu prometo que serei rápido!

Assenti para ele e com as mãos no bolso e começo a andando pelo estacionamento a passos lentos, lhe dando um pouco mais de privacidade. Era bom que pelo menos eu conseguia pensar melhor sobre a minha vida no momento. Foi então que parei de andar ao ouvir um barulho estranho. Viro meu rosto e vejo uma mulher se poiando em uma arvore do bosque ao lado do estacionamento, sua roupa estava suja de sangue e ela parecia desesperada.

- Moça, você está bem? - Corro até ela preocupado. - Meu Deus quanto sangue. Está ferida? Eu vou chamar a amb... - A mulher irritada me joga contudo contra a arvore com uma força sobrenatural. Seus olhos eram de se arrepiar e o ódio era bem evidente em sua expressão. Tento usar a força para poder me afastar dela mas tudo o que eu tentava era inútil. Ela não parecia humana.

- Seu maldito! Eu reconheceria esse cheiro em qualquer lugar, caçador imundo! - Rosnou ela, me fazendo gemer de dor quando seu braço pressionou meu perto com mais força. - Vai morrer pelo que fez a ele! - Ela então abre a boca mostrando dentes tão afiados que me deixaram em choque. Ela parecia um monstro.

- CASTIEL! - Ouço a voz de Dean, que para a minha surpresa estava com um facão na mão. A mulher vira o rosto para ele, só agora notando sua presença, e Dean literalmente arranca sua cabeça com apenas um golpe. Reprimo um grito quando vejo a cabeça dela sair rolado e seu corpo perdendo as forças e caindo no chão aos meus pés. Respiro com dificuldade quando olho para meu corpo e me vejo sujo de sangue.

- Castiel, você está bem? - Dean para na minha frente, me avaliando de cima para baixo, preocupado. - Ela te mordeu? - Nego com a cabeça, e meus olhos se enchem de lagrimas pelo susto. - Calma, está tudo bem agora!

- V-Você acabou de decapitar aquela... Mulher! - Se é que ela era humana. Eu estava tão nervoso que me sentia com falta de ar e enjoado. - Ai meu Deus!

- Calma, você está em estado de choque! - Ele me olha nervoso, sem saber direito o que fazer. - Escuta, eu vou explicar tudo para você. Mas preciso que confie em mim. Está bem?

Destiel ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora