capítulo 1

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Pov Anne:

- Não vou ir Diana. Já disse mil vezes. - Digo frustrada recolhendo os pratos da mesa.

- Por favor Anne. - Ela implora. - Você sabe que eu não gosto de sair sozinha.

A fuzilho com olhar. Diana insistia para eu ir em uma tala festa no centro com ela. Mais o problema era que eu trabalho em uma lanchonete, sendo assim sempre estou morta de cansada e só quero minha cama quando chego em casa.

- Não quero ficar pedindo para sair mais cedo todo final de semana Di.

- Até parece que você sai todo final de semana. Você não sai. - Ela bebe um gole do seu suco de laranja. - E aliás você trabalha aqui igual uma escrava.

Bufo. Hoje era quinta e não tinha ninguém além de uma velhinha bebendo café e um homem assistindo um jogo, já quase no final.

- Tudo bem. - me rendo. - Vou pedir para o Augusto me liberar.

Diana comemora e eu sigo para dentro da sala de Augusto. Nada muito chique, na verdade é horrível. A sala é minúscula e a cor é verde escura esgoto com alguns lugares mofado.

- Sr.augusto? - entro na sala aonde ele está fumando um cigarro.

- O que foi Shirley!. - Ele responde rabugento.

- Queria saber se você pode me liberar mais cedo... bem o movimento está fraco e..

- Pra quê?

- Minha mãe precisa de mim. - Minto. Sei que se eu dissesse a verdade ele nunca deixaria.

- É a última vez. - ele diz ríspido. Agradeço e saio de sua sala.

Odeio mentir para o chefe, mais ele é um filho da puta oportunista. Trabalho mais do que eu ganho, o salário é péssimo, mais ele sabe que eu preciso dele, então se eu reclamar é rua.

- Eai? - Diana pergunta com expectativa. Ela já terminou o suco.

- Ele deixou. Mais tive que mentir.

- Uma mentirinha não faz mal a ninguém.

Não respondo e dou ombros. Foco no jogo. O placar está de 1×3. O cara já conformado com a derrota sai da lanchonete frustrado.

- Já pensou em arrumar um emprego melhor? - Pergunta agora séria.

- Esse é o único que consegui Diana. Não posso fazer nada. - suspiro. - As coisas dependem de mim até um certo ponto.

- E a faculdade?

Minha sonhada faculdade. Tive que larga-lá por falta de dinheiro. Matthew ficou doente então tive que trancar por enquanto.

- Tenho algumas coisas para pagar ainda. - Digo fingindo indiferença. São só 5.000 de despesa médica.

- Já disse que você pode pegar dinheiro comigo.

- Não precisa juro. - lhe lanço um sorriso fraco.

- Tudo bem. - Ela se levanta. - Vou ter que ir.

- A gente se vê mais tarde.

- A festa começa às 19:00.

- Estarei pronta as 18:30. - A asseguro.

(...)

A velinha é a última a ir embora. Levando um bolinho de cenoura e chá. Lavo as vasilhas e limpo as mesas. Ultimamente estou trabalhado sozinha, já que a Jéssica a garota que trabalhava comigo adoeceu. Meu uniforme não está tão sujo e agradeço por isso.

Em casa ( que na verdade é um apartamento) aonde moro sozinha, tiro os sapatos e solto meus cabelos que estavam presos em coque desarrumado. Checo as mensagens do celular.

Justin

"Peguei 50$ do seu cofre para sair com os amigos. Depois pago."

Augusto

" Você. Amanhã. As sete."

Diana.

*Mídia*
"Vestido perfeito ss ou claro?"

Me sento no sofá olhando para o teto. Respondo Justin com um "se divirta." E o meu chefe um " sim Sr.". Justin e eu namoramos há um ano mais ou menos. E posso dizer que esse namoro é mais por conveniência do que por amor. Cada um sai ganhando, eu com carinho nas horas de carências e ele dinheiro.

Me levanto consciente que eu tenho pouco tempo para mim arrumar. Tomo um banho e escolho um vestido vermelho longo e justo com deconte e com uma fenda lateral aberta. O salto é preto e a maquiagem e simples com batom vermelho também. Os cabelos estão soltos com alguns cachos.

A porta da sala abre e sei quem é. Justin.

- Como foi com os amigos? - Pergunto no quarto.

- Foi bem. - Ele responde e ouço ele abrindo a geladeira.

- Vou sair com a Diana. - aviso passando perfume.

- Ok.

Saio do quarto e vejo ele sentando no sofá. Seus olhos param em mim. Eu deveria sentir aquela famosas borboletas não devia? Aquela ansiedade. Mais não sinto isso. Abro o sorriso ignorando o sentimento.

- Tá gata. - Ele assobia.

- Obrigada.

- O lugar é chique pelo visto. - comenta.

- É. Acho que sim.

Meu celular apita. É Diana.

- Tenho que ir. Diana tá me esperando lá fora. - lhe dou um selinho.

- Boa noite.

Por Amor Tudo É Possível - shibert Onde histórias criam vida. Descubra agora