capítulo 3

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Pov Anne:

Não sabia se Diana está feliz pelo o fato de eu ter terminado com Justin, ou pelo fato de ele ter me traído. Ao contrário do que ela pensou que eu ficaria, estou super de boa. No fundo sabia que já era hoje de isso acabar, a traição só foi um pretexto.

- Sinceramente? Nunca duvidei dele. - Diana diz brava. Jerry estava com ela dessa vez. - Nunca fui com a cara dele.

Nem respondia. Estava fazendo café para os clientes. Jerry ficava boiando.

- Cafajeste isso que ele é! - Ela continuava. - Não te merece Anne. Foi bom ter terminado com ele.

Caminho até a televisão para liga-la. Coloco a placa de fechado para aberto. Eram oito da manhã e Diana insistiu em vim depois que eu contei por mensagem sobre o ocorrido.

Na verdade não foi nada dramático ou doloroso. Justin em momento algum negou ou fingiu amor por mim. Pediu desculpas e nem foi necessário falar que tudo tinha acabado entre a gente.

- Estou com tanta raiva. - Ela exclama de novo pela milésima vez.

- Veja pelo lado bom: estou solteira. - Tento amenizar a situação. - Dou meia volta para o balcão. - Quer café Jerry?

- Quero. Obrigado. - Sirvo para ele.

- Olha Diana não sei porque o alvoroço todo. Ele me traiu e eu nem o culpo. A gente não se gostava, e espero que ele esteja com uma mulher que ele ame. Para mim só foi um pretexto para um término. - Esclareço colocando a garrafa de café no lugar.

- Eu sei. Mais o fato de ele ter de traído me faz querer dar o soco nele. Não tinha que ficar presa com ele.

Eu sei. Mais ele ficou comigo, sendo assim ele também sofreu. Diana vai embora meia hora depois. Os clientes começam a chegar. A velinha do dia anterior chega.

- Bom dia,querida.- Ela me sauda com sua voz já rouca pela a idade. - Mê de um bolinho de ameixa e um chá de camomila.

- Claro Anastácia. Vou trazer agora para você.

Anastácia é uma velhinha doce e que todo santo dia vem aqui. Sempre compra bolinhos e chás, isso deve fazer mais de cinco anos. Conversamos toda hora quando não tem ninguém para atender. Pego seu bolinho e trago o chá já feito mais cedo já sabendo que ela iria pedir ele hoje.

- Obrigada querida. - Agradece quando a sirvo. - Como vai?

- Vou bem. - Tiro o meu cabelo tá testa.

- Como vai a família, namorado.

- Terminei com o meu namorado. - Comento.

- Não parece chateada. - Ela observa.

- É porque não estou. - Ana me olha com seu jeito sábia. - Não estava dando certo faz um tempo.

- "Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente.". - Ela ri. - Mais parece que você não o amava.

- Não. Não o amava. - Confesso pela primeira vez para alguém. - Mais essa frase nunca fez tanto sentindo.

(...)

São 19:23 quando fecho a lanchonete. Estou fedendo queijo e grudando millkshek de morango. A caminhada para a casa não é longa, e logo estou afundada no meu colchão macio. A frase da Anastácia roda em minha cabeça. Essa coisa de amor, sentimentos, o calor e a felicidade são coisas tão desconhecidas para nesse momento que me sinto triste. A minha realidade é deplorável.

Me obrigo a levantar e tomar um banho. Estou tão cansada que não tenho nem vontade fazer algo para comer, só quer dormir. Augusto pegou tanto no meu pé hoje que pensei que mnha cabeça iria explodir.

No dia seguinte é a mesma coisa. No outro dia também, e no outro dia. É uma rotina que parece um ciclo.

Trabalhar trabalhar trabalhar.

E quando dar o final de semana estou mais exausta que tudo. Por minha sorte ( se eu posso dizer assim) é que não trabalho as sábados e domingos.

Quando é sábado de tarde enquanto enchugava as vasilhas, Marília me liga. Atendo rápida e ansiosa.

- Marília como vai as coisas? - Pergunto assim que atendo.

- Anne Shirley Churbert, mocinha me de um motivo para não puxar sua orelha? - Ela exclama no outro lado. - Não me atendeu a semana toda.

Suspiro e explico para ela de novo o porque.

- Você sabe que dia de semana não tem como eu atender o telefone Marília. Por isso que eu peço para você ligar só nos finais de semanas.

- Tudo bem. - Ela diz contra gosto. - Como vão as coisas aí?

- Estão normais. - penso em algo diferente que me ocorreu esses dias. Mais, nada, só o fato do fim do namoro. - Terminei com Justin.

- Ah. - sua voz é surpresa. - Sinto muito querida. Você está bem?

- Estou. Não tava dando certo. - Coloco o pano de prato no meu ombro. - E como vai vocês?

- estamos bem. - assegura.- Só sentimos sua falta. - Sinto dor em sua voz e luto para não chorar.

- Também sinto falta de vocês. Promento visitar vocês o quanto antes.

Marília e eu conversamos mais uma hora. E depois ela precisou desligar por que a Sra.Lindy estava à sua espera. Abro meu navegador para pesquisar o preço de uma passagem. Não são nada menos do que 200$.

  Volto a fazer meus afazeres frustrada. Mais estava feliz por finalmente ter conseguido conversar com Marília.

"Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente."

A frase me persegue por dias.

Por Amor Tudo É Possível - shibert Onde histórias criam vida. Descubra agora