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Dinheiro novo, de terno e gravata


Eu consigo te ler como uma revista 

Não é engraçado, os rumores voam

E eu sei que você já ouviu falar de mim.

Blank Space - Taylor Swift

Em um dos inúmeros bares de Linner, um grupo de amigos se encontrava sentado de frente para o balcão apreciando a cerveja, a música agradável e as belas mulheres que enchiam o estabelecimento. 

Mas, de alguma forma, a atenção dos rapazes sempre se voltava para a mesa repleta de garotas alegres e agitadas mais ao fundo do bar. 

— Ava continua uma gata! — Ian soltou entre um gole de cerveja e outro. 

— Todas elas estão bonitas, até mesmo a Docinho. — Ethan constatou.

— Realmente é uma pena que a fundadora do Garotos Babacas Jamais também esteja aqui. — Chris lamentou. 

— Pois é, pensei que hoje eu poderia tentar a sorte com uma das gatinhas. — Yves suspirou de forma teatral. 

— Abortar missão, cara. O território é perigoso e 100% vigiado. — Ian o consolou com um tapinha camarada no ombro. 

                                   ***

—Quando será que esses idiotas vão parar de nos secar?! — Evie disse impaciente. 

— Quem se importa? — Ava disse dando de ombros. 

— Eu me importo! Eles nos olham como lobos famintos olham para um... sei lá, filhote de elefante. 

— Lobos e elefantes? Que tal você dar um tempo nos documentários sobre o mundo animal?  — Sarah perguntou. 

— Que seja! 

— Se você olhar bem vai perceber que eles são bem bonitinhos. — Ruby os analisou por instantes. 

— E idiotas né? 

— É, um pouquinho idiotas. — Foi Ava quem respondeu fazendo uma pinça com o indicador e o polegar. — Mas na hora em que estiver beijando uma daquelas boquinhas, nem vai ligar para isso. — garantiu.

— Você é inacreditável. — falou encarando desafiadora os rapazes mesas a frente. 

                                   ***

— Ela está olhando pra cá, e não parece nada contente. — Yves constatou.

— E quando foi que você viu essa garota com cara de contente? — Ian perguntou em tom de piada. 

— Desde de o dia em que a conheci até agora... — ele fingiu pensar. — Nunca.

— Não entendo o porquê de tanta implicância com a docinho, apesar da pose de durona ela até sabe ser legal. — Alex que trabalhava no balcão aquela noite, aproveitou alguns minutos de pausa para se inteirar dos assuntos da noite com os amigos. 

— Isso porque você nunca teve seus planos frustrados por ela. — Ian contra-atacou.

— Isso não tem nada haver com ela. — rebateu.

— A não? Essa menina é terrível, nenhum de nós denominados cretinos com cê maiúsculo tem chance com ela por perto. O prazer da vida dessa garota é ver a gente se dar mal. — Yves soltou tudo de uma vez.

— Ela é pior que um cão de guarda, colega. — Ian completa. 

— E se vocês simplesmente tomassem uma posição, e parassem de culpá-la pela falta de atitude de vocês? — questionou debochado. 

— Nossa falta de atitude? — Chris disparou indignado. — Vem cá, de que lado você está?

— Do meu! — falou óbvio. — Mas talvez haja outras possibilidades de resolução para o problema de vocês. — disse enigmático. 

— Que seria? — Ian quis saber. Alex apenas deu de ombros e voltou a atender os clientes. Deixando os amigos curiosos.

                                   ***

— Tá legal cara, eu não aguento mais — Yves que era de longe o mais curioso do grupo quis saber horas mais tarde. O movimento no bar já havia diminuído, e Alex se encontrava em outra de suas pausas. 

— Talvez se ela tivesse uma distração ela deixasse de pegar no pé de vocês e aí teriam tempo para sair com as amigas dela.

—E o que seria uma bela distração para uma garota maldosa como a docinho? 

— Arranjem um alvo fixo para ela. — Disse óbvio. 

— Alvo fixo — Chris repetiu. — O que quer dizer com isso.

— Arranjem um namorado, ficante ou qualquer um que fique no pé dela por tempo suficiente para que vocês coloquem em prática o planinho de conquista. 

— A tá, e quem seria idiota, não idiota não, louco é uma palavra melhor, para aceitar namorar com a docinho, que de docinho não tem nada? — Chris falou exasperado. 

— Nem olhem para mim eu só dei a ideia, são vocês que querem se livrar dela, se virem. — Alex deu de ombros e voltou ao trabalho. 

Todos os olhares se voltaram para o único que não tinha interesse em ninguém da mesa a frente. Portanto, era perfeito para o plano. 

— Vocês são loucos por acaso? Eu não vou fazer isso — Ethan decreta. —Amigos, amigos, garotas loucas a parte.

— Um de nós tem que se sacrificar amigo, e você é o único já que Alex pulou fora. — Disse Ian em tom acusador. Alex apenas sorriu enquanto preparava algumas batidas. 

— E talvez, só talvez, não seja tão ruim quanto parece. — Yves tentou encorajá-lo.

— Não! — Foi firme. — Se fosse com qualquer outra garota eu poderia até considerar, mas em hipótese nenhuma ela, qual é, a garota ferra com a gente desde o maternal.

— Olha, não precisa namorar com ela de fato, ok? Basta fazer com que ela veja em você um alvo fácil para ironia e mau humor diários. Alguém que a distraía.

— Em que dimensão vocês estão, em? Ela já faz isso de graça, sem ter o menor interesse, imagina se eu chamar a atenção dela, cruzes!

—Cara, todo mundo aqui sabe sobre o precipício que eu tenho pela Ava, mas por conta da encrenqueira mirim nunca rolou nenhum beijinho, então por favor me ajuda. — Ian implorou juntando as mãos em frente ao corpo. 

— E sem contar que essa seria a oportunidade perfeita para se vingar do fora que ela te deu um tempo atrás. —Se essa última cartada não funcionasse Yves não saberia mais que argumentos usar.

Ethan como metade dos garotos da universidade e arredores também já havia caído nos encantos de Evie e, como todos eles, não havia obtido sucesso em suas investidas, o que resultou em um fora memorável. 

— Certo, eu posso tentar — ele ponderou por instantes, não poderia ser assim tão ruim, certo?  — mas eu não prometo nada. — avisou.

Enquanto os amigos comemoravam, Ethan desejou internamente não se arrepender mais do que deveria depois que tudo estivesse terminando. 

Simples Assim Onde histórias criam vida. Descubra agora